Leigos Missionários Combonianos

Sobre as Jornadas Missionárias 2018 – “Eu sou missão”

LMC Portugal

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No fim de semana de 15 a 16 de Setembro deu-se em Fátima, as tão esperadas Jornadas Missionárias 2018 com o tema: “Eu Sou Missão”. Estas Jornadas contaram sobretudo com a presença de vários institutos, congregações, movimentos e especialmente jovens missionários vindos de várias partes do país e do mundo.

Estas Jornadas começaram com o acolhimento e com a oração preparada pela organização, logo de seguida tivemos na abertura a ilustre presença do Senhor Bispo D. Manuel Linda, Bispo do Porto que nos deu, como sempre, umas breves palavras sobre o que é a missão e o que é ser missão no mundo de hoje particularmente no mundo da juventude deste século.

Logo de seguida tivemos o orador de honra destas jornadas o Sr. Doutor Juan Ambrósio, professor de Teologia na universidade Católica de Lisboa que nos veio explicar de uma forma breve e simples o que quer dizer “Eu Sou Missão”. Segundo o Dr. Juan Ambrósio ‘Eu sou Missão’ não é um encontro de experiência vivida de fora para dentro, ou seja, “eu, eu e mais nada”, mas ‘Eu sou Missão de dentro para fora, isto é para “o outro”, porque sim sou Missão, porque sou batizado, sou filho de Deus e fomos escolhidos por Ele para servir e amar os outros.

Daí o cristianismo ter sempre como fundamento, meta e estrutura uma experiência de encontro principalmente com Jesus Cristo (no seu modo de ser e de viver); com Deus (na proposta do Reino) e com o ser Humano e a sua História (no que são os seus anseios, as suas fragilidades e as suas realizações). Por isso e segundo o Dr. Juan, a Missão tem de ser uma experiência de encontro vivido com Jesus Cristo na 1ª pessoa do singular (eu) e na 1ª pessoa do plural (nós) e só assim é que poderemos ser e fazer missão no mundo.

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Mas em bom rigor e segundo esta noção, o Sr. Dr. Ambrósio diz também que não é a Igreja que tem uma Missão, mas é a Missão que tem uma Igreja, ou seja, a Missão tem a ver com todos e com cada um porque a Missão não está reservada só e apenas a “especialistas”, mas a todos os batizados em nome de Cristo. E como tal podemos caracterizar a Missão em três grandes princípios, ou melhor dizendo, o grande tripé onde se assenta toda a identidade cristã que são: Carisma (anúncio da Palavra); Liturgia (Celebração da fé, Eucaristia) e Diaconia (na vivência da caridade), daí a Koinonia ser a fibra que liga estas “três varas” que fazem comunhão do Tripé. Por isso a Missão da Igreja tem que ir em direção a todas as periferias tendo sempre como olhar o anúncio, a celebração e a caridade na plenitude da sua essência para ser considerada Missão cristã.

Depois de uma manhã mais teórica, baseada fundamentalmente sobre o logótipo das Jornadas “Eu Sou Missão”, prosseguimos pela tarde com uma exposição mais prática, vivencial através dos Workshops que tinham como temas: 1. Igreja e diálogo; 2.  Missão e comunhão; 3. Missão nas periferias; 4. Todos, tudo e Sempre em Missão; 5. Ser Missão e 6.Partilhar a viagem.

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No serão noturno tivemos a presença da Banda Missio para alegrar/animar a malta jovem com as suas músicas emocionantes que nos tocam no âmago do nosso ser. Ainda neste primeiro dia das Jornadas tivemos mais alguns testemunhos Missionários. Para concluir o dia fizemos a oração da noite e cada um foi para seu ninho descansar para o dia seguinte.

No Domingo, dia 16 e último dia das Jornadas, tivemos a famosa mesa redonda com vários intervenientes que tinha como tema “Que Igreja pretendemos? Para uma missão mais comprometedora.”

E para concluir as Jornadas Missionárias, celebramos a Eucaristia presidida pelo Bispo do Algarve, o Senhor Bispo D. Manuel Quintas. Logo após a Eucaristia tivemos o envio de alguns missionários que partem em missão Ad gentes este ano e as conclusões destas Jornadas Missionárias “Eu Sou Missão”. Depois foram as despedidas dos participantes e a partida de cada um ao seu modo em missão para as suas vidas quotidianas.

David Fernandes Ganilo e Laura Fernandes Ganilo

“Tudo posso n’Aquele que me dá força” (Fl 4, 13)

LMC

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Que bonita é aquela África de madeira que se encontra aos pés de Cristo. E quanto do olhar de São Daniel Comboni deixo que me penetre, deixo que me contemple. E quanto de mim entra naquele olhar. Recordo as palavras de alguém que um dia me disse “é impossível que aquele olhar não te penetre, não nos interpele“. E confirmo-as a cada vez que enxergo esta imagem do nosso incansável São Daniel Comboni.

