Leigos Missionários Combonianos

Comunidades celebram 40 anos do martírio de Padre Ezequiel Ramin e reafirmam compromisso com justiça e fé

LMC Brasil

No domingo 20 de julho, a Comunidade Padre Ezequiel Ramin celebrou um marco histórico e simbólico: os 40 anos do martírio deste missionário comboniano e também os 40 anos de existência da própria comunidade que leva seu nome, no município de Mirante da Serra (RO). O evento reuniu cerca de 300 pessoas, com representantes das comunidades vizinhas e do Assentamento Pe. Ezequiel, que também celebra 25 anos de sua fundação.

A celebração integrou a programação da 10ª Romaria do Padre Ezequiel Ramin, realizada em Cacoal/RO e Rondolândia/MT, no final de semana seguinte, nos dias 26 e 27 de julho.

Um dos momentos mais comoventes da celebração foi a presença e o depoimento de Fabiano Ramin, irmão mais novo de Padre Ezequiel, que veio da Itália especialmente para participar da programação. Em sua fala, marcada por emoção contida e gratidão profunda, Fabiano destacou a força da memória que permanece viva entre o povo que Ezequiel escolheu servir com sua vida.

“Eu tenho ganas de chorar, mas não vou chorar. Os idosos têm ganas de chorar quando estão muito emocionados. Então, estou nessa situação. Sou o caçula da família Ramin e estou muito agradecido com vocês por esta festa, por esta ocasião em que se recorda não apenas o assassinato de Padre Ezequiel, mas também o nascimento da comunidade, o batismo de um povo que segue lutando.”

Ele reforçou que a celebração não é apenas uma recordação do passado, mas um ato de esperança e continuidade: (…) “A missão do cristão, como Ezequiel escrevia, é anúncio e denúncia. Denunciar a injustiça faz parte da fé. E vocês continuam essa missão.”

A presença dos missionários combonianos em Mirante da Serra ao longo da Semana Missionária reafirmou a continuidade do carisma e da missão de Padre Ezequiel Ramin, que também era comboniano. Participaram de atividades pastorais, visitas domiciliares e momentos de escuta e oração junto às famílias da Paróquia Nossa Senhora dos Migrantes, Diocese de Ji-Paraná.

A presença missionária reforça a dimensão internacional e libertadora da Igreja em terras amazônicas — uma Igreja que caminha com o povo, escutando suas dores e esperanças. Ao visitarem as casas, os combonianos fortaleceram os vínculos comunitários e também reavivaram o espírito missionário de Ezequiel: uma fé que denuncia a injustiça e anuncia a esperança.

A celebração seguiu com almoço comunitário, escuta de moradores, apresentação do Palhaço Liro e encerramento com bingo comunitário.

Um dos momentos mais simbólicos foi a encenação mística feita por jovens da comunidade, que retratou a luta pela terra e denunciou as estruturas que levaram ao martírio de Padre Ezequiel: “Ele foi assassinado porque defendeu os sem-terra, os posseiros, os indígenas. Porque acreditava numa sociedade justa.”

LMC Brasil

Leia a notícia desta celebração na íntegra na página do Instituto Pe. Ezequiel Ramin: https://iper-amazonia.com.br/noticias/comunidade-celebra-40-anos-do-martirio-de-padre-ezequiel-ramin-e-reafirma-compromisso-com-justica-e-fe/)

Tenho a paixão de quem segue um sonho

Romeria Ezequiel Ramin

“Gostaria de dizer algo especial para vocês que são sensíveis às coisas belas: tenham um sonho! Cultivem um sonho bonito e o sigam por toda a vida! A vida que tem um sonho é uma vida feliz. A vida que segue um sonho é uma vida que se renova a cada dia. A nossa vida que parece longa, na verdade é curta. Que o sonho de vocês faça felizes não somente todas as pessoas, mas inclusive as próximas gerações. É belo sonhar de fazer feliz toda a humanidade. Não é impossível!– Ezequiel Ramin

O Pe. Ezequiel Ramin, missionário Comboniano, escreveu esse texto quatro anos antes de ser brutalmente morto por pistoleiros no dia 24 de julho de 1985, em Cacoal, estado de Rondônia, aos 32 anos de idade. Tinha um sonho. O sonho do Reino de Deus. Abraçou a causa dos mais pobres. Morreu defendendo os pequenos e injustiçados, lavradores e indígenas. Neste ano fazemos memória dos 40 anos do martírio do Pe. Ezequiel Ramin, mártir da justiça na Amazônia.

