Leigos Missionários Combonianos

Animação Missionária em Lijó – Barcelos

Barcelos

Uma semana depois da Páscoa, e fazendo eco das palavras de Cristo Ressuscitado: “Como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós” (Jo 20,21), a comunidade de vida do Porto partiu e partilhou a experiência da vida missionária na Paróquia de Santa Maria de Lijó (Barcelos).

A aventura começou na sexta-feira à noite com o grupo de jovens Gaudium, com quem se passou um serão bem animado e cheio de missionariedade. No sábado, depois de uma manhã dedicada ao convívio, à reflexão litúrgica e à reflexão sobre a identidade LMC (segundo o desafio da última Assembleia Internacional, na Maia), a tarde foi passada com os jovens catequizandos dos 7º, 8º, 9º e 10º anos. Uma tarde cheia de vida e de partilha missionária que culminou na celebração da eucaristia com a restante comunidade paroquial.

O Domingo foi cheio de celebração eucarística e, em cada momento, o anúncio missionário, era pautado, não apenas pela alegria missionária, mas pelo acolhimento e generosa disponibilidade de toda a comunidade paroquial. O dia e a atividade terminaram com um “obrigada” a jorrar do coração. Um obrigada que se alarga a toda a comunidade e, muito particularmente, aos jovens e catequizandos que alteraram os seus programas e horários para estar connosco e, especialmente, ao Pároco – P. João Granja – que não poupou esforços para fraternamente nos acompanhar ao longo de todo o fim-de-semana. De facto, “a mão do Senhor fez prodígios, a mão do Senhor foi magnífica” (Sl 117 (118)).

LMC Portugal

Chamados a viver e a ser comunidade

IMG_2997No fim-de-semana de 21 a 22 de Fevereiro os Leigos Missionários Combonianos reuniram-se em Viseu para o 6º encontro de Formação subordinado ao tema: “Comunidade: desafios e oportunidades” orientado pela comunidade de vida do Porto. Este encontro decorreu na Mosteiro de Santa Beatriz da Silva que muito amavelmente nos acolheram em sua casa e muito lhes estamos agradecidos por isso.

Ao longo de todo este encontro tivemos a oportunidade de refletir e perceber aprofundadamente sobre a comunidade. A comunidade surge logo no início da bíblia quando Deus afirma “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2, 20). Assim, de fato, somos chamados ao longo de toda a nossa vida a viver e a ser comunidade. Tal como afirmou a Susana: “O mundo é a nossa estrutura. As pessoas são a nossa casa. Sem este mundo não podemos ter outro. Sem as pessoas o ser humano não vive.” Desta forma, deve ser com as pessoas e para as pessoas que a comunidade deve existir.

 “devemos ser partes de um mesmo corpo”

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A comunidade está em todo lado, nos mais diversos campos da nossa vida: na escola, no trabalho, na família, nos amigos, na igreja, na catequese e na missão. Mas só falamos plenamente de comunidade se aceitarmos Jesus Cristo como membro da nossa comunidade, como o irmão que nos ama tanto que morreu na cruz com o peso dos nossos pecados. Jesus ama-nos e não só faz parte da nossa comunidade como com o Pai e o Espírito Santo são o centro, o cerne, de qualquer comunidade. A exemplo deles devemos ser uma só voz, ser uma só alma devemos ser partes de um mesmo corpo. Este é o verdadeiro desafio de ser comunidade. Isto porque, todos nós somos diferentes nos nossos defeitos e qualidades. E Deus chama-nos individualmente pelo nosso nome. Deus chama os diferentes, os pecadores. Deus chama-nos a nós. E somos nós que com tudo aquilo que nos caracteriza que formamos comunidade.

