Leigos Missionários Combonianos

[México] Partilhamos a nossa alegria…

Isabel, Alma Rosa y Carolina

No passado dia 21 de Outubro, iniciou a experiência comunitária de Ma. Isabel Buenrostro e Carolina Carrear, com alguns detalhes incomuns, pois tiveram que iniciar a experiência de missão, já que a comunidade missionária de Huexuapa, Guerrero, por razões familiares, ficou apenas com um único elemento, e enquanto alguém decide fazer equipa com a Alma Rosa Navarro, elas estarão na missão até 31 de Janeiro, para continuar a sua preparação na cidade do México.

Enquanto equipa, elas apoiam na pastoral catequética, litúrgica e indígena, assim como com o seu trabalho profissional, já que uma é médica e a outra técnica de puericultura.

En el trabajo profesional Caro en la catequesis
Ayudándo a desarrollar habilidades Dirigiendo el momento de Adoración

Pedimos as vossas orações para elas.

Um abraço. FELIZ NATAL!!!

por Manuela, LMC México

[Gana] Notícias breves…

IMFH

No passado dia 23 de Novembro de 2013, tivemos o nosso oitavo encontro em Abor (Gana), no centro “A casa do meu Pai” (IMFH – In my Father’s house), instituição fundada pelo sacerdote comboniano P. Joseph Rabbiosi.

Este centro é o espaço que foi escolhido pela província como centro para os LMC, onde em 2012 esteve um LMC dos Estados Unidos. O centro IMFH é uma instituição que se ocupa das crianças mais vulneráveis e abandonadas. Vivem no centro, e ali se preparam tanto espiritualmente como intelectualmente, para se responsabilizarem por si próprias.

Fomos sete, os leigos que mais tarde nos unimos ao projecto, graças ao P. comboniano Juan de Dios. Tudo começou quando conhecemos um grupo de jovens no centro IMFH. No centro existe um grupo de jovens que terminou a escola secundária e agora está a preparar-se para o ensino superior. Como LMC’s vimos que era nosso dever ajudar estes jovens a preparar-se para o futuro. Conforme o planeado na nossa reunião, decidimos que James Abotsi e Christian Wotormenyo conduziriam os encontros com estes jovens. Assim, começamos por prepará-los para a importância de escolher os requisitos prévios, para realizarem opções sobre o que fazer no futuro. Somos agora responsáveis por um bloco especial na formação destes jovens.

IMFH IMFH
IMFH IMFH

Quando termina o encontro com os jovens, continuamos com a nossa reunião LMC, na sala do 2º piso do edifício da administração do centro IMFH. Nessa reunião tentamos acabar o nosso directório, que aprovaremos em breve.

Agora temos um lema:

“LMC: resposta = África ou morte”

“LMC: resposta = Salvar África com África”

Também tentamos que cada LMC esteja bem preparado, conhecendo a vida do fundador, a sua espiritualidade e a sua visão. Para ajudar nesta tarefa, temos uma pequena biblioteca na nossa sala e que todos os LMC podem consultar.

IMFH IMFH

Os LMC estão envolvidos na vida do centro e na tomada de decisões. Todos os leigos que trabalham na gestão do projecto IMFH são LMC’s, e um deles, é designado para representar os LMC na direcção do centro IMFH.

 

por Justin Nougnui, Coordenador

Este é o nosso campo de missão aqui na periferia de Contagem na Paróquia de São Domingos

Visita pastoralA Paróquia São Domingos e suas treze comunidades, receberam a visita pastoral de dom Luiz Gonzaga Fechio (Bispo de Belo Horizonte), dias 7 e 8 de dezembro, no bairro Nova Contagem. Um momento especial de comunhão e partilha.

No sábado, os padres missionários Combonianos apresentaram as atividades da Paróquia e visitaram as comunidades religiosas. Durante a Missa da noite, dom Luiz Fechio conferiu o sacramento da Crisma aos jovens das comunidades.

Dom Luiz visitou no domingo, a Casa Comboniana que, por meio da Pastoral Carcerária, oferece apoio a famílias de presidiários e a pessoas com dependência química. Também se reuniu com lideranças do Conselho Pastoral Paroquial e coordenadores das comunidades.