Estima-se que mais de duas mil pessoas de Rondônia e de outros lugares do Brasil e do mundo, participaram da 10ª Romaria Pe. Ezequiel Ramin e fizeram memória de seu martírio em Cacoal/RO e Rondolândia/MT, nos dias 26 e 27 de julho. Neste 2025 os missionários Combonianos também marcam 50 anos de presença em Rondônia.

Que o testemunho de Ezequiel Ramin nos anime na missão.

“Se a minha vida lhe pertence, também lhe pertence minha morte.” – E. Ramin

Pe. Ezequiel Ramin, presente!

LMC Brasil

Atualizações sobre o ciclone Jude!

LMC Mozambique

Caros amigos,

depois de muito tempo, finalmente conseguimos escrever e dar-vos notícias sobre este importante e delicado projeto de apoio humanitário, que estamos a desenvolver e a levar adiante com todo o coração e com todas as nossas forças.

Os projetos e trabalhos que estamos a realizar são muitos e procuramos dar o nosso melhor no que fazemos pelo bem deste povo. Ficámos com as notícias de uma primeira intervenção urgente apoiada pela equipa missionária (leigos juntamente com os padres combonianos) que trabalha na paróquia de Carapira.

Se se lembram, no mesmo dia do ciclone, reunimo-nos e abrimos as portas da Igreja e não só, para acolher os desalojados afetados e dar, como primeira intervenção, comida e um alojamento onde passar a noite. Poucos dias após este desastre, também o distrito de Monapo, que interveio com algumas associações para dar apoio a estas famílias, pediu-nos ajuda para chegar ao maior número possível de pessoas. Obviamente, não recuámos e apoiámos tudo até que a situação se tornou um pouco complicada, porque alguns não recebiam ajuda. Após várias intervenções com eles, percebemos e intuímos que o apoio que era necessário dar tinha de assumir uma forma diferente e, por isso, questionámo-nos sobre qual seria a forma mais correta de ajudar e como. Porque, sejamos sinceros, todos somos capazes de dar coisas e todos podem chamar-se missionários, mas a pergunta correta é: como posso ajudá-los para realmente dar apoio? Para que possam continuar a ter uma vida digna? Para que não permaneçam numa situação de dependência, mas possam construir a sua vida a partir desta experiência! A partir desta pergunta profunda, começaram todas as nossas reflexões como equipa missionária, colocando em cima da mesa todos os riscos e possibilidades. O Senhor é grande!

A partir destas reflexões e vendo um pouco mais amplamente a situação geral, partimos imediatamente, fazendo um censo geral da nossa paróquia, ou seja, de todas as nossas 98 comunidades que a compõem, juntamente com todos os nossos regionais e as pessoas que trabalham connosco nos vários ministérios, envolvendo todos os líderes da comunidade e as próprias comunidades. Já este primeiro passo, garantimos que não foi fácil, porque comunicar com todos, num lugar onde a maioria não tem telefone, mais as grandes distâncias que nos separam de algumas regiões e não tendo meios de transporte, exigiu tempo. Depois, o ciclone Jude destruiu algumas pontes, então, também para nós, era difícil chegar a certas áreas com os carros… (há algumas zonas que ainda não são acessíveis)… isto para que compreendam em que condições espartanas se vive e o tempo necessário para fazer as coisas… Partindo deste primeiro recenseamento, as perguntas eram muitas: Quem ajudamos? Quantas comunidades? Com que critérios escolhemos? Como? E se alguém nos pedir ajuda, como fazemos? Mas também aqui a Providência foi imensa e tudo isto não pôde deixar de abrir ainda mais os nossos olhos e ficámos realmente surpreendidas com o bem e a ajuda concreta que recebemos de vocês! A partir destas primeiras perguntas, que por um lado pesavam como pedras, para tentar ajudar/dar um sinal sem excluir ninguém, na verdade, pouco a pouco, todas as peças se encaixaram no lugar certo. Obviamente, sempre interviemos imediatamente com comida e necessidades de primeiros socorros/ajuda, sempre que alguém batia à nossa porta. Mas chegamos à beleza realizada graças a cada um de vocês.