 “devemos ser partes de um mesmo corpo”

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 E a pergunta que tantas vezes nos colocamos é: Será que a comunidade vai funcionar apesar das diferenças entre as pessoas? Sim, não é fácil mas é definitivamente possível. Funciona se soubermos o nosso centro, se formos verdadeiros uns para com os outros, se utilizarmos os dons de cada um nas coisas que somos melhores. Funciona se tivermos a humildade de dividir tarefas. Mas não é para nos dividirmos mas para nos juntarmos. Desta forma a comunidade passa pela fé no outro. A comunidade é então uma questão de amor em que há um só coração, uma só alma e uma só voz. Em que deixa de existir um eu para existir um nós. Em que tudo é posto em comum.

 “Comunidade é Amor”

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 Comunidade é sem dúvida o Amor. O Amor que vem de Deus e que nasce d’Ele que nos ama primeiro de uma forma avassaladora. É esse amor que move o mundo que somos chamados a ter pelos nossos irmãos. E tal como São João Paulo II afirmou: “O amor é um ato de vontade”

Por isso parte de cada um de nós perdoar, desculpar, querer amar o outro, escolher amá-lo apesar de todos os seus defeitos e erros que eu também tenho e amarmo-nos nas nossas diferenças e amarmo-nos nas nossas fragilidades.

 Por: Paula Sousa

Ecos da missão LMC

SusanaDesde cedo desejei estar o mais perto possível daqueles que nada têm e, sobretudo, de ser uma com eles, de modo que pudesse ser ponte entre os mais pobres de entre os pobres e as suas autoridades locais e, claro, entre estes e a Europa.

Recordo que, quando parti, com 24 anos, para a missão na República Centro-Africana não tinha nenhuma ideia do que me esperava. Sabia apenas que Deus me chamava e que o coração da África precisava de mim tanto como eu precisava dele.

Neste sentido, a formação com os Leigos Missionários Combonianos (LMC) foi muito importante e ajudou a confirmar a minha vocação como leiga e missionária dentro do carisma de Comboni, mas, se naquela altura eu amava a África, e não concebia a ideia de «ser feliz» sem lutar activamente por um mundo mais feliz, mais justo e verdadeiro, hoje, após 5 anos vividos no coração da África, posso afirmar que a doação à Missão traz-me mais do que a felicidade, traz-me o sentido para a vida, a força para a esperança no manhã e, sobretudo, faz-me sentir o amor e a presença de Deus mais do que nunca, afinal, estando entre os mais pobres do mundo inteiro, estou entre os mais amados de Deus.

Esquecidos pelos homens

PigmeosNa República Centro-Africana, este país tão esquecido pelos homens e tão amado por Deus, integrei aquela que foi a primeira comunidade LMC internacional: Mongoumba, em plena floresta, vivendo e trabalhando com os pigmeus e com os bantús (não pigmeus).

Uma das minhas lutas quotidianas foi a luta para que a crescente desflorestação acabesse. Com efeito, se o abate das árvores não cessar, dentro em breve não existirão mais pigmeus na região e os bantús, que vivem nas aldeias, tornar-se-ão mão-de-obra barata de quem quiser explorar a região.

Actualmente, por causa desta situação, os pigmeus e os não pigmeus são obrigados a viver demasiado próximos e, claro, o choque cultural – para o qual ninguém estava preparado e que foi, naturalmente, imposto pelos interesses das empresas europeias de madeira – faz que os pigmeus vivam numa situação de escravatura e exclusão social total. Para ajudar a fazer frente a esta exclusão social, a missão criou e gere seis escolas de integração para os pigmeus. Escolas, estas, que estão espalhadas pela floresta num raio de cerca de 60 km. Tentamos, assim, através de um método específico, que as crianças pigmeias frequentem os primeiros anos de ensino para depois serem mais bem integradas nas escolas públicas.

