Leigos Missionários Combonianos

Acaba-se uma coisa e começa-se outra

Ewa“As nossas crianças  acabam de terminar o seu período de férias. Que, neste ano, foram excepcionalmente mais longas: três meses, por causa das eleições presidenciais, que se realizaram no passado dia18 de Fevereiro. Felizmente, por aqui tudo correu calmamente e sem problemas maiores. Daqui a umas três semanas, já estarei de novo na Polónia. Bem, acaba-se uma coisa e começa-se outra. Durante o período de férias, passei a maior parte do tempo com as crianças mais pequenas, com aquelas que têm maiores dificuldades na escola. Era uma espécie de aulas de recuperação. Depois das aulas, passávamos muito tempo com as crianças, para nos divertirmos juntos, brincando e pintando, criando objectos de barro e papel, para depois os colorir e recortar. O que na Polónia é comum, mas para as minhas crianças no Uganda tratava-se de algo novo e muito especial.”

Apesar de a minha profissão ter a ver com a administração, aqui também trabalhei como baby-sitter e assistente social. Todo este tempo que estive aqui, fui descobrindo que este é um bom lugar para mim. É incrível e surpreendente, porque nunca quis, e nem nunca tinha pensado em fazer o que fiz. A missão é assim, ensina-nos a obedecer e a estar nos lugares onde é mais preciso estar, e não onde se mais gosta ou se gostaria de estar. Às vezes a nossa imaginação não se coaduna com a realidade, é bem diferente e distante das necessidades reais do mundo. Aqui, descobrimos como se tornam importantes o tempo, a oração e a abertura ao Espírito Santo. Os três pilares para se chegar a descobrir, neste contexto particular, o que Deus quer de nós. Não posso dizer que agora já descobri tudo, mas estou numa atitude contínua de procura. Estou a começar a entender por que fui enviada para aqui. Agora, quando o meu período missionário de dois anos terminar, sei que quero voltar para aqui, para junto das minhas crianças de St. Jude.

EwaSt. Jude não são só as crianças, mas todas as pessoas que lá trabalham. As baby-sitter e assistentes sociais, com quem passo muito tempo. No início do meu serviço missionário, o meu trabalho era dedicado à gestão de todos os funcionários, o que não foi nada difícil, pois era a mais jovem de todos, mas devia supervisionar tudo e todos. Devia verificar e avaliar. Não era uma situação confortável, porque achava que tinha vindo para ali para ajudar e não para controlar. No entanto, como já referi antes, a missão ensina-nos a humildade e, também, ajuda a conhecermo-nos melhor a nós mesmos e aos nossos conhecimento e comportamentos. Tenho que admitir que, às vezes, as coisas que pareciam as mais evidentes, terminaram com um mal-entendido. O modo de ser, de falar, de gesticular foram interpretados de forma incorrecta. Ao longo do tempo, felizmente, tivemos oportunidade de aprender uns com os outros.
A missão também é comunidade. O que, para mim, foi extraordinária. Em Gulu, onde tudo era novo para cada uma de nós quatro, fomos capazes de criar uma comunidade. Como aquela que já existia em Matany, onde trabalhou a Danusia, outra LMC polaca. Éramos quatro jovens e inexperientes: três polacas e uma espanhola. Juntas, trabalhamos, rezamos, conversamos, descansamos, mas também discutimos e tivemos os nossos mal-entendidos. Mas tudo foi belo, preciso, intenso. O que sempre nos manteve unidas foram as pessoas, a missão e, em especial, a oração. Cada uma de nós é uma imagem diferente de Deus, mas com a mesma fé e com um coração grande e aberto.
Em nome da minha comunidade e de mim mesma, gostaria de agradecer a todas e a todos aqueles que nos apoiaram com os mais pequeninos gestos, com um postal ou um e-mail. Em nome das minhas crianças, gostaria de agradecer também todo o apoio económico, o que, graças a ele, permitiu-nos fazer uniformes para as crianças, melhorar a comida e a saúde… enfim, permitiu-nos colorir um pouco mais a vida de cada uma daquelas crianças. Mas acima de tudo, gostaria de agradecer por cada uma das vossas orações, por terdes pensado em nós… pois, sem vós, não teríamos podido estar aqui.

Ewa

Ewa Maziarz, LMC

1º Dia – comunidade PI (preparação imediata) internacional

Braga

Foi com grande entusiasmo e atenção que a Comunidade Académica de Braga esteve com a Kasia e a Barbara neste que foi o primeiro destas LMC em Portugal.

Durante esta atividade, promovida pela Pastoral Universitária de Braga, as LMC partilharam as suas histórias de vida e o seu testemunho missionário neste tempo que antecede a partida para a Missão de Carapira.

LMC Portugal

 

Comunidade internacional de formação em Portugal

Portugal LMC

É com alegria que acabamos de receber entre nós a Bárbara (LMC italiana) e a Kasia (LMC polaca) que irão ficar connosco até abril para a aprendizagem do português. Esta preparação tem em vista a partida para a Missão de Carapira, Moçambique.

Durante este tempo ambas partilharão vários momentos connosco e juntos faremos uma caminhada rumo a uma maior internacionalização.

A elas damos as boas-vindas e a todos pedimos a oração para este tempo de formação específica que antecede a partida missionária.