Esta é a imagem sobre o altar que contemplo na capela da casa dos MCCJ de Madrid (onde hoje me encontrarei até por volta das 16h, hora a que o LMC David me virá buscar para, juntos vivermos o fim de semana em Arenas de San Pedro, a cerca de 160 km daqui) na qual não resisto a entrada para um momento de estar com o Senhor. A Ele lhe peço pela missão. Não somente pela “minha” mas a de cada um. A dos que partem. A dos que ficam. É na partida que está o amor também. A partida, o deixar o que temos para ganharmos algo maior: a liberdade da entrega a Cristo.  LMC

E falar de partida não é somente a partida física. Mas também a partida de nós mesmos. O sair de ti próprio todos os dias. A cada momento. É isso que hoje continuo a procurar, mas que hoje se torna fisicamente mais “fazível”. Parto da minha terra em busca da sabedoria e graça necessárias para que, de futuro, melhor possa colocar os meus dons a render. Assim nos próximos meses estarei em Madrid junto da família que escolhi, a família Comboniana, num curso de Missiologia (cujo programa desde cedo me deixou de coração ardente e de olhos brilhantes… confesso até que, arde em mim aquela ansiedade miudinha comum nas crianças nos dias antes de tornarem às aulas). É isso que hoje aqui, diante desta África aos pés de Cristo, também agradeço: a possibilidade de crescer mais em sabedoria e graça.

Na certeza de que sou frágil mas que, no seio de uma comunidade que vive pelo e para o amor, me torno mais forte. Porque “tudo posso nAquele que me dá força” (Fl 4, 13).

“Tudo posso nAquele que me dá força” – repito. Ecoa isto em mim. Só com Ele e através dEle poderei ter esta capacidade de sair de mim, ir ao encontro do amor, ser livre na medida em que confio nEle e nas suas mãos, amar sem medida. “Deus não escolhe os capacitados mas capacita os escolhidos”.Hoje entendo tão bem isto… e rezo a Deus para que me capacite para a missão para a qual fui destinada. A mim e a todos quantos vêem comigo! A família. O namorado. Os amigos. As pessoas. Cada uma, à sua maneira, é parte desta missão e sinto-me responsável por trazê-las também comigo.

LMCTu tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas.” (Antoine de Saint-Exupéry)

Assim é… Rezo por cada um, pela missão de cada um. Rezem por mim também, peço-vos. Obrigada do fundo do coração pela confiança… E mais do que em mim, em Deus. Tudo isto – e toda eu – só somos possíveis através dEle.

Tomai, Senhor, e recebei 
toda a minha liberdade
a minha memória
o meu entendimento 
e toda a minha vontade
tudo o que tenho e possuo
Vós mo destes; 
a Vós, Senhor, o restituo
Tudo é vosso
disponde de tudo, 
à vossa inteira vontade. 
Dai-me o vosso amor e graça
que esta me basta.

(Santo Inácio de Loyola)

Estamos juntos, sempre.

LMC Carolina Fiúza

Festa LMC, a alegria da partilha em Família

LMC Portugal

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“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. (Jo 14, 6) Uma frase bíblica que ecoou no fim do dia de sábado que compôs o fim de semana da família LMC (em Viseu), na oração do fim de tarde.

Iniciar este dia de sábado (7 de Julho) trouxe-me aquela sensação saudosista de ver as caras de sempre naquela casa de Viseu dos MCCJ que tantas vezes me acolheu para a formação proposta. O Caminho. Um caminho que é proposto para os que assim sentem no seu íntimo a paixão ardente de pertencer a esta família de LMC.

Iniciar este dia fez-me recordar a Marisa, a Cristina, a Paula, a Neuza que agora se encontram em missão e que me acompanharam de perto no discernir um compromisso LMC. Recordei o Tiago Santos que entretanto não pode continuar connosco; o Flávio Soares cuja vida se mantém próxima, mas cujo caminho (porquanto) lhe pede outras dedicações; a Rufina que (hoje percebo) tem uma grande missão junto dos refugiados; a Patrícia Bernardino cujo paradeiro desconheço, mas que seguiu um belo caminho de discernimento vocacional. E tantos outros. Tantos que preencheram esta casa e que fazem deste lugar um recordar de crescer que Deus nos vai permitindo desbravar.

Iniciar este fim de semana (7 e 8 de Julho) pediu-me que saísse de mim e reconhecesse esta família que cresceu, que está a crescer, com pessoas maravilhosas que trazem no seu coração um alma missionária que lhes pede para ir ao coração dos mais pobres e necessitados. E quão bom é reconhecer esta família que cresce e que a ela pertenço orgulhosamente!

Uma família que se reuniu para um momento de avaliação do ano que passou, para entender o caminho que foi desbravado e conversá-lo. Uma família que se reuniu para também conversar sobre documentos importantes e que serão o pano de fundo da nossa Assembleia Internacional em Roma este ano de 2018.  E que discussões se desenrolaram em prol do nosso movimento; conversas que originaram ideias de futuro para nós. E que orgulho ver este empenho de todos os leigos e formandos, também, traduzindo a vontade de nos tornarmos melhores, à imagem daquilo que Deus quer para destino dos LMC. Sábado cansativo que terminou em ritmo de oração. “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Juntos rezamos esta vontade de fazer caminho individual, mas também como movimento.

