Hoje vamos compartilhar com vocês este vídeo dos LMC Brasil com muitas das imagens da sua história.
Cumprimentos
Leigos Missionários Combonianos
Hoje vamos compartilhar com vocês este vídeo dos LMC Brasil com muitas das imagens da sua história.
Cumprimentos
… E Deus disse: ‘ Não te aproximes! “Tire as sandálias dos pés porque a Terra onde pisas é santa” Assim se faz na historia de vida de Priscila Garcia, certamente Deus a viu que apascentando o rebanho no Ipê Amarelo e viu que era hora de ir mais além, a sarça ardia e não se consumia, e assim o coração do missionário, arde sempre mais e nunca se consome!
Priscila então como na leitura do Êxodo versículo 13 diz: Sim eu irei aos filhos de Israel e direi: O Deus de vossos pais me enviou a vós…, e assim neste dia 28 de fevereiro de 2016 com as bênçãos de Deus, do provincial padre Alcides e Infância missionária Priscila Garcia assume perante a comunidade Nossa Senhora Aparecida o compromisso por 2 anos em terras africanas, Moçambique a espera, onde ela encontrará uma nova cultura onde Deus já está e também a espera. Daqui do Brasil estaremos rezando pela missão em África.
Lourdes CLM Brasil
Espero que vos encontreis bem e toda a vossa restante família.
Estou em Bangui, cheguei ontem à noite. Eu e toda a comunidade apostólica estamos bem graças a Deus.
Eu passei, hoje, na porta Santa da catedral de Bangui. Estive lá no dia da sua abertura, mas não pudemos passar por lá, saímos por uma das portas laterais. Gostei muito de passar por lá, hoje.
Em Centro África foi aberta, em primeiro lugar a porta da catedral de Bangui, pelo Papa, antes de qualquer outra! No dia 20 de Dezembro foi aberta a porta Santa da catedral da nossa diocese Mbaiki. No dia de Natal foi aberta a porta Santa de cada paróquia. Desde o dia 17 de Janeiro até ontem, foram abertas as portas Santas, em todas as capelas que tinham porta e o Santíssimo Sacramento esteve exposto em todas elas, para adoração, no ostensório que o Santo Padre ofereceu à nossa diocese e ofereceu também a todas as outras de Centro África. As pessoas foram em peregrinação a pé às capelas mais próximas. Nós, no Domingo, fomos entregá-Lo à paróquia de Safa. Vieram buscá-Lo a 6 Km da vila e depois foram em procissão até à igreja e ficaram em adoração. O ostensório com o Santíssimo Sacramento percorrerá todas as paróquias da diocese até terminar “O Ano Santo da Misericórdia”.
Desde o dia 13 de Dezembro que não vinha a Bangui, há sempre muito que fazer na Missão…
Desde o início de Janeiro que eu e um professor estamos a dar umas aulas à tarde aos alunos para ver se começam a ler. Há muitos alunos no CE2 (4º ano de escolaridade e que não lêem nada). Graças a Deus parece que começam a ler um pouco as primeiras letras. Com a ajuda de Deus, que nos dá a força e a paciência para trabalhar, e aos alunos a vontade de aprender, vamos conseguir que aprendam. Neste mês estive com uma turma durante três dias, mas é muito difícil porque os alunos não compreendem o francês e eu não sei sango para lhes traduzir o que digo. A partir de maio ficarei com a direção da escola. Rezem para que Deus me ajude neste novo trabalho.
Desde o dia 2 de Dezembro que não chovia, só no dia 17 de Fevereiro veio uma chuvada como é habitual aqui. Foram 75 dias sem chover…Já havia arbustos secos alguns abacateiros também, vamos ver se ainda rebentam. Houve muitos fogos na floresta e muitos campos de mandioca arderam. Muitas árvores caíram queimadas. A atmosfera ficava cheia de fumo só cheirava a ele. Era tanto que até fazia chorar! Esperamos que não venha causar mais fome que a que já há. Graças a Deus que vieram duas chuvadas e toda natureza mudou…passadas 34 horas já se viam pequeninas ervas a sair, onde parecia que estava tudo seco. Realmente a água é o sangue da terra! Aqui chuva dizem “ngu ti Nzapa” = água de Deus, e é verdade. Aqui, em Bangui, ainda não choveu e está tudo muito seco… faz muito calor!
A Élia Continua a cuidar das crianças mal nutridas e não só. No mês de Janeiro começou a ir a Batalimo e encontrou casos muito graves, crianças muito doentes. Quando as mães fazem o que lhes é pedido (darem às crianças tudo o que lhes é distribuído conseguem recuperar bem). Quando são casos mais graves ficam internadas algum tempo no hospital.