Dom Luis Fechio em sua visita pastoral aproveitou para conhecer também a casa dos Leigos Missionários Combonianos aqui no Ipê Amarelo e saber  como é a vida dos LMC. Para ele e para nós foi bom partilhar as experiências, alegrias e tristezas, mais alegrias é claro. Dom Luis ficou contente de saber que numa periferia distante de tudo, os LMC se faz comunhão com o povo.

Uma Missa com a presença de representantes das treze comunidades marcou o encerramento da visita.

Visita pastoralPor Maria de Lourdes Vieira

[Etiópia] A única coisa necessária…

Open Hands

Para mim, uma das coisas mais difíceis da vida missionária, foi aceitar tudo o que estou a “perder”. Nos meus momentos de dificuldade, penso que estou a perder a minha família, os meus amigos mais chegados (aqui é tão difícil fazer amizades autênticas!), os meus afilhados, o meu desenvolvimento profissional, a minha poupança para a reforma, a minha cultura e outras coisas como estas. Foram necessários alguns anos para chegar a um acordo, sobre aquilo que necessitava deixar para trás, para dar uma resposta autêntica ao apelo que Deus me faz para amar mais, e que é o que neste momento me mantém na Etiópia. Agora, na maior parte dos dias, sinto-me em paz, o que é um efeito lógico do sacrifício voluntário. Mas aprendi que o efeito mais importante, é abrir-me aos outros, expandir os meus horizontes para além de mim próprio, até chegar às necessidades dos outros. Os escritos de Thomas Merton, mais concretamente em “Nenhum homem é uma ilha”, foi para mim uma grande inspiração.

“Aquele que está satisfeito com o que tem, e que aceita o facto de que inevitavelmente perderá muito durante a sua vida, estará em paz e muito melhor, do que aquele que tem ou experimenta muito mais, mas apenas se preocupa com tudo o que poderá estar a perder. Portanto, não podemos melhorar o que somos se, os nossos corações, estiverem sempre divididos entre o que somos e o que não somos.

A perfeição relativa, que devemos alcançar nesta vida, se queremos viver como filhos de Deus, não são realizar actos perfeitos de virtude durante as 24 horas do dia, mas ter uma vida em que praticamente se tenham eliminado e superado todas as barreiras ao Amor de Deus.

Um dos maiores obstáculos, para esta perfeição do amor altruísta, é a ansiedade egoísta de tirar o máximo de tudo, ter um êxito brilhante perante os nossos olhos e perante os olhos dos outros. Apenas nos podemos libertar desta ansiedade, sendo felizes por perder alguma coisa, em quase tudo o que fazemos. Não podemos dominar tudo, provar tudo, compreender tudo, chegar a todo o lado, esgotar cada experiência até aos seus últimos recursos. Mas se tivermos a coragem de deixar ir quase tudo, provavelmente poderemos conservar a única coisa importante para nós – seja o que for. Se estamos demasiado ansiosos por muitas coisas, perderemos inclusive, a única coisa que necessitamos.

Este tipo de felicidade autêntica consiste precisamente, em averiguar o que é “a única coisa necessária” nas nossas vidas e renunciar com alegria a tudo o resto. Então, através de um paradoxo divino, descobrimos que tudo o resto é-nos oferecido juntamente com a única coisa que necessitamos.

por Mark

 

Maggie, Mark y Emebet Banga, Leigos Missionários Combonianos, Awassa, Etiópia

[RCA] Missão desde a fragilidade

Comunidad de Boda

É a primeira vez que chego à missão de Boda. Decidimos celebrar a festa de Comboni com os nossos irmãos de Boda que passaram por momentos difíceis com o conflito Seleka, pois assaltaram-lhes a casa várias vezes e roubaramlhes quase tudo. Em Boda vivem três irmãos combonianos: Adelino, com 70 anos, tem uma saúde muito deteriorada; Berti, com 74 anos, continua a ser um “todo-terreno” na paróquia de Boganangone; e Claude, um centro-africano de 45 anos.

A irmã Margarithe, de Martinica, conta-me o sofrimento da sua gente. Trabalha no hospital da cidade. Em Agosto, perante a violência dos soldados, o médico e as parteiras fugiram, e agora, muitas mulheres dão à luz na floresta e são várias as crianças e as mães que acabam por morrer. No hospital, tem que se enfrentar todos os dias, as condições desumanas em que vive este povo.

