Leigos Missionários Combonianos

Encontro do grupo de LMC Alemão em Nürnberg de dia 9 a 11de outubro de 2015

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Foi muito bonito poder começar o dia de Comboni no 10 de outubro com a celebração junto aos Missionários Combonianos da casa. Depois trabalhamos sobre a encíclica “Laudato si” do Papa Francisco. Pia Schildmair fez uma palestra sobre a base teológica do documento. Steffen Riedel nos deu desde o ponto de vista de um consultor técnico de energia a boa notícia que é possível resolver os desafios com nossa terra e preserva-la no sentido amplo. Claro que houve discussão sobre isso. Além da encíclica fizemos o planejamento para 2016 e demos os primeiros passos para a participação no 100. Katholikentag em Leipzig, onde a família comboniana da DSP quer se apresentar. Na missa dominical na comunidade Santa Kunigunda celebrou-se de novo Daniel Comboni. O Provincial Padre Karl falou do carisma de Daniel e dos pontos principais do capítulo geral em Roma. Os LMC enriqueceram a missa com cantos e textos da encíclica “Laudato si”.

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O último dia do XVIII Capítulo Geral em Roma

capitulares

“Agora chegou o momento de levar o Capítulo para a vida do Instituto”. Com estas palavras, o Superior Geral cessante P. Enrique Sánchez González, que presidiu à celebração eucarística conclusiva do XVIII Capítulo Geral, convidou os delegados capitulares a transmitir a todos os confrades o espírito e a mensagem destes semanas vividas em fraternidade. Hoje, último dia do Capítulo, o P. Enrique Sánchez leu o decreto formal de conclusão do Capítulo depois de ter sido aprovado pelos capitulares.

Às 11:30 horas, iniciava-se a celebração eucarística conclusiva do Capítulo. Durante a homilia, o P. Enrique salientou três palavras: coragem, alegria e esperança. Convidou a todos e a cada um a renovarem a esperança no Amor de Deus, fonte do nosso empenho missionário, para levar com maior alegria o anúncio do Evangelho aos mais pobres e às periferias do sofrimento. A novidade do Capítulo – disse o P. Henrique – é que “o Senhor não se cansou de nós, Ele ainda continua connosco… e o melhor ainda está para vir”.

No final da Eucaristia, o novo Superior Geral, P. Tesfaye Tadesse, agradeceu ao P. Enrique e seu Conselho pela dedicação e pelo entusiasmo na orientação do Instituto ao longo dos últimos seis anos. De seguida, a Superiora Geral das Irmãs Missionárias Combonianas, Madre Luzia Premoli, que participou na celebração com outras irmãs, expressou a sua gratidão pela colaboração experimentada com a Direcção Geral dos Combonianos, durante os últimos cinco anos.

Logo depois da Missa, celebrada na capela da Curia Generalícia, seguiu-se um momento de convívio e o almoço fraterno.

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Padre Tesfaye Tadesse eleito Superior Geral dos Missionários Combonianos

TesfayeOs capitulares combonianos elegeram o Padre Tesfaye Tadesse Gebresilasie novo Superior geral do Instituto dos Missionários Combonianos. O Padre Tesfaye sucede ao P. Enrique Sánchez González, de quem era assistente geral. No acto de aceitação, o novo superior geral agradeceu a graça e a misericórdia que os capitulares lhe fizeram ver através da votação. «Sinto-me pequeno à frente da grandeza do nosso Instituto», disse.

O Padre Tesfaye Tadesse Gebresilasie é o primeiro superior geral africano dos Missionários Combonianos que São Daniel Comboni fundou a 1 de Junho de 1867 em Verona, Itália, para as missões da África. Nasceu há 46 anos em Harar, a quarta cidade santa muçulmana, no Leste da Etiópia. Fez os primeiros votos em Hawassa, em 1991, e foi ordenado em 1995 depois de terminar o curso de teologia, em Roma. Passou dois anos no Egipto para aprender o árabe e trabalhou quatro anos no Sudão. Em 2001 regressou à Etiópia. Eleito provincial em 2005, presidiu à Associação de Superiores Maiores do seu país. Foi eleito assistente geral durante o Capítulo de 2009.

