Leigos Missionários Combonianos

“Unidos numa igreja sinodal a serviço da missão”.

LMC America

Motivados pelo conhecimento das diferentes experiências de cada país e procurando uma resposta comum em nossas luzes e sombras, refletimos que o caminho é o mesmo, mas com nuances diferentes.

Caminhar, escutar e ser nós mesmos, permite ao LMC aprofundar o senso de abertura com os mais distantes, os esquecidos, os necessitados, questionando a realidade de ser LMC.

Juan Goicochea, MCCJ, nos situou no tempo em que nossa Igreja está, um tempo de escuta, onde nos são apresentados desafios sociais e eclesiais para a América Latina e o Caribe; é também um tempo para abrir nossos braços e abraçar o mundo. É necessário acordar para esta realidade global a fim de ter razões concretas a nível local.

Se continuarmos com o pensamento individual, ações concretas não poderão ser tomadas.

A noite complementou os temas do dia com a experiência missionária de Rossie (LMC da norte america) e Ewelina (LMC polonesa), duas jovens com presença missionária permanente em Arequipa, que todas as manhãs apoiam uma creche com crianças de 5 anos e à tarde se fazem presentes na paróquia junto com a comunidade. Partilharam o estilo de vida comunitário que levam, apoiados pela oração diária e por uma excelente comunicação que lhes permite ser um bonito testemunho missionário na comunidade.

Importante nos questionar sobre o que vamos fazer a partir do continente americano, para que a Família Leiga Missionária Comboniana possa visualizar seus campos de missão ad-gente e inter-gentes.

Miriam Herrador

LMC Guatemala

Peru acolhe a V assembleia continental dos LMC

LMC America

Durante a semana de 05 a 11 de setembro, Lima acolhe mais de 30 pessoas entre Leigas e Leigos Missionários Combonianos e MCCJ proveniente de 8 países do continente americano: Estados Unidos, Colômbia, Equador, Costa Rica, Guatemala, México, Brasil e Peru.

A assembleia iniciou com o informe do Comitê Americano e depois foi feito o informe de trabalho realizado pelo Comitê Central e da realidade internacional, ao final cada país apresentou o informe dos LMC em contexto americano.

Ao final do dia dedicou-se tempo para compartilhar algo das culturas latina. As apresentações com as diferentes formas da gastronomia, dos trajes típicos, a história das comunidades, encheram o salão de um ambiente de emoção e carregado de sabedoria, admiração, risos e de uma história cheia de tradição com os povos onde os LMC estão presentes permanentemente.

Celebrando os nossos talentos e experiências como LMC II

LMC Europa

Após uma merecida pausa para o almoço, retomámos os workshops com o testemunho missionário da comunidade portuguesa de Fetais. Os LMC portugueses decidiram no ano passado abrir uma presença comunitária na periferia de Lisboa. Num bairro com uma grande diversidade de nacionalidades onde se destacam migrantes de antigas colónias portuguesas em África, mas onde também há uma presença de latino-americanos e de pessoas de origem asiática. Tudo isto com os portugueses, muitos deles de etnia cigana.

Toda esta grande diversidade faz com que a vida ali seja muito diferente do que é habitual no país. Sem dúvida um cadinho de culturas que traz muita riqueza, mas por vezes com muitas dificuldades ligadas à sua condição de exclusão.

Esta experiência também deu origem a um debate sobre os direitos dos migrantes na União Europeia, a política comum que não facilita a imigração e como as exigências desiguais de um ou outro país podem também fazer com que as pessoas sejam mais desfavorecidas em função da legislação local.

Depois os LMC de Espanha ajudaram-nos a entrar numa apresentação muito elaborada sobre a importância da advocacia na nossa acção missionária na Europa. Tomar consciência de como o Papa Francisco nos encoraja a tomar uma posição política e uma responsabilidade cada vez maior como leigos, porque a política, como um serviço ao bem comum, marca definitivamente a vida das pessoas. Quão importante é a influência na alteração da legislação, a sensibilização das pessoas para as diferentes questões que afectam tanto como os cuidados com o planeta, as migrações, etc.

A apresentação foi acompanhada pela intervenção externa da Irmã Benjamine que nos falou do trabalho realizado por Talita Kum contra o tráfico de seres humanos a nível internacional. O irmão Simone falou-nos do trabalho da VIVAT Internacional e da pressão que estão a tentar exercer sobre a ONU e Genebra para mudar as políticas globais, e o Padre Lorenzo partilhou connosco a luta da rede Igreja e Mineira contra as actividades mineiras abusivas na América Latina. Todos eles reforçaram a responsabilidade e a necessidade de trabalho neste sector que temos na Europa.

A última sessão do dia esteve a cargo dos LMC de Itália, que apresentaram vários dos projectos que estão a desenvolver em diferentes partes do país. Desde o acolhimento de migrantes na comunidade de La Zattera em Palermo. Um lugar onde poder organizar as suas vidas, descansar e começar a integrar-se na nova sociedade.

Nesta linha, Venegono explicou os projectos que desenvolvem desde Combinazione, tais como os vários abrigos de refugiados que dirigem, onde actuam desde o primeiro acolhimento até um último recurso na estrada para uma vida independente, onde facilitam a saída dos recursos anteriores.

Também explicaram o trabalho que fazem para aumentar a sensibilização nas escolas. Levar as realidades do mundo às crianças e jovens, com projectos de sensibilização adaptados a diferentes grupos etários, por vezes com o testemunho de migrantes africanos. Ou mesmo com a publicação de um livro que ajuda a compreender a realidade de uma sociedade em mudança e o papel de todos nesta sociedade, especialmente os mais jovens.

Finalmente, Simone partilhou connosco a sua experiência de vida como LMC na comunidade religiosa comboniana de Castel Voturno e, em particular, o seu trabalho na associação Black and White que tenta oferecer alternativas educativas e de lazer aos filhos dos migrantes que chegaram a Itália e que no entanto nasceram em Itália e que nem sequer têm direito à cidadania italiana. Também como este recurso se torna o único local de lazer ou possibilidades de estudo para estes rapazes e raparigas devido às más condições do bairro onde eles vivem.

No final deste dia intenso pudemos ter um tempo de silêncio e oração juntos, organizado a partir de Espanha. Uma oração simples nas diferentes línguas, onde pudemos colocar aos pés do Senhor tudo o que partilhámos, as necessidades de todas as pessoas que servimos e a nossa vontade de continuar o caminho para onde quer que Ele nos chame.

Com o Pai-Nosso em cada uma das nossas línguas, encerramos este belo dia de partilha e sonho juntos a partir dos dons e serviços que cada um de nós desenvolve. Certamente que terá iluminado muitos para novas iniciativas e encorajado a todos sabendo que estamos juntos nesta causa comum que é o Reino de Deus.

Um grande abraço a todos vós e graças àqueles que participaram, pois com as vossas contribuições fizeram-nos crescer.

Alberto de la Portilla. Comité Central dos LMC