É neste contexto de precariedade e sofrimento que, para celebrar a festa de Comboni, Adelino nos convidou a meditar esta manhã sobre a “Missão desde a fragilidade”. Partindo da experiência da Igreja de Argel, confrontada desde há uns vinte anos com vários mártires, como o seu bispo Pierre Claverie, os sete monges de Tiberine, ou os quatro padres brancos e tantos outros missionários e cristãos… Reflectimos sobre o que quer dizer viver a missão na nossa situação concreta de dor e sofrimento; uma missão desde a fragilidade.

Nestes momentos estamos chamados a viver a missão de mangas arregaçadas. Não fomos nós que escolhemos este momento de prova, foi nosso Senhor, o Servo sofredor quem nos conduziu até aqui.

Quando fazemos conspirações mentais, perguntando-nos “Qual seria o momento ideal para a missão?”, enganamo-nos com eventos futuros utópicos, distantes do coração de Deus. Esse momento ideal da missão, não existe; o momento ideal é hoje, o presente… Os quatro padres brancos assassinados na Argélia, estavam conscientes da sua vulnerabilidade e por isso, escolheram “a fragilidade como linguagem do amor…”. Este tempo convida-nos a uma segunda escolha, diziam eles; passar “de uma espiritualidade de desenvolvimento para uma espiritualidade de presença e de diálogo”. Em última análise, não é outra coisa senão seguir o modelo de Jesus, que encarnou para viver a vida dos homens. “Saber os limites da nossa impotência e tomar consciência da nossa pobreza radical, do nosso ser despido diante Deus, não pode ser mais do que uma chamada urgente, para criar perante o outro, relações de “não poder”; tendo reconhecido a minha própria debilidade, posso não apenas aceitar a debilidade dos outros, mas também viver o convite a fazer minha essa debilidade, imitando desta forma, Cristo pobre” (Cristel, padre Branco).

O diálogo autêntico situa-se no “não poder”; enraizado na debilidade e na fragilidade. Só existe verdadeiro diálogo, quando cada um enfrenta a sua própria vulnerabilidade e fragilidade. Isto exige uma mudança de visão, ao estilo de S. Paulo (1 Cor 2, 1-5), que se vangloria da sua própria fragilidade, para assim, aproximar-se do outro com a força da debilidade…

Com certeza, a debilidade não é uma virtude, mas a expressão de uma realidade fundamental do nosso ser que tem que ser constantemente moldada pela fé, pela esperança e pela caridade para transformar-se na debilidade e na pobreza de Cristo. Jesus não escolheu expedientes fortes; a Igreja não pode apoiar-se no seu poder nem na sua força. Nestes momentos de crise e prova, somos convidados a fugir de uma Igreja auto-referencial, uma Igreja que seja, ela mesma, um fim; quando a Igreja toca a debilidade e a fragilidade dos homens, então, desde a sua própria fraqueza pode converter-se em mistério de salvação.

Em toda esta pedagogia da fragilidade, seguindo os passos de Comboni, vimos como a oração é a nossa única força, e portanto, meditamos sobre três tentações da nossa oração nestes momentos de crise:

1ª) O medo perante o futuro… pensar que não há futuro. Temos medo que Deus nos abra os olhos e nos dispa; temos medo porque sabemos que Deus quando pede a mão, toma o braço inteiro…

2ª) A evasão… viver num futuro hipotético que não existe; “se tivesse vivido noutro momento, em outras circunstâncias, com outras pessoas…”. A evasão é o medo e a negação da presença de Deus na minha vida.

3ª) A impaciência… Querer tudo agora, imediatamente… A lógica da paciência de Deus vai noutro sentido… a lógica da cruz, do grão de trigo.

Não, não fomos nós que elegemos este tempo de dor e prova, foi o Senhor Jesus quem nos conduziu amorosamente até aqui para que desde a nossa própria fragilidade e vulnerabilidade, quem sabe, possamos entrar em verdadeiro contacto com este povo humilhado e ultrajado.

“Porque é que vocês ficaram?” Perguntaram aos da Argélia. – Este é o lugar da Igreja, a cruz do seu Senhor.

Por Jesús Ruiz (MCCJ em Mongoumba).