LMC Portugal

Domingo, dia de receber os nossos amigos e família. Um grande dia de animação no qual, juntos, pudémos falar com a Marisa e a sua comunidade de Moçambique. E que emoção é sabê-la feliz e em missão (de tal forma inculturada que até já se perde entre pronúncias portuguesas e moçambicanas). Vimos vídeos da Paula e da Neuza que nos transmitiram de forma genuína a sua  missão em Arequipa (Peru) e a importância que há na sua ação junto das pessoas, uma missão muito de olhar A pessoa, A sociedade com as suas particularidades. Uma missão social, de comunidade. Vimos também um vídeo do Flávio e da Liliana que estão em Piquiá (Brasil), testemunhando o trabalho junto de um povo que reclama por condições de habitação, um povo que se reúne para celebrar as colheitas.

E, terminando este momento de testemunhos da missão de lá, falou-nos o Padre Joaquim Nogueira (acabado de chegar da missão da Etiópia). E que maravilha de testemunho! Quantas dificuldades, mas quanto de riquezas brilhavam nos seus olhos enquanto nos transmitia o que os Combonianos têm conseguido juntos destes “mais pobres e abandonados, onde ninguém vai”.

Seguimos com a Eucaristia, o almoço partilhado e terminamos a nossa tarde com um momento para “rir com Deus“: uma sessão de risoterapia facilitada pelo Fernando Batista, criador do projeto mais rir e que tem também uma grande missão – a de Evangelizar Cristo de uma forma divertida, descontraída e com Fé.

Enviados fomos. E partimos. Cada um para sua casa mas na certeza de que caminhamos juntos, seguindo “o Caminho, a Verdade e a Vida”.

LMC PortugalLMC Carolina Fiúza

Fim de semana de Espiritualidade Comboniana

LMC Portugal

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No passado fim-de-semana, de 8 a 10 de junho, os Leigos Missionários Combonianos marcaram a presença no Fim-de-Semana de Espiritualidade Missionária Comboniana, realizado na Maia e que teve como tema São Daniel Comboni – desafio para os jovens de hoje.

O encontro iniciou na sexta-feira à noite com a apresentação de todos os participantes, de entre os quais estavam membros dos diferentes ramos da família comboniana e mais alguns amigos e colaboradores.

A manhã de sábado iniciou com o momento de oração orientado pelos formandos dos LMC presentes.

A Secular Comboniana, Helena Laranjeiro, abriu a temática convocando todos os presentes a enumerarem uma chuva de palavras em volta da palavra Jovem. Entre as várias palavras e expressões citadas, concluiu-se que os jovens são bons e, muitas vezes, são as “pessoas” que os definem como “maus”. Ainda dentro da procura da definição de Jovens, foram feitos pequenos grupos que discutiram entre si a visão da realidade juvenil nos dias de hoje e os seus aspetos positivos e negativos.

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A segunda parte da manhã foi assinalada pelo testemunho do P. Nuno que pertenceu à pastoral universitária de Coimbra, falando sobre o seu trabalho com os jovens no dia de hoje, salientando que não nos poderemos focar no número de jovens presentes nas atividades, paróquias e movimentos, mas sim pela qualidade, sendo essa uma vantagem, uma vez que é mais fácil de trabalhar e acompanhar. Da sua experiência, evidenciou alguns dos erros comuns da Igreja, quanto animadora da comunidade, referindo que devemos falar com entusiasmo e alegria, mostrando aquilo que dizemos sobre a alegria de seguir Jesus Ressuscitado.

De tarde, a sessão foi orientada pelo p. Ricardo Gomes que partilhou a sua experiencia como padre jovem e também do que são Daniel Comboni já dizia a respeito dos jovens. Dividiram-se novamente os grupos para refletir e discutir alguns escritos de Comboni destinados a vocações jovens.

Ao final da tarde prosseguiu-se com a Adoração ao Santíssimo, sendo esse um momento forte do dia, uma vez que permitiu refletir e interiorizar sobre o tema, tudo o que se ouviu e partilhou.

Após a Eucaristia com a comunidade da Maia, seguimos para o churrasco em formato convívio, onde não faltaram as sardinhas assadas, o caldo verde, a música animada e uma boa dose de animação!

No domingo de manhã, após a oração, seguimos para um painel orientado pela irmã Arlete e com a participação do padre José Vieira (provincial dos Missionários Combonianos), Sofia Coelho, Mónica Silva e Filipe Oliveira, que uma vez ligados a diferentes grupos de jovens e modos de vida, testemunharam sobre a temática “Jovens na igreja”.

Assim, vivemos um fim de semana muito rico em partilhas, testemunhos e, sobretudo, em reflexão e oração, num ambiente muito familiar e caloroso.

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Mónica Silva