Os Missionários Combonianos estão a celebrar o XVIII Capítulo Geral na casa generalícia em Roma, desde o passado dia 6 de Setembro. Os capitulares têm marcada uma audiência com o Papa Francisco, amanhã, dia 1 de Outubro.

O Capítulo sob o tema «Discípulos missionários combonianos chamados a viver a alegria do Evangelho no mundo de hoje» concluir-se-á no próximo domingo, dia 4 de Outubro, com uma Eucaristia solene, presidida pela novo Superior Geral, Padre Tesfaye Tadesse.

O amor como missão

MarianaSe há um ano me dissessem que, hoje, estaria a escrever-vos sobre a Missão de Carapira, dir-vos-ia que eram uns sonhadores e que esses eram terrenos férteis e distantes demais para mim. Mas Deus, como diz o Padre Jorge, sabe melhor aquilo que faz do que nós aquilo que queremos. E é tão verdade!
Antes de me lançar nesta arriscada aventura de tentar traduzir para palavras aquilo que durante este mês de agosto vivi em Carapira, quero que saibam que muitos sentidos se vão perder: as mãos que tocam e são tocadas; os cheiros que se estranham, mas depois se entranham, como o da terra, o do mercado, do lixo a queimar, do próprio ar quente e pesado; os olhos que veem rostos que parecem pedir que os descubramos e sorrisos que nos lembram que a vida é o maior dom de Deus; as bocas que cumprimentam a cada instante, mesmo quando não conhecem.
Agradecer, em primeiro lugar, aos missionários que já se encontravam em Carapira e que, além de serem discípulos de Cristo, foram anunciadores da nossa chegada e acompanhantes fiéis dos nossos passos, ao mesmo tempo que nos deixaram ser livres. Obrigada pela fé e confiança que depositaram em nós, sem a qual nenhum trabalho podia ser desenvolvido.
A primeira dificuldade com que me deparei foi o tempo. Em Carapira, o tempo parece parado no tempo e, de facto, os dias corriam vagarosamente. As manhãs eram bem maiores do que as tardes e um encontro marcado às três, podia ser a qualquer hora depois da hora combinada. Achava eu que o tempo lá era demorado, porque estava completamente embrenhada no ritmo frenético a que o mundo ocidental nos impõe. Foi então que percebi que ser compassivo é andar no passo do outro. Se o outro vai mais devagar, caminho mais devagar com ele. Rapidamente nos deixamos levar por este tempo tão diferente do nosso e os dias encheram-se: com o estudo noturno na Escola Industrial; com o apoio às meninas do Lar das irmãs “Mãe de África”; com a apresentação da encíclica “Laudato Si” aos alunos da EIC, aos professores, à comunidade, aos padres e irmãs; preenchíamos os dias com momentos em que rezávamos o Terço nas comunidades e tentávamos aprender o macua, em que visitávamos os doentes, ou substituíamos quando algum professor faltava.
Em Carapira descobri maravilhas mil. Numa das vezes em que tentava ajudar as meninas com o Inglês, e em que o tema era “famous people”, tentei exemplificar com o Cristiano Ronaldo e foi então que percebi que caíra no tremendo erro de olhar a realidade com os meus olhos apenas. Não vos digo que não me espantei, mas depressa arranjei o exemplo certo, que sempre estivera ali e que elas conheciam tão bem: Jesus. Quem mais poderia ser tão à escala planetária quanto ele? Nós que íamos com uma vontade gigante de dar a conhecer Jesus aos outros, íamos, passo a passo, percebendo que ele já lá estava e que se revelava nas pequeninas coisas: nos abraços que recebi quando fui com a irmã Maria José levar as meninas a casa para passarem as férias; Jesus mostrou-se na forma calorosa com que este povo nos recebeu à chegada e aceitou que estes estranhos fizessem parte do seu quotidiano sem nunca nos fecharem a porta.
