Leigos Missionários Combonianos

Cuidar da nossa saúde

LMC México

Curso de formação em saúde dos LMC em México

Os Leigos Combonianos do México agradecem o curso de Formação de Biomagnetismo para a Saúde, realizado de 24 a 30 de junho na Casa Oásis dos Combonianos em Guadalajara. Foi apresentado pelo P. Elías Arroyo Román, Missionário Comboniano e médico, e Claudia Araujo, facilitadora, que partilharam conosco os seus conhecimentos e experiências.

Fixar o olhar apenas em um Deus transcendente distante da realidade humana, ou olhar o homem apenas a partir da ciência como um ser orgânico e material, são duas visões reducionistas que ameaçam o bem-estar integral do homem. Os cuidados de saúde contribuem com os dados da revelação divina para a missão médica, os valores essenciais e os critérios de avaliação que aproximam os profissionais de saúde de uma autêntica humanização dos serviços de saúde.

A formação dos LMC em saúde, unida às práticas de amor ao próximo, é transcender o trabalho comunitário nos serviços de saúde para poder reconhecer Deus no outro, especialmente naquele que sofre e necessita de conforto através de cada um dos espaços da atenção médica na missão para a qual somos enviados, por mais simples que pareça; é necessário e de extrema importância; tendo a humanização como eixo fundamental do ser e do que fazer na atenção à saúde de nossos irmãos mais carentes.

Rocío Adelina Quintero Hernández

Fórum “Ecologia Integral” da Família Comboniana da América

No dia 22 de Maio, realizou-se online o Fórum “Ecologia Integral” da Família Comboniana na América, com o tema “Para uma conversão ecológica missionária”. Mais de 75 missionárias e missionários combonianos (irmãos, sacerdotes, irmãs e leigos) partilharam durante quatro horas as suas actividades pastorais no campo da ecologia integral como parte da sua vocação missionária.

Foi uma jornada de sensibilização e de partilha de compromissos, desafios, propostas e estratégias lançadas para sensibilizar para a emergência planetária e a urgência de enfrentar a grave degradação ambiental, bem como as escandalosas desigualdades que ainda assombram toda a humanidade.

Encorajados pela “Pacto pela Casa Comum” proposto durante o Sínodo para a Amazónia (que se realizou em Roma, de 6 a 27 de Outubro de 2019, sobre o tema “Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”), a Família Comboniana, presente em América, pretende promover o “Pacto Comboniano pela Casa Comum”, que o padre Dario Bossi (missionário comboniano que participou no Sínodo para a Amazónia e foi orador do círculo menor italiano “A”) apresenta num artigo aprofundado publicado também no sítio comboni.org. Este “pacto”, que é um convite a todos os missionários combonianos seja a fazer uma reflexão profunda sobre o tema, através do estudo e da oração, seja a assumir atitudes em sintonia com a ecologia integral de modo a traduzir em gestos concretos, já tinha recebido um forte impulso do Fórum Social Comboniano realizado em Belém do Pará (Brasil), em Agosto de 2022. Naquela ocasião, foi destacada a resistência dos povos indígenas, das mulheres e dos jovens às violências perpetradas contra a Casa Comum nas mais diversas formas.

O P. Juan Armando Goicochea Calderón apresentou a importância do Centro Laudato Si’ de Lima como lugar de formação, investigação e programação pastoral. Está a ser organizada uma escola de formação sobre ecologia integral para a Família Comboniana e os agentes pastorais diocesanos. A publicação do livro “Esta terra está nas tuas mãos” foi uma excelente iniciativa para a formação dos jovens e adolescentes. Dois outros projectos de produção sustentável estão em curso: a apicultura (protegendo a biodiversidade da monocultura industrial) e a exportação de café biológico para a Europa.

Odile Nkoy Mputu Booto, directora do Centro Missionário Laudato Si’ em Kinshasa, República Democrática do Congo, apresentou as actividades do Centro, todas destinadas a ajudar as pessoas a interiorizar a abordagem adoptada pela Laudato Si’ de Papa Francisco e a partilhar iniciativas para promover o cuidado da Casa Comum. As actividades do Centro incluem encontros anuais para o intercâmbio de ideias e experiências entre instituições civis e administrações locais. Alguns dos seus membros estiveram presentes no X Fórum Social Panamazónico.

O leigo comboniano brasileiro Flávio Schmidt, que nos últimos anos tem trabalhado em Piquiá de Baixo (Maranhão), e o leigo espanhol Xoan Carlos Sánchez foram os principais organizadores deste “fórum online”. Falando da sua comunidade de Piquiá, os dois contaram os muitos danos sofridos pela população local devido à poluição mineira, mas também a grande resiliência presente na comunidade e a sua determinação em lutar pela defesa da Casa Comum e dos direitos humanos.
LMC de Espanha

Envia, envia Senhor, operários para a messe. Escuta, escuta esta prece…

LMC Mozambique
LMC Moçambique

É com a letra do início desse canto que partilho a alegre notícia que a formação dos futuros LMC em Carapira, norte de Moçambique está acontecendo dentro de nossas possibilidades e conforme a vontade de Deus.

Pedimos e o Senhor nos atendeu, enviou-nos novos operários para a sua messe. Cabe a nós fazermos a nossa parte, prepara-los da melhor forma possível para assumirem o trabalho missionário no meio do povo, a missão de Jesus deixada para nós e tão bem feita por nosso fundador Daniel Comboni. Pois é o próprio Deus quem diz: “faz tua parte e eu te ajudarei.”