Outros problemas, que aqui abundam, têm a ver com a saúde. Como os pigmeus vivem da floresta, esta, ao ser destruída, abre um caminho de fome e de doença. Por um lado, de fome, porque as árvores, que são a base da alimentação, são abatidas. Por outro, de saúde, porque as doenças aumentam e as árvores e plantas medicinais, usadas nas curas tradicionais, começam a ser difíceis de encontrar. Neste sentido, e também para ajudar neste caminho de integração dos pigmeus no sistema de saúde público, a missão gere um posto de saúde. Este está especialmente direccionado para os pigmeus e para os mais pobres da aldeia. Aqui, não fazemos as consultas, servimos apenas de ponte entre os doentes e o centro de saúde público, dando também o apoio necessário para a toma de medicamentos. Connosco trabalha um enfermeiro-socorrista centro-africano que nos ajuda a acompanhar os doentes para a correcta toma de medicamentos e a fazer a sensibilização sanitária nos acampamentos pigmeus.

Nesta área, as lutas são mais que diárias: são de minuto a minuto! A todo o momento deparo com erros clínicos graves no centro de saúde público que resultam tanto da ignorância e negligência de quem lá trabalha, como da discriminação e da falta de consciência da importância e valor da vida.

Assim, há dias que este centro de saúde parece produzir mais a morte que a vida. Por isso, quando as mortes acontecem «sem terem de acontecer», isto leva-nos a lutas que terminam ora em tribunal ora no Ministério da Saúde.

Dar voz

Escola Pigmea Olho este povo – pigmeu e bantú – e percebo que este não é senão vítima da corrupção mundial que ajuda o governo centro-africano a preocupar-se mais com abastecer-se de armas do que com a Saúde e a Educação. Como podemos nós, neste contexto, remar contra a corrente? Certamente, esta não é tarefa fácil mas isto não nos desanima, ao contrário, faz-nos lutar em favor da vida e da verdadeira liberdade deste país que, teoricamente independente, continua a sofrer diariamente os abusos da colonização.

Hoje, a comunidade LMC aqui presente, conta com a ajuda dos Missionários Combonianos e das Missionárias Seculares combonianas. Assim, em Família Comboniana, e trabalhando em comunidade apostólica, desenvolvem-se projetos nas mais diversas áreas, procurando, com o testemunho de vida, anunciar Aquele que nos envia, a todos, à Missão.

De facto, a missão, em todos os lugares do mundo, precisa de testemunhos de vida que sejam chave para a libertação dos povos. Hoje, na missão, o desafio não é «fazer alguma coisa para os outros», mas «ser alguma coisa com os outros». A oração sem a acção é vã e distante dos valores do Evangelho.

Hoje, a missão desafia-nos a viver de acordo com os valores que defendemos e em favor de um mundo onde todos, sem excepção, sejam considerados, de verdade, filhos de Deus, para que n’ELE encontrem Vida em abundância.

Susana Vilas Boas

LMC

[Portugal] Animação Missionária em Meixomil

IMG_20140315_140833No fim-de-semana de 14, 15 e 16 de Março a comunidade de vida do Porto reuniu-se na casa dos MCCJ da Maia para mais um encontro de animação missionária na paróquia de Meixomil em Paços de Ferreira. O encontro iniciou-se em oração no dia em que se comemorou o 183º aniversário do nascimento de S. Daniel Comboni. Envolvidos no carisma deste dia especial disse-nos Deus pela liturgia diária: “E o Senhor te escolheu, hoje, para que sejas para ele um povo particular, como te prometeu, a fim de observares todos os seus mandamentos” Dt 26, 18. Foi assim que Deus nos chamou a mais um dia de consagração a Ele, mais um dia em que alegremente nos sentimos escolhidos para cumprir os seus mandamentos, para ser povo de Deus.

Embebidos neste ambiente partilhámos a alegria do dom de ser Leigos Missionários Combonianos, incentivámos a percorrer caminhos de fé procurando ter sempre a felicidade de viver em comunhão para com todos. Desta forma compartilhámos com todos os catequizados a felicidade de termos em comum com todas as pessoas do mundo este Deus que nos ama tanto, cantámos os parabéns a S. Daniel Comboni, desafiámos jovens em preparação para o crisma a envolverem-se no projeto JIM através do grupo JIM Meixomil Ativo.