Os Pigmeus continuam a ser ajudados com os medicamentos quando estão doentes. Ainda bem senão muitos morreriam porque não teriam dinheiro para os comprar.
Na missão temos um lar para os alunos pigmeus poderem aproveitar mais a escola. Lá comem, dormem, de manhã têm escola e à tarde vêm estudar durante uma hora à biblioteca. São uma dúzia de alunos.
Na semana passada estiveram, quatro dias, na missão o doutor Omnimos e a sua esposa, como sempre muito simpáticos. Foram operadas,16 pessoas adultos e crianças. Graças a Deus correu tudo bem. Esta semana estão aqui em Bangui, também a operar. Se houvesse muito mais pessoas como eles, o mundo estaria bem melhor!
Desejo-vos uma Quaresma bem vivida.
Unidos pela oração.
Beijinhos
Maria Augusta LMC
África, um grito que ecoa desde a infância.
Um grito que silencio…. Que espero a tanto tempo.
África que me faz sonhar! Que faz o coração pulsar descompassado. África que me fascina!
Fantasia e realidade encontram-se agora, utopia e concretude dão-se as mãos e inspiram-me a africanizar-me.
Que meus pés te toquem sem invadir-te.
Que minhas mãos te saúdem sem machucar-te.
Que meu coração possa amar-te mais que já ama e que tu, ó África, me ensines o teu amor!
O amor que não aperta. Amor que não destrói.
Que nossos saberes se somem sem que os meus abafem os seus, sem que os seus inibam os meus.
África… África… África…
Acolha-me! Aceita-me! Ensina-me!
Que o sonho infantil de tocar-te, agora amadurecido e possibilitado possa realizar-se num encontro de almas, num verdadeiro encontro do meu EU com o seu TU. Que tudo eu possa fazer com amor.
Priscila Garcia. LMC
«Este Coração adorável… rico em toda a graça, não conheceu um instante… em que não palpitasse com o mais puro e misericordioso amor pelos homens. Desde o sagrado berço de Belém, apressa-se a anunciar pela primeira vez a paz ao mundo: menino no Egipto, solitário em Nazaré, evangelizador na Palestina, partilha a sua sorte com os pobres, convida os pequenos e desafortunados a que se aproximem, conforta e cura os doentes, devolve os mortos à vida, chama ao bom caminho os extraviados e perdoa aos arrependidos; moribundo na cruz, na sua extrema mansidão reza pelos seus crucificadores; glorioso ressuscitado, manda os Apóstolos pregar a salvação ao mundo inteiro» (E 3323)
Caríssimos Irmãos e Irmãs da Família Comboniana,
Com esta carta, fruto de um tempo de oração, reflexão e partilha que tivemos juntos no final do ano da Vida Consagrada e no início do Ano Jubilar da Misericórdia, desejamos oferecer a todos os membros da Família Comboniana algumas reflexões e, sobretudo, convidar cada um/a à viver em profundidade os desafios e as oportunidades que o Ano jubilar nos oferece pessoalmente e como Família. Com esse fim desejamos propor-vos uma jornada comum de oração, recordado quanto dizia Comboni: «a omnipotência da oração é a nossa força» (E 1969).
Miserando atque eligendo: amados-perdoados / chamados-perdoados
Chamados/as, pela graça de Deus, a seguir Cristo nas pegadas de São Daniel Comboni – «escolheu-nos antes da criação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis, em caridade, na sua presença…» (Ef 1, 4) – temos, como parte integrante do nosso ADN carismático, a chamada a contemplar o Coração trespassado de Cristo na Cruz, expressão mais eloquente da misericórdia infinita de Deus pela humanidade inteira e a deixar-nos transformar, para que nos tornemos também nós, abraço de amor e de misericórdia para todos/as. Isto, «para que fosse enaltecida a glória da sua graça com a qual nos favoreceu em seu Filho, no qual temos a redenção pelo seu sangue, a remissão dos nossos pecados, segundo a riqueza da sua graça» (Ef 1, 6-7).
Como todos os discípulos e discípulas de Cristo, estamos conscientes de que o Evangelho que queremos anunciar nos ultrapassa. Sabemos bem que o seguimento de Jesus Cristo, que nos chama a testemunhá-lo com a nossa vida e as nossas palavras, é exigente e nós nem sempre estamos à altura da mensagem que Ele nos confia: falta-nos, por vezes, profundidade para viver segundo a nossa chamada.
Na oração pessