Leigos Missionários Combonianos

A Família Comboniana está crescendo!

Nos dias de 1° até 3° de maio encontrou-se na casa dos Missionários Combonianos em Nürnberg nosso pequeno grupo de LMC. Faz dois anos que nos reunimos frequentemente ao redor do lema “Missão pátria”. Faz anos que cada um(a) de nós se percebe não somente tocado e movimentado pelo charisma de Daniel Comboni mas também caminhando junto com a Família Comboniana. No início do encontro trocamos idéias com padre Karl Peinhopf (novo provinvial da DSP) sobre as atuais mudanças, os desafios e as prioridades da missão como “coração permanente” da Família Comboniana. Continuamos com um trabalho intenso sobre a futura forma do grupo, sobre as possibilidades reais de fazer um trabalho comun (estamos espalhados de Viena até Saxônia) e sobre a questão de fazer a união entre nós crescer e dar asas ao trabalho missionário no dia-dia de cada um(a) apesar das distâncias. Nós somos Pia Schilmair, Birgit e Christioph Koch, Brigitte Kreiter, Martina Schrott, Barbara Ludewig e o irmão Friedbert Tremmel como responsável do lado dos Missionários Combonianos. Entramos em senso comun de arriscar o caminho como grupo de LMC e de lancar nossas competências no bem comun da Familia Comboniana. Brigitte Kreiter e Barbara Ludewig foram eleitas representantes do grupo.

Grupo LMC alemão

[Moçambique] Formação de monitores para alfabetização e educação de adultos

Nos dias 24 a 26 de Abril, no centro pastoral de Mutoro, teve lugar a formação de alfabetizadores. Nesta formação participaram 33 monitores vindos de várias zonas da paróquia de Carapira, tendo como orador principal o professor doutor Adelino Zacarias Ivala. Decorreu num ambiente favorável, havendo boa colaboração entre o formador e os formandos. Participaram também os três leigos missionários combonianos da comunidade de Carapira e a irmã Paula, missionária comboniana. Dentre os 33 participantes estavam três LMC moçambicanos em formação. Agradecemos por ter participado desta formação que vai nos ajudar no enriquecimento da nossa formação missionária. Que Deus nos abençoe na nossa caminhada!

Ancha, Margarida e Zeferino, LMCs em formação.

Feliz Páscoa a todos do Brasil

Muito longe de sermos como Jesus, mas a caminho nesta vocação LMC na qual fomos chamados.

Na quinta feira do Lava Pés, em comunhão com todos os LMC espalhados pelo mundo a comunidade  LMC do Ipê Amarelo pela manha viveu algumas horas de silencio e as 11:00 da manha nós os quatro que aqui vivemos e Sueli do Bairro Ipê, repetimos o geste de Jesus, para que a semana santa fosse de fato verdade em nossa caminhada comunitária.

Não é nada fácil viver longe de tudo, pouco acesso à internet, agora bloqueador na penitenciaria dificultando ainda mais o sinal da rede celular.

Este caminho de escolha nem sempre fácil, onde além de estarmos na periferia somos muitas vezes surpreendidos pelas nossas periferias da existência humana.

Com tudo acreditamos na vocação e temos a certeza da Ressurreição.

Juntamente como família Comboniana nós LMC aqui do Brasil desejamos uma Santa e Feliz Pascoa.

Lourdes (LMC Brasil)

[Moçambique] Encontro de jovens da paróquia de Mossuril

O encontro teve lugar na localidade de Namitatar, comunidade de São João Baptista, onde estiveram 130 participantes entre jovens e adolescentes vindos de várias zonas da Paróquia de Mossuril, motivados pela celebração do “Dia Mundial da Juventude”, o qual foi programado para dois dias com as seguintes actividades: no sábado, acolhimento, jogos, dinámica de integração, oração da Via Sacra e filme. E no Domingo, reflexão sobre temas como recenseamento e lei de terras com os jovens, e sobre a fase da adolescencia com os adolescentes. Depois, animação, culminando com a celebração de Domingo de Ramos, onde os jovens proclamaram com cantos e danças que Jesus é Rei do Universo. No Sábado o grupo de LMC de Moçambique organizou a procissão da Via Sacra, onde os jovens participaram, cada qual levando consigo uma cruz para sua reflexão na sua vida, na comunidade e na sua familia. No Domingo partilhamos juntos na celebração de Domingo de Ramos, tivemos um momento da animação missionária onde convidamos as pessoas que se sentirem chamadas neste estilo de vida que respondam se aproximando do nosso responsável, o P. Paulo, pároco desta mesma Paróquia.

