Leigos Missionários Combonianos

Como é bom receber o fruto do trabalho!

Casa Familiar Rural

É muito bom produzir com dedicação, buscando a qualidade daquele alimento nutritivo, saudável e diferenciado. Mas vendê-lo e obter um preço justo, ouvir os elogios de quem leva para a sua mesa, é ainda melhor.

Foi um pouquinho disso que nossas alunas e alunos do terceiro ano da Casa Familiar Rural de Açailândia viveram nesta sexta-feira graças a uma parceria dos movimentos sociais com a Secretaria Municipal de Agricultura de Açailândia e o projeto PAGES da SAF/ Estado do Maranhão. Uma Feira Agroecológica da Agricultura Familiar.

Já é o segundo ano que a Casa Familiar Rural de Açailândia, num projeto das disciplinas de Economia Rural, Introdução à Agroindústria e outras, faz um microcrédito para que os nossos estudantes tenham uma primeira experiência de empreendedorismo na economia solidária. Emprestamos valores de R$ 500 para que grupos de 4 a 5 jovens produzam algum produto baseado em ingredientes da agricultura familiar e tenham uma experiência de comercialização. Assim, produziram geladim, trufas, bolo no pote, pé de moça… muito saborosos e venderam em eventos na escola e nas feiras.

Todos devolveram o microcrédito e ainda tiveram lucros significativos, além de aprender a organizar a produção, a comercialização, trabalhar de forma cooperativa, administrar os custos de produção, fixar os preços e dividir os lucros. Ganha-ganha!

Além disto, também venderam a produção rotineira de todos os estudantes da CFR: peixes, hortaliças, fava, puba…

E ainda ajudaram nas vendas de outros feirantes.

Cooperação é o caminho para a agricultura familiar e para a superação do capitalismo!

Terra Presente de Deus

LMC Moçambique

Quando Deus criou o mundo, e ao ser humano entregou

Pensou no seu bem-estar, não no caos que o homem causou

Na vida plena para todos, que com muito amor se dedicou.

A terra é presente divino, sem ela a vida não há

Precisamos mudar o destino, a realidade transformar

Saber que somos os responsáveis, para a vida continuar.

Preservar o que Deus criou, reflorestar o lugar

Limpar rios e lagos, o oceano respeitar

Cuidar dos animais e das plantas e a vida preservar.

Mudar nosso estilo de vida, reciclar e reutilizar

Usar adubo orgânico e nossa hortaliça plantar

Mudar nossa agricultura e as doenças evitar.

Cobrar das nossas autoridades, políticas públicas para melhorar

A vida do cidadão e o lugar onde ele está

Ter coragem de assumir, que a política é para trabalhar

Melhorar a vida do povo e o planeta respeitar.

Essa é à consciência, que todo ser humano deve ter

Que não estamos sozinhos, fomos feitos para juntos viver

Respeitando a cada um, pois, por menor que possa ser

Tem sua utilidade, tem direito de viver.

A Laudato Si nos ensina, que é possível transformar

O papa Francisco nos mostra, práticas para utilizar

A Encíclica é o caminho, onde o cristão deve se inspirar.

Regimar Costa – LMC Brasil em Moçambique

Cuidar da nossa casa comum e da democracia é uma luta diária!

LMC Brasil

Na conferência Gerando Esperança pela Justiça Climática, promovida pelo Vaticano marcando o 10º aniversário da encíclica Laudato Si’, o Papa Leão XIV sublinhou que “não há espaço para indiferença ou resignação”, e dentre tantos alertas, falou da necessidade de que “Todos na sociedade, por meio de organizações não governamentais e grupos de defesa, devem pressionar os governos a desenvolver e implementar regulamentos, procedimentos e controlos mais rigorosos. Os cidadãos precisam de assumir um papel ativo na tomada de decisões políticas a nível nacional, regional e local”