Vi nestas crianças o rosto de Deus, porque elas, sem nunca o saberem, foram e são um exemplo para mim. Elas conseguem ser tão iguais e diferentes na sua pequenez. E quantas infâncias existem por esse mundo fora. Estas são as crianças, os heróis de palmo e meio, que antes de saberem falar, carregam baldes de água nas mãos e na cabeça. Como se ali, naquele exato momento, tivessem de suportar um fardo que não é o delas. Estas são as crianças que carregam tijolos. As crianças que tomam conta de outras crianças como elas. São crianças que estão a quilómetros e quilómetros de casa para poderem andar na escola. Surpreendi-me, ainda, com a capacidade que tinham de correr para os nossos braços, com os sorrisos sinceros e contagiantes. E digo-vos que nunca, mas mesmo nunca, me poderei esquecer de como corriam rua acima e rua abaixo com carrinhos de mão feitos com garrafas de plástico e tampinhas, ou das corridas que faziam a empurrar os pneus com um pau.
Comovi-me quando me apercebi que há quem saia de casa, três e quatro horas antes da missa, para poder beber da palavra do Senhor. Não posso não me lembrar dos jovens, vocacionados, que percorreram quilómetros a pé e/ou de bicicleta para poderem estar num Domingo em formação. E fazem-no todos os meses. Aqui, às vezes, quando chove, ou faz frio, as crianças já não querem ir à catequese. E mesmo nós, pergunto-me, quantas razões já procurámos para desculpar as nossas faltas de missa? Perante isto, fica a desconfortável certeza de que quem quer, arranja maneira, quem não quer, arranja uma desculpa. Eles são a prova viva disso!
Há gente, sim, gente como nós, que nos espanta por serem felizes com tão pouco. Tão pouco não…elas são felizes por, simplesmente, viverem. E que dom tão grande é este: a vida! E quão grandes são, imaginem vocês, estas pessoas por serem, profundamente, agradecidas e cumprirem os desígnios do Pai. No fim deste mês, sei que o meu contributo foi apenas uma gota num oceano de tarefas que faltam cumprir-se. Contudo, como li no mercado logo no primeiro dia em que lá fui:” A força parada não reproduz nada”. Fico com a certeza que nos mexemos e que ser jovem e cristão, nos dias de hoje, é ser precisamente essa força que não para nunca. É não nos deixarmos cair na indiferença para que a vida nos toque e sejamos capazes de fazer o que Deus espera de nós. Por pouco que seja, façamo-lo, porque se há coisa que aprendi por aqui, é que do pouco se faz muito. E o meu coração está tão cheio e agradecido por esta experiência.
Um “Koshukuru” (obrigado) do tamanho da distância que separa Portugal e Moçambique é pouco para tudo aquilo quanto pude viver neste mês. Até a um futuro regresso, fica um oceano imenso de saudades e a vontade de novos reencontros. E sabem uma coisa? Eu acredito, sinceramente, naquela velha máxima do “Principezinho” que diz que “aqueles que passam por nós, não vão sós nem nos deixam sós”. Hoje, sou uma sortuda por todos os encontros que tive nesta terra que é um paraíso perdido no meio do nada. Hoje, sou mais rica por ser um bocadinho de todos aqueles com quem partilhei este mês.
Mariana Mariana Gonçalves