Terminando, gostei tanto de participar neste encontro e espero continue mais vezes para me preparar na minha missão e que Deus abençoe os jovens de Mossuril.

Ancha Luís, formanda LMC Moçambique

Missão, Morte e Ressurreição

“A missão permite-nos compreender a ressurreição como o milagre da vida que não se deixa destruir pelo egoísmo e pela ambição sem limites, mas que se impõem como alegria que surge do coração de Deus que nós trazemos na fragilidade do nosso ser humano. Por isso, não há missão verdadeira que não implique morte na nossa vida, morte não como sinónimo de destruição, mas morte que se transforma em oportunidade para renascer, finalmente, para a vida verdadeira que só o Senhor nos pode oferecer como presente do Pai”.

Com estas palavras termina a mensagem de Páscoa enviada pelo P. Enrique Sánchez G., superior geral, a todos os confrades combonianos.

Abaixo publicamos a mensagem.

Feliz Páscoa para todos.

Jesus

MISSÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO

«As grandes obras de Deus só nascem ao pé do Calvário»

(Escritos 2325)

A celebração da Páscoa, mistério por excelência, que nos faz entrar na morte que marca a nossa humanidade e na vida sem limites, dom de Deus, que na ressurreição do Senhor Jesus nos faz viver no tempo da esperança e da fé.

Como podemos viver este mistério de modo que seja fonte de vida neste tempo de contrastes, tempo em que a aridez das nossas fragilidades se confronta com o convite a viver a alegria do Evangelho redescobrindo a presença sempre nova do Senhor que, do fundo do túmulo vazio, nos recorda que está vivo entre nós?

Vida e morte, passado e futuro, dor e alegria, trevas e luz, guerra e paz, ódio e amor. Além destes, quantos binómios mais marcam a nossa existência, o nosso peregrinar humano pelos caminhos divinos que nos conduzem à eternidade que não conseguiremos definir e muito menos pronunciar, com as palavras pobres do nosso atuar quotidiano?

Submergidos na corrida frenética dos nossos empreendimentos e dos nossos esforços para mudar o mundo, cada um passa a caminhada inteira com a sua visão, os seus interesses, as suas ideias e os seus programas, pretendendo ter toda a verdade, saber e poder; até mais que os outros.

Vivemos com uma arrogância convertida em doença contagiosa, que não distingue entre pobres e ricos, pequenos e grandes, todos nos sentimos com o direito de criticar, de assinalar os limites, os defeitos, e os pecados dos outros. Os critérios da desconfiança, da suspeição, da superioridade, e da competição tentam impor-se e a confiança, a partilha, o apoio, a misericórdia e o perdão soam como música que irrita o ouvido e não penetra o coração.

Não é este por ventura o cenário em que nos calha viver a missão como uma proposta sempre antiga e sempre nova que impede perder-se na visão trágica, pessimista e deprimente do hoje da nossa história? Não é esta a missão vivida no silêncio, no escondimento, e no anonimato que nos faz ser «pedras escondidas» que falam de uma vida que não faz barulho, que não necessita de publicidade? Não é esta a missão que nos faz viver a partir de dentro o mistério que se converte em vida?

Morte que não tem a última palavra

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Hoje, mais do que nunca, enfrentamos situações que vão para lá do imaginável. As notícias transformam-se em crónicas de desgraças de todas as cores.

A violência e a guerra destroem populações inteiras e condenam milhões de pessoas a fugir não se sabe até onde, como refugiados, prófugos, migrantes ou prisioneiros em seus próprios países. Estas imagens transformaram-se em coreografia de capítulos televisivos que fazem dos dramas humanos episódios de um filme que se desenrola na realidade, mas se apresenta para nós como se fosse uma obra que ganhou um óscar.

Graças a Deus que a missão nos permite narrar a história de outra maneira: é impossível calar o testemunho de todos os que viram a destruição e a morte, não através do ecrã mas no rosto e nos corpos de irmãos e irmãs com quem se trabalhava, se celebrava a eucaristia, se estudava nas escolas pequenas de tetos de palha e se festejava a vida e a alegria de estar neste mundo.