LMC Portugal

 

[Comité Central] Formação para a Missão

Uma semana não é muito tempo, e por isso, há que a aproveitar muito bem! Sem dúvida que a semana que passei na Polónia foi muito bem aproveitada. Nesta ocasião, queria partilhar convosco o tempo de formação que tive com a comunidade internacional que se está a preparar para partir para o Uganda.

Dedicamos 3 dias intensivos (manhã, tarde e noite) para a formação. Não foi fácil a realização desta formação em inglês, já que não é a língua materna de nenhum de nós, e para além disso necessita de ser aperfeiçoada antes da partida para a missão (elas irão fazê-lo em Londres a partir de Março). Mas não há obstáculo suficientemente grande quando existe vontade! De imediato pegamos nos dicionários de espanhol, polaco e inglês para acertar na palavra exacta, e a ajuda mútua não se fez esperar. No entanto, tornámo-lo possível, ainda que ao final do dia a cabeça pedia descanso pelo esforço, mas valeu a pena.

Creio que foi uma semana bonita, interessante e necessária. Como grande família que somos, todos nos sentimos responsáveis por esta comunidade que caminha para abrir novos horizontes, e creio que foi importante dispor de algum tempo para as acompanhar. Este tempo de formação foi um tempo de diálogo onde partilhamos o nosso ser LMC, a nossa chamada vocacional e os sonhos que temos como missionários. A todos estes ideais, sobre os quais é importante falar antes de partir, acrescentamos um tempo de aprofundamento e aprendizagem mais “profissional” sobre a nossa estadia e serviço na missão.

Começamos por reflectir entre todos os que é ter esta vocação LMC e a nossa vontade de a partilhar. Depois dedicamos uma tarde para conhecer em profundidade, a história do movimento e dos documentos mais importantes a nível europeu e internacional que nos ajudem a centrar nesta construção de uma comunidade internacional, onde esperamos que participem muitos outros LMC de diferentes países. Para isto, é bom cimentar bem as bases.

Para fixar os pilares desta comunidade, trabalhamos toda a manhã e parte da tarde do segundo dia, partilhando e confrontando entre todos, as nossas expectativas comparativamente com experiências concretas de outros LMC, as nossas dúvidas e os nossos sonhos.

Depois falamos da importância da inculturação, do conhecimento do outro e de nós mesmos, para não transpormos modelos europeus, para dar o tempo e o espaço ao outro, para não cairmos na armadilha de impor as nossas soluções aos outros, mas apenas ajudemos a que cada pessoa, cada povo, possa ter voz própria e encontrar as suas próprias soluções.

No último dia falamos um pouco sobre a importância de conhecermos melhor a realidade em profundidade, de escutar bastante para entender muito bem, e de ter tempo suficiente para partilhar as nossas vidas, conhecendo em primeiro lugar, o novo meio que nos rodeia e as suas gentes.

Por último, terminamos falando sobre Comboni. O que significava para cada um de nós os desafios que se colocam em sermos combonianos, o estilo, a metodologia, a paixão e a entrega de que somos herdeiros e à qual devemos fidelidade. Tudo isto, como LMC e como família comboniana. Queremos que essa seja a nossa referência, também em Gulu (Uganda) a partir do trabalho da comunidade, desde a família e desde a realidade e necessidades do povo, abertos a aprender todos os dias e a contribuir com o melhor de nós mesmos.

Pessoalmente, considero que foi um tempo muito rico, que me permitiu conhecer melhor esta comunidade e estreitar relações.

Espero que se sintam sempre protegidas por nós. São enviadas por todo o movimento e, como tal, estaremos a apoiá-las.

por Alberto de la Portilla

[Polónia] Nova comunidade internacional LMC em Cracóvia

LMC en Cracovia

Ser missionário, é ser capaz de aceitar as mudanças com alegria e esperança, onde quer que estas nos levem e com as pessoas que seja. E é muito mais fácil, quando descobri com entusiasmo, que em Cracóvia também me sinto em família e em casa. A comunidade recebeu-me com muito carinho e, o facto de conhecer as minhas novas companheiras de aventura, só fez aumentar a minha vontade de chagar a África. Três polacas e uma espanhola, que se comunicam em inglês, constituem a nova comunidade internacional, com a intenção e o desejo de aprender rapidamente o Acholi.

Somos a Monika, Ewa, Asia e a Carmen. Apesar do frio do inverno polaco, há muito calor nos nossos corações e, existe a vontade, de percorrer juntas este caminho, como comunidade. Não sei se é devido ao desejo que todas nós partilhamos, mas o facto é que nos relacionamos muito bem e a comunidade respira saúde.

Continuamos com o processo de formação, tentando assimilar e interiorizar coisas tão necessárias como saber quem somos (leigas missionárias combonianas), saber a nossa história e aprender o que significa entrar e integrar-se numa cultura desconhecida, diferente, e da qual nos queremos aproximar com o maior respeito possível.

Creio que somos uma equipa que se vai complementar bastante bem. Existe muita frescura e alegria de viver o Evangelho e a Missão que o Papa Francisco nos tem recordado e que nós tentaremos não esquecer em nenhum momento da nossa experiência em Gulu (Uganda).

Não podia ter sido mais positivo este começo de ano com a minha família, a família comboniana, com as leigas polacas e os padres combonianos da comunidade de Cracóvia. Juntos conseguem transmitir esta ideia de unidade e de entusiasmo com que todos sonhamos, em torno de um mesmo objectivo: seguir Jesus, caminhando ao lado dos últimos.

por Carmen Aranda Arnao