Este chamamento do Papa está diretamente ligado com a reflexão feita no Grito dos Excluídos deste ano, manifestação que ocorre no Brasil a cada 7 de setembro, como podemos ler na partilha feita pela LMC italiana, Emma Chiolini, a seguir:

A manifestação tem um significado profundo desde sua criação em 1995, destacando desigualdades existentes em diversas áreas, como a falta de acesso à saúde, educação, moradia, trabalho decente e segurança, que ainda não serão garantidas a todos em 2025. O evento deste ano também tem como lema “Cuidar da nossa casa comum e da democracia é uma luta diária!”, refletindo a conexão com as crises climática e social e a defesa da democracia em um momento de ameaças internas e externas. Além disso, este ano em particular, houve solidariedade ao povo palestino e ao genocídio que sofre em uma guerra sem precedentes, política, social e humanamente injusta. Mais do que um protesto, o Grito dos Excluídos representa a resistência popular, articulando a defesa dos direitos humanos, da soberania nacional e da democracia. A manifestação é, portanto, um chamado à solidariedade e à participação cidadã, reafirmando que a luta por justiça social deve ser constante para que o Brasil e o mundo avancem rumo a uma sociedade mais justa, democrática e sustentável.

Em 2025, o movimento fortalece essas reivindicações promovendo um Plebiscito Popular, cujo objetivo é incluir a população nas decisões sobre questões como a redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6×1 e a tributação dos super-ricos. A participação de todos é importante; é democracia, é igualdade, é reconhecimento. Não podemos ficar indiferentes ao sofrimento daqueles que são esmagados diariamente por esta sociedade. Não podemos ficar indiferentes à desigualdade. Não podemos ficar indiferentes ao sofrimento dos povos oprimidos e à arrogância dos mais fortes. Portanto, o grito dos Excluídos não deve ser silenciado, nem deve ser silenciada a denúncia daqueles que desejam silenciá-lo. Acredito em um caminho que se constrói em conjunto, que parte de baixo, do povo, de uma consciência crítica, que nos permite ver que a luta deve ser constante e contínua. Bertolt Brecht disse que quando a injustiça se torna lei, a resistência se torna um dever. Em um mundo globalizado, não podemos mais dizer que não sabemos. Pepe Mujica nos deixou uma citação que serve de exemplo para o nosso dia a dia: “A política é uma luta pela felicidade de todos”. Em um mundo onde a humanidade parece estar desaparecendo, vamos fazer a diferença novamente: vamos ser humanos novamente!

Emma Chiolini, Salvador, Brasil

Casa Familiar Rural de Açailândia celebra seus 20 anos

LMC Brasil
LMC Brasil

Na noite da última sexta-feira, 26 de setembro, a Casa Familiar Rural de Açailândia (CFR), realizou a 13ª edição de sua tradicional Noite da Filosofia Camponesa. Festa anual que tem como objetivo exaltar os saberes e consciência do povo camponês.

O evento, organizado pela coordenação pedagógica, direção e corpo discente da escola, trouxe como tema deste ano “CFR, 20 Anos Plantando Conhecimento e Colhendo Saberes: educação do campo, juventude e agricultura familiar”. A noite foi repleta de momentos memoráveis, como a mística inicial, a leitura do discurso do Missionário Comboniano do Congo, padre Joseph Mumbere, a apresentação artística da turma do primeiro ano e a entrega do grau de técnico agropecuário aos concluintes, seguida de uma apoteótica chuva de fogos regada a lágrimas e abraços.

As Casas Familiares Rurais, modelo que nasceu na França, trazido ao Brasil no final da década de 60, são estruturadas na pedagogia da alternância, na formação geral e técnica e na sucessão familiar. A CFR de Açailândia foi fundada por leigos missionários combonianos em 2001, acolhendo as primeiras turmas de jovens do campo em 2005. E mesmo passando por diversos desafios, já formou mais de 200 alunos, filhos da classe camponesa dos mais diversos municípios da região.

Xoancar, LMC