Já não vemos mais a morte de Cristo sobre a cruz de madeira. Descobrimos como missionários, com os olhos e a dor do coração de tantos irmãos nossos, que o Senhor sobe à cruz da indiferença dos poderosos dos nossos dias, do esquecimento dos pobres, da exaltação do poder e da idolatria do dinheiro.

As revoltas, os protestos, e as contestações recolhem o grito desesperado de tantos irmãos e irmãs que não conseguem ir para a frente, que não sabem como fazer para sobreviver numa realidade que parece negar as condições mínimas necessárias para chamar vida à existência.

A grande tentação é cair na armadilha de pensar que a sombra da morte tomou posse do nosso tempo e que se impôs como critério para governar a nossa história. Mas quantas outras mortes descobrimos mais próximas de nós? Por acaso, não é morte a destruição das missões onde estamos presentes no Sudão do Sul ou a violência interminável na República Centro-Africana onde há ainda tantas pessoas obrigadas a abandonar as suas casas por medo de serem assassinadas?

Não será a morte, a diminuição do número de missionários do nosso Instituto? Ou ter que renunciar a certas presenças missionárias que vemos, claramente, que ainda podiam fazer tanto bem? E não será certo que vivemos como um verdadeiro funeral o facto de ter que fechar comunidades, porque não temos ninguém para enviar?

Não nos sentimos morrer quando nos negam a autorização para entrar em determinado país ou se nos nega a possibilidade de continuar o nosso serviço aos pobres e à Igreja local, só porque os políticos de turno vivem de ideologia? Não é morte a mediocridade que nos ameaça cada vez que tentamos organizar a nossa vida segundo os nossos interesses pessoais, quando procuramos pretextos para justificar a nossa falta de disponibilidade para sair, para obedecer, e para aceitar a missão como um dom que devia ser acolhido sem se por condições?

A missão introduz-nos e acompanha-nos no mistério da morte, porque quando é vivida com honestidade total, não podemos dizer outra coisa que aquilo que o Senhor bradou do profundo do seu espírito: Pai, faça-se a tua vontade.

São Daniel Comboni disse-o com palavras que descrevem o cenário contemplado no coração da África: «Perante tantas aflições, entre montanhas de cruzes e de dor … o coração do missionário católico ressentiu-se por estas enormes complicações. Contudo, ele não deve perder o ânimo por isso: a força, a coragem, a esperança nunca podem abandoná-lo» (E 5646).

catedral_064A missão introduz-nos no mistério e na beleza da ressurreição

Há um mais além da morte que para a missão é fundamento de tudo, a garantia de um futuro que se constrói não na base dos nossos recursos, capacidades ou forças.

A missão permite-nos tocar com a mão e contemplar com os nossos olhos aquele projecto sempre actual de Deus que não descansa, tratando de construir uma humanidade em que todos se possam descobrir como irmãos e irmãs.

Deus está sempre em acção e, apesar de irmos por outros caminhos que não nos conduzem à vida, Ele não renuncia ao seu sonho de ver um dia a todos os seus filhos e filhas reunidos numa só família, onde não seja mais necessário colocar etiquetas de religiões, ideologias, preferências políticas, raças, culturas ou cores. Cristo ressuscitado recorda-nos que para Deus o tempo já chegou, mas Ele não tem pressa, estará sempre disposto a esperar pelo nosso regresso, desejando que, neste tempo de espera, não haja vidas sacrificadas por causa da nossa incapacidade de raciocinar menos com a cabeça e mais com o coração.

A missão permite-nos compreender a ressurreição como o milagre da vida que não se deixa destruir pelo egoísmo e pela ambição sem limites, mas que se impõem como alegria que surge do coração de Deus que nós trazemos na fragilidade do nosso ser humano.

Por isso, não há missão verdadeira que não implique morte na nossa vida, morte não como sinónimo de destruição, mas morte que se transforma em oportunidade para renascer, finalmente, para a vida verdadeira que só o Senhor nos pode oferecer como presente do Pai.

«Ele levou os nossos pecados no seu corpo, para que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: pelas suas chagas fostes curados» (1 Pe 2:24).

Para todos uma Feliz Páscoa.

P. Enrique Sánchez G., mccj Superior Geral