Centrados em Jesus Cristo, seguindo o carisma Comboniano, o exemplo deixado pelo nosso fundador, nós LMC de Carapira acompanhamos quatro jovens que sentiram o chamado a serem leigos missionário e fielmente chegam todos os meses para estudos, reflexões e partilha desde o ano passado (2022).

A longa distância percorrida a pé (de 3 a 4 horas, na maioria das vezes sem beber ou comer nada), não se tornou um impedimento para a participação dos mesmos. Movidos pela força do Espirito de Deus e pelo desejo do anuncio da Boa Nova, são fiéis ao compromisso de preparação para o trabalho missionário. O que para mim é alimento na caminhada.

Nossos encontros acontecem mensalmente, com início as oito horas da manhã de sábado e término com almoço de domingo.

A forma como se dedicam, o esforço que fazem para aprender, o entusiasmo de cada um a cada encontro, vê-los vencer os desafios que não são poucos é o melhor prêmio que recebo.

Aliás, trabalhar com o povo macua é motivo para agradecer a Deus todos os dias, pela sua misericórdia e bondade em me proporcionar tamanho crescimento, amadurecimento e vivencia da fé.

LMC Moçambique

Desde Carapira um forte abraço missionário a todos e muito axé.

Regimar Costa

LMC Brasil – Moçambique

Polónia: Marzena Gibek, leiga missionária comboniana, parte para o Quénia

Marzena LMC Polonia
Marzena LMC Polonia

Quinta-feira, 4 de Maio de 2023 Escrevo-vos porque quero partilhar convosco algo de especial.

No dia 18 de Abril, na minha paróquia de Cracóvia, fui enviada pelo nosso bispo para o Quénia.

Rodeado de familiares e amigos, recebi uma cruz missionária. Foi um momento muito especial e comovente para mim. No início de Maio, juntar-me-ei à Linda e ao Pius, em Kitelakapel. Estou ansiosa por chegar!

Dois dias antes, também na minha paróquia, houve um momento de animação missionária. O P. Adam Zagaja e o P. René Agbonou Kouami Agbéssi falaram muito da nossa Família Comboniana e da sua experiência missionária.

Recebi um grande apoio de todos: da minha família, dos amigos, da comunidade e da paróquia.

Envio-vos as minhas saudações. Por favor, rezem por mim e pela minha família.

Marzena LMC Polonia

Deus vos abençoe a todos…

Marzena Gibek, Leiga Missionária Comboniana

Sobre os trilhos do amor e da amizade nosso trem percorre a vida (3/3).

LMC Brasil

E o trem segue. Subindo e descendo por estes trilhos. Paramos diante da estação de baixo. Do Piquiá de Baixo. Terra de gente sofrida, esquecida e maltratada. Terra de exploração, de confusão e ressureição. Os dragões descritos no livro do apocalipse estão por lá. São cinco. Um deles com 12 cabeças que cospem fogo e ferro formando um rio de sangue, que começa no norte e que desagua no sudeste. Onde a morte se faz presente, lutar pela vida não é uma escolha, é uma obrigação. A obrigação não é lutar por sua própria vida, mas colocar-se na luta pela vida dos mais pobres, dos mais frágeis, dos menores em nossa sociedade.

Somos surpreendidos por um outro trem que passa ao lado do nosso e nos acompanha por alguns bons momentos. Com sua máquina forte, seus vagões bem estruturados e rodas capazes de cruzar as fronteiras do país, este trem tem nome e sobrenome: Justiça nos Trilhos. Justiça é uma dessas palavras que permitem muitos significados e significantes. Mas que precisa vir acompanhada de luta, dedicação e sabedoria. Esta justiça não é como muitas que nos deparamos por aí, esta tem um forte propósito: o “nos”. Não para lá ou para cá. É “nos”. É onde precisa se fazer presente. É onde ela precisa realmente estar: trilhos. Por onde podemos ir e vir. Caminho certo e seguro. Mas este sobrenome é determinante, ele vai por onde a justiça é aclamada e se faz necessária. São estes trilhos que norteiam, que direcionam, que conduzem, o trabalho dedicado de todos aqueles e aquelas que se colocam no trem da vida.

Foram muitas as estações que nos ajudaram a conhecer mais daquele pedaço de chão e de sonho. Chão de gente que trabalha, que faz e insiste. Sonho sonhado por aqueles que sentem o arder do chamado missionário, sonho de muitos e chamado de todos. Conhecemos a escola que é família, que é rural, mas que o asfalto da cidade nos conduz. Família com muitos pais e mães. Plantando o saber, regando com dúvidas e colhendo vidas. Jovens estudantes que possuem sede de saber, que se desligam da família para viverem ligados no aprender. Educadores que não são professores. São além. Se é que temos uma palavra que represente aquele que ensina, que se dedica, que supera os limites, que se coloca de corpo e alma na arte de ensinar, que não mede esforços e não conta recursos. Estes são os missionários da educação ou educadores na missão.

De longe já deslumbramos a próxima estação. Cheia de gente acolhedora. São aqueles que formam as comunidades: do Rosário e de Santa Luzia. São mulheres, homens e crianças. São idosos, acamados e descalços. São todos que nos fazem aprender sobre a vida e o viver. É uma conversa rápida, um sorriso largo, mas sempre, um gesto de carinho que os acompanha sempre.

Foi nesta estação que partilhamos o alimento, tomamos suco, muito suco, dividimos nossas angústias e dúvidas. Foi ali, naquele pedacinho de Brasil, que nos encontramos para aprender, uns com os outros, com aqueles e aquelas que nos acolheram e com todos mais que se juntaram a nós nesta viagem, sob os trilhos da humildade e do amor incondicional.

Tranqüillo Dias