Leigos Missionários Combonianos

Projecto da Família comboniana com os imigrantes em Almería

LMC España

A comissão da Família comboniana – missionários, missionárias e leigos missionários combonianos – reuniu-se nos dias 14 e 15 de Outubro, na cidade espanhola de Granada, para continuar a dar forma ao projecto de abertura de uma missão como Família missionária em uma área de acampamentos de imigrantes, em San Isidro de Níjar, Almería.

A realidade dos imigrantes ali, na sua maioria africanos, interpela e chama os missionários e as missionárias a dar uma resposta desde a perspectiva do carisma comboniano de “salvar a África com a África”. Apoiamos e encorajamos este modelo de colaboração e rezamos para que esta iniciativa chegue a bom porto. Um agradecimento à comissão pelo empenho e trabalho, sonhando juntos com um novo tipo de presença missionária, em Espanha.

Partilhamos, aqui, um pequeno vídeo de uma das visitas que foi feita aos diferentes acampamentos de imigrantes em San Isidro de Níjar e que mostra bem a realidade que ali se vive.

LMC Espanha

Piquiá

LMC BrasilFui visitar uma mina a céu aberto, a maior mina do mundo de extração de ferro situada na serra de Carajás. Quando cheguei fiquei impressionada com a sua grandeza, coloquei um olhar técnico sobre aquela exploração e pensei: em tempos daria tudo para trabalhar num local como este… Depois olhei a realidade daquele espaço e senti uma dor muito grande, lembrei-me de todos aqueles que são afetados pelos impactos por ela provocados ao longo de centenas de quilômetros. Não foi por acaso que viajamos uma noite inteira para visitar esta mina, é que entre a Serra de Carajás e o Porto de São Luís está o Piquiá.

E no Piquiá, missão onde nos encontramos, sentimos bem de perto os impactos sócio-ambientais por ela causados. O material extraído nesse local é transportado de trem para o Piquiá para ser trabalhado nas várias siderúrgicas aqui instaladas e depois encaminhado novamente de trem para o porto de São Luís de onde sai para diferentes destinos do mundo.

Piquiá é um bairro da periferia de Açailândia, MA, e divide-se em Piquiá de Cima, onde nós vivemos, e Piquiá de Baixo, onde as siderúrgicas estão instaladas nos quintais das casas.

LMC Brasil

Os habitantes de Piquiá de Baixo sofrem diariamente com a poluição proveniente destas indústrias. Com a chegada do verão a poluição está a aumentar e todos os dias é possível ver nuvens negras a sair das chaminés sem qualquer tipo de controle de emissões e sem qualquer tipo de fiscalização por parte do governo. É impressionante a quantidade de pó de ferro que anda no ar, e o incômodo que provoca no nosso bem estar e saúde. Nas visitas que fiz às famílias de Piquiá de Baixo, não pude ficar indiferente às histórias de vida e sofrimento vividas por esta comunidade devido à poluição e ao impacto ambiental destrutivo provocado neste que era um pequeno paraíso.

Ao longo dos anos as lutas têm sido muitas, a população juntou-se para lutar pelo que é seu de direito, um ambiente saudável e limpo para viver e, pouco a pouco, tem feito as suas conquistas nesta luta contra gigantes por uma moradia digna. Neste momento já tem um terreno e um projeto para a construção de um novo bairro, o Piquiá da Conquista, distante do foco da poluição. Agora o maior entrave é a burocracia, mas a esperança continua viva…

Piquiá de Baixo, reassentamento já!

LMC Brasil

Liliana e Flávio LMC Brasil

Notícias dos LMC Liliana e Flávio – Festa da colheita em Piquiá, no Brasil

LMC PiquiaNo passado domingo 9 de Junho realizou-se a Festa da Colheita na comunidade São José do assentamento João do Vale da paróquia Santa Luzía de Piquiá (Brasil), que contou com a presença de mais de 1000 pessoas das diferentes paróquias da cidade de Açailândia e do Bispo da Diocese de Imperatriz D. Vilson Basso.

O objetivo desta grande festa, que já vai na 10ª edição, é celebrar o dom da colheita e refletir sobre a terra como local de trabalho e meio de subsistência das famílias, lembrar as suas lutas e fazerem-se um num grito que clama pela justiça no direito à terra e no respeito pela criação.

LMC Piquia

O tema deste ano foi “Agricultura familiar em defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” Gn 2: 15.
A festa iniciou com o acolhimento na quadra desportiva do assentamento e com um café da manhã especial preparado com base nos produtos retirados da terra (macaxeira (mandioca), abóbora e diversas frutas) provenientes da partilha das diferentes comunidades que se fizeram presentes. Depois, seguiu-se a celebração da eucaristia, onde o bispo D. Vilson Basso falou da importância da agricultura familiar e do dever de lutar pela terra e denunciar aqueles que a querem usurpar. Reforçou a importância de não desistir por se tratar de uma luta justa e a necessidade de todos estarem unidos. Relembrou os 10 trabalhadores rurais assassinados numa fazenda no Estado do Pará (https://www.cptnacional.org.br/index.php/publicacoes-2/destaque/3794-chacina-em-redencao-pa-deixa-pelo-menos-10-posseiros-mortos) e todos aqueles que são perseguidos e pressionados para deixarem as suas terras.