Testemunho em Carapira

Carapira

O essencial é invisível aos olhos”! Nunca esta frase me fez tanto sentido como depois de Moçambique… Quando nos atrevemos a abrir o nosso coração aos convites de Deus, arriscamo-nos a descobrir o verdadeiro sentido da felicidade. De facto, foram tantas as graças recebidas, tanto o amor vivido e partilhado, que esta experiência me moldou a vida, me encheu o coração de tal forma que os meus pensamentos, desejos e sonhos se dirigem todos eles para Moçambique.

Durante todo o ano que antecipou este mês de missão em Moçambique, fomo-nos preparando com obras de caridade, formações intensas, encontros íntimos com Deus através da oração e, portanto, as expectativas eram elevadas e a ansiedade imensa. A verdade, porém, é que nunca pensei que este mês fosse vivido com tanta intensidade, com tanta entrega, com tanto amor… Fraca fé a minha, sei-o agora! Afinal eram imensas as pessoas que ficaram a rezar por nós, eram muitos os corações sinceros que por nós dirigiam as suas preces a Deus.

Os sete membros grupo Fé e Missão que aterraram na missão de Carapira, em Moçambique, só têm motivos para louvar a Deus pelas graças que lhes foram concedidas.

Em Carapira, acolhidos como família pelos vários membros da família comboniana aí presentes, desde o início que nos sentimos acolhidos, integrados. Logo na primeira noite tivemos um encontro de apresentação entre todos, o que nos permitiu conhecer um pouco do trabalho realizado, bem como para afirmar a nossa vontade em trabalharmos intensamente nesse mês. Sim, sempre foi uma preocupação de todo o grupo entregar-se por inteiro, ou, nas palavras de Fernando Pessoa, pormos tudo quanto somos no mínimo que fazemos. E não ficámos sem resposta. Logo no dia seguinte tivemos uma reunião em que nos foram dirigidas várias propostas, seja na Escola Industrial de Carapira, no trabalho pastoral, no lar das irmãs, bem como junto da comunidade. Recordo-me que após essa reunião o grupo começou a dividir tarefas, a especificar as tarefas de cada um, com uma intensidade tal que preenchemos um quadro, no qual anotávamos sempre todas as nossas actividades. Sentia-me sempre alegre por ver aquele quadro cheio. Tenho plena consciência de que isso só foi possível pela confiança que depositaram em nós desde o início, mas também sei que ao longo do mês tudo fizemos para corresponder às expectativas. Para ser sincero, apesar de querer dar o máximo de mim, de querer trabalhar intensamente, sempre tive a consciência de que um mês seria muito pouco para nos podermos entregar sem reservas. A verdade é que me enganei. Claro que a dificuldade da língua e a adaptação dificultaram um pouco, mas também os sorrisos, a simpatia, a confiança depositada em nós e o acolhimento fantástico com que nos presentearam, tornou tudo muito mais fácil. Desde o início que o irmão Luís permitiu que nos entregássemos sem reservas na escola, seja com trabalhos administrativos, seja em acções com os alunos; o padre Firmino a permitir que o acompanhássemos nas visitas às comunidades; as irmãs a permitirem que as auxiliássemos com as explicações às meninas do lar, bem como a irem connosco visitar os doentes e idosos da comunidade e os Leigos Missionários Combonianos que sempre nos acompanharam de perto e com quem trabalhámos com prazer. O trabalho das irmãs e dos irmãos e padres já conhecia minimamente pelos vários testemunhos que tenho ouvido. Mas confesso que desconhecia o grande trabalho que é feito pelos Leigos Missionários Combonianos. A sua dedicação na Escola Industrial de Carapira, nas aulas, nos serviços administrativos, na enfermaria, no refeitório, bem como no acompanhamento das actividades extra curriculares é deslumbrante. Mas, para além disso, o trabalho pastoral nas comunidades, o trabalho na paróquia, na formação dos animadores, o trabalho da Comunidade Justiça e Paz em pro das comunidades, deixaram-me deslumbrado. Sinceramente, pela primeira vez, fiquei mesmo com o desejo de ser Leigo Missionário Comboniano.

A nível pessoal, este mês foi muito importante para mim. Descobri muitos dos meus limites, quando o cansaço procurava vencer-me, fui desafiado a saber viver em comunidade, a saber ser tolerante, a procurar resolver as questões pelo diálogo, a analisar-me interiormente. Agora que penso nisto tudo, alegro-me pelo que pude crescer. Mas, para além de todos estes desafios fui tão feliz… Foram as Eucaristias que tanto me encheram o coração, com músicas e danças que expressavam tanto, foram os sorrisos das crianças, a alegria das pessoas das comunidades, a família comboniana em Carapira a quem agora chamo de amigos e amigas, as meninas do lar que tanto me fizeram sorrir, os jovens da Escola, os jovens… Oh meu Deus, que saudades! Apetece-me chorar de alegria…. Apetece-me voltar… Quero voltar!!!

Em Moçambique senti o Sol na minha mão! O Sol da alegria, o Sol que ilumina a nossa vida, o Sol que nos aquece, que aquece o nosso coração, o Sol que nos permite trocar olhares, o Sol que nos faz viver intensamente o dia! Em Moçambique tive o Sol na minha mão! Carapira Pedro Nascimiento