Como já mencionado anteriormente, dadas as longas distâncias que os regionais tinham de percorrer, começámos a comprar 5 bicicletas, uma para cada responsável regional, e entregámo-las a cada um deles no conselho paroquial. Era impossível oferecer uma bicicleta a todos os participantes dos vários ministérios da paróquia porque são muitos, mas pelo menos foi uma primeira intervenção nos regionais que estão sempre a correr pela sua região e pelas suas amadas comunidades, ajudando-os assim a reduzir o tempo para chegar às várias comunidades da sua região. Começámos, com estes cinco responsáveis regionais, a fazer um recenseamento interno em cada uma das suas comunidades, juntamente com cada ancião, cada responsável zonal da sua zona e, no final, a vossa generosidade permitiu-nos ajudar a construir uma casa em cada comunidade, ou seja, um total de 98 casas, para as famílias mais pobres e necessitadas que eles próprios identificaram… A casa não será de alvenaria, porque os custos são exorbitantes e nunca conseguiríamos intervir com todos e em grande escala, mas também aqui ponderámos apoiar a construção de uma casa com estrutura de postes de madeira e a estrutura lateral será feita com blocos de barro misturado com cimento, o que significa uma casa mais forte e duradoura… Depois, o telhado será construído com bambu e uma grande lona forte e resistente que isola para não deixar entrar água, tudo doado graças ao vosso grande apoio… Cada comunidade se comprometerá com a construção, disponibilizando trabalho manual, empenho e entusiasmo.

Interviemos também no apoio a quase 30 capelas de alvenaria por enquanto… já estão a trabalhar para tentar concluir as obras antes que chegue a época das chuvas e, sobretudo, outros ciclones. As capelas serão construídas em alvenaria também porque, no futuro, com outros ciclones, poderão servir de abrigo para os desalojados.

Vocês não podem imaginar a felicidade deles, a pequena esperança que acenderam nos seus corações, apesar das inúmeras dificuldades que enfrentam todos os dias… Pensem que Carapira é chamada pelo povo de pequena Itália: eles têm uma grande estima por nós, italianos, porque, além da ajuda recebida, sempre encontraram missionários italianos que lhes quiseram muito bem!

Mas não é tudo… além de termos intervindo com casas, capelas, etc., compramos cobertores, redes mosquiteiras, sabão, etc., para distribuir também a outras famílias e assim conseguir alcançar mais pessoas necessitadas.

Alguns membros da equipa missionária, em particular Wiston e Maria Augusta, com grande alegria e muita paixão, estão também a fazer um curso de medicina natural e estão a ir a várias regiões para ensinar os primeiros socorros básicos, uma vez que não têm a possibilidade de comprar medicamentos, além de não os encontrarem, e também porque, após o ciclone, a situação sanitária se complicou muito (a simples malária causa muitas mortes todos os dias). Agora, aos poucos, estamos a construir um pequeno viveiro de plantas para medicina natural e, com o tempo, gostaríamos de entregar-lhes essas pequenas plantas ou, pelo menos, conseguir ajudá-los um pouco na medicina… outras ideias futuras: intervir nas sementes a entregar-lhes, etc.