Durante este fim-de-semana nesta mesma paróquia iniciou-se também uma campanha de angariação de fundos, organizada pelo grupo JIM Meixomil Ativo, para o projeto ZO KWE ZO – “Toda a pessoa é pessoa”. Assim, no decorrer do fim-de-semana demos voz a este projeto partilhando com todas as pessoas as inúmeras dificuldades do povo pigmeu que todos os dias vê vetado alguns dos direitos humanos fundamentais. Aproveitamos para agradecer a todos aqueles que contribuíram para que este fim-de-semana fosse possível, ao grupo JIM Meixomil Ativo, ao pároco, aos catequistas, aos catequizados bem como a toda a comunidade paroquial que tão bem nos recebeu.

No decorrer deste percurso houve sempre a alegria de servir, de ser povo de Deus. Como disse Deus nas leituras dominicais “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te indicar.” Gn 12, 1 É este apelo contínuo de ir sem medo para servir que nos faz consagrar o nosso dia-a-dia a esta missão, que nos faz evangelizar e ser evangelizados. Como nos diz o Papa Francisco: Ide, sem medo, para servir. Seguindo estas três palavras, vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe mais alegria.

por Paula Sousa

[Portugal] Ecos do encontro de Março 2014

Nos dias 8 e 9 de Março, decorreu o encontro de formação dos LMC, na casa de Coimbra. O tema do encontro foi “Os documentos da Igreja”. A formação foi orientada pela LMC Susana Vilas Boas, surpreendente, como sempre. Connosco, também a presença generosa do Sr. Pe. Manuel Lopes.

Apesar da complexidade e riqueza do tema, a criatividade das apresentações tornaram a formação num contacto agradável com os textos fundamentais da Igreja, suscitando a vontade de os conhecer. Reconhecemos a importância dos documentos para vivermos a fé e a missão em comunhão, como membros da Igreja de Cristo.

A ordem de trabalhos incluiu a apresentação dos documentos mais relevantes para a Missão seguida de leitura e discussão em grupo e posterior partilha. Transcrevo trechos dos textos selecionados:

  • A humanidade pode ter esperança e deve ter esperança: o Evangelho vivo e pessoal, Jesus Cristo em pessoa, é a “noticia” nova e portadora de alegria que a Igreja cada dia anuncia e testemunha a todos os homens. (Christifidelis Laici)

  • O enviado entra na vida e missão d’Aquele que “a si mesmo se aniquilou tomando a forma de servo”. Por conseguinte deve estar pronto a perseverar toda a vida na vocação, a renunciar a si e a todas as suas coisas, e a fazer-se tudo para todos. (Ad Gentes)

  • Com a mensagem evangélica, a Igreja oferece uma força libertadora e criadora do desenvolvimento, exatamente porque leva à conversão do coração e da mentalidade, faz reconhecer a dignidade de cada pessoa, predispõe à solidariedade, ao compromisso e ao serviço dos irmãos, insere o homem no projeto de Deus que é a construção do Reino de Paz e Justiça, já a partir desta vida. (Redemptoris Missio)

  • A todo o discípulo de Cristo incumbe o encargo de difundir a fé, segundo a própria medida. (Lumen Gentium)

A partilha foi sintetizada por cada um, numa palavra, que rezamos na Oração da tarde: COMPROMISSO; COMUNIDADE; COMUNHÃO/COMUNIDADE; V(B)ONT(D)ADE; CO-RESPONSABILIDADE; HUMILDADE; GENEROSIDADE; MISSÃO.

Na manhã de Domingo, lemos a Mensagem do Santo Padre Francisco para a Quaresma. Inquietante e desafiadora: “Mas a razão de tudo isto é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. (…) Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói”

Os momentos de Oração pautaram o ritmo do encontro e deram sentido e força aos nossos propósitos de comunhão e missão em Igreja.

No encontro não faltaram a alegria, a partilha, a música, o sol e as flores…

Por tudo isto, agradecemos a bondade de Deus!

por Patrícia