No momento do ofertório as diferentes comunidades apresentaram alguns dos seus produtos agrícolas no altar do Senhor em sinal de agradecimento e na esperança de uma relação mais respeitosa entre a humanidade e a criação.

Depois de um almoço partilhado seguiram-se várias apresentações culturais, desde teatro, danças tradicionais e brincadeiras, terminando com a entrega de uma muda de Ipê a cada comunidade e o anúncio da comunidade onde será realizada a festa da colheita no próximo ano.

LMC PiquiaLiliana Ferreira e Flávio Schmidt, LMC no Brasil

Notícias da Missão na República Centro-Africana

LMC CentroafricaA Leiga Missionária Comboniana Maria Augusta Pires (de Janeiro de Baixo), que está em missão em Mongoumba, na República Centro-Africana, manda-nos notícias sempre que vem à capital (Bangui), o único lugar onde tem acesso á internet! Eis as mais recentes notícias que ela nos enviou, no passado dia 6 de Abril:

Desta vez voltei mais depressa a Bangui [capital da República Centro-Africana], passado um mês. Como me sentia cansada, aproveitei para fazer exame à malária e deu positivo. Já comecei a fazer o tratamento enquanto os sintomas são ainda poucos, porque, deste modo, a reacção ao medicamento é menos forte, sofre-se menos.

A Ana teve malária há duas semanas e sente-se cansada, porque esteve connosco uma dentista Polaca e ela acompanhou-a sempre durante quase três semanas. Extraiu muitos dentes em cada aldeia; para tratar cáries não dava, porque não pode deslocar-se com as máquinas. Graças a Deus, ajudaram muita gente que estava a sofrer. Só em Bangui podem arrancá-los e fica muito cara cada extracção: 10.000 francos (16 €). Houve pessoas que extraíram dois e mesmo três dentes, pagando uma quantia simbólica de 500F (menos de um euro).

O padre Fernando, agora, graças a Deus, está bem e o padre Jesus também. O padre Samuel teve malária no início de Março e voltou a ter na semana passada. Agora tem febre tifóide (salmonela). Terá de tomar um ou dois antibióticos. O Senhor o ajude a ficar bem… ele está a ficar desanimado… Por favor, rezem por ele!

A Maria, senhora pigmeia que tem cancro, sentia-se um pouco melhor. Na semana passada começou com uma grande diarreia. Demos-lhe medicamentos para a combater, mas não passava. Então, começámos o tratamento de malária com um medicamento injectável e logo começou a passar. Emagreceu muito, agora é preciso que ela coma melhor. Damos-lhe também da nossa comida, assim varia mais e pode ser que recupere mais depressa. Continuemos todos a pedir por ela a Maria e a seu Filho Jesus.

Na semana passada, nasceram dois gémeos cuja mãe não dá leite e que é preciso ajudar; neste momento são 9 bebés. Com a graça de Deus e a generosidade de todos aqueles que partilham o que têm para auxiliar os que precisam, podemos trabalhar com muita alegria e, assim, a partilhamos com todos os que nos rodeiam.

Há duas semanas, quando fui visitar os doentes ao hospital, encontrei uma senhora que tinha feito cesariana e que o leite não queria vir (passados três dias). Pediram-me leite, mas eu disse que era preciso fazer tudo para que ele viesse. Então, fiz-lhe uma infusão de menta e, ao segundo dia, começou a sair um pouco; fiz mais dois dias, e o Patrice começou a mamar bem, graças a Deus. É sempre melhor o leite materno e aqui ainda mais, porque fica muito caro e as condições de higiene são muito poucas (cuidados com os biberons e a água para preparar o leite). O leite para um bebé durante um ano custa aproximadamente 400€. São pouquíssimas as famílias que têm possibilidades para o comprar.

Durante a Quaresma, a Missa às quartas-feiras é no bairro; e às Sextas-feiras é também feita a Via Sacra no mesmo bairro. Sexta-feira virão jovens de toda a Paróquia participar nas Jornadas da Juventude. Sábado haverá formação e também animação e Domingo de Ramos será a grande festa. Na semana passada, os catecúmenos [pessoas que se preparam para receber o Baptismo] do 3ºano tiveram três dias de retiro e no domingo receberam já o óleo baptismal; como são muitos torna-se mais fácil fazer os ritos do Baptismo por etapas.

Chegou um novo LMC [Leigo Missionário Comboniano], Simon, que é Italiano. Está a aprender o Francês aqui em Bangui e, depois, ainda não sabemos onde irá estudar o Sango [idioma local].

Li todos os Astrolábios com grande alegria [ela recebe-os por e-mail] e rezo para que a visita de D. Virgílio venha a dar muitos frutos no futuro. Que a Visita Pastoral decorra muito bem!

Que os corações de todos os vossos paroquianos acolham as palavras do senhor Bispo com muita alegria e desejo de melhorarem a sua vida de cristãos, serem verdadeiros testemunhos de Cristo.

LMC CentroafricaVotos de Santa Páscoa para todos.

Unidos em Cristo pela oração.

Um abraço missionário do tamanho do Mundo.

Maria Augusta Pires,

Jornal Astrolábio