Portanto, não falta trabalho e, apesar de todo o sofrimento que vivemos todos os dias e partilhamos com eles, não falta a nossa alegria, pelo contrário, agradecemos e rezamos para que o Senhor nos mantenha sempre saudáveis e construa um caminho para permanecermos no futuro.

Somos gratas à vida por este caminho, pela vossa confiança contínua em nós e não temos palavras suficientes para vos agradecer pessoalmente. Sabemos a importância da transparência e o valor desta e todos os dias lutamos por um mundo melhor e por uma dignidade, sobretudo para os mais pobres e distantes.

Obrigada por acreditarem em nós e continuarem a caminhar connosco, nunca nos deixando sozinhas, mas fazendo-nos sentir família e co-responsáveis. Saber escolher todos os dias e viver os verdadeiros valores é importante para o bem de todos. Por isso, sentimo-nos muito responsáveis pelo que recebemos e em relação a todos vocês e, mais uma vez, pedimos desculpa se não conseguimos responder imediatamente, porque muitos de vocês nos escrevem e estamos ocupadas em mil frentes, mas, com o nosso tempo, conseguiremos.

Temos também uma grande novidade que queremos partilhar. Para os mais corajosos e não só, que queiram vir ver e tocar com as próprias mãos o que fazemos, convidamo-vos a passar algum tempo connosco. O que podemos oferecer-vos será certamente muita alegria, prazer em receber-vos e um grande bem também para nós, para abrir espaço no nosso coração e conhecer a missão que é de todos… e o que irão tocar com as vossas mãos será a verdadeira humanidade e um povo que saberá receber-vos e amar-vos. O que levarão para casa?

A vida verdadeira e a humanidade vivida… mas isso deixaremos que descubram por vocês mesmos… e para quem tiver «medo» da malária, fiquem tranquilos, um pouco de prevenção durante a estadia e não notarão nada. Esperamos por vocês para viverem conosco esta vida, porque todos nós somos missão! Certamente esta missão será uma missão de saída no meio das pessoas… mas deixaremos que descubram a beleza!

Com muito carinho, estima e gratidão, enviamos-vos um grande abraço; aqueles que não pudermos abraçar em Itália, esperamos-vos em Moçambique para uma experiência que recordarão para toda a vida!

Ilaria y Federica, LMC Carapira

Celebração dos 75 anos da paróquia Imaculado Coração de Maria de Anchilo

LMC Anchilo

Foi com muita fé e alegria, que no domingo dia 13 de julho, com a presença das comunidades e do povo de Deus em geral, de vários padres e do reitor do seminário diocesano, celebrou-se a santa missa, presidida por Dom Inácio Saúre, I.M.C., Arcebispo da Arquidiocese de Nampula e presidente da CEM (Comissão Episcopal Moçambique).

Fazendo parte da festa dos 75 anos, como foi bonito o almoço partilhado e a tarde com momentos culturais apresentado pelas comunidades da paróquia!

Encerou-se este lindo momento de Fé com a bênção do pároco aos fiéis.

Tito, LMC em Moçambique

Damos as boas-vindas a Giulia no Quénia.

Giulia julio 2025

A comunidade de Leigos Missionários Combonianos no Quénia recebeu recentemente Giulia, uma missionária italiana que chegou no dia 23 de junho para iniciar o seu percurso no Quénia. Um grupo de entusiásticos Leigos Missionários Combonianos reuniu-se no aeroporto para lhe dar as boas-vindas, cheios de entusiasmo e calorosas saudações.

A nossa comunidade no Quénia está a crescer e estamos felizes por receber novos membros como Giulia. Juntos, trabalharemos para criar uma sociedade mais justa e compassiva, inspirada pelo carisma comboniano.

Damos as boas-vindas a Giulia, que inicia este novo capítulo no Quénia. Estamos confiantes de que a sua dedicação e compaixão brilharão intensamente enquanto ela servir ao nosso lado.

Giulia julio 2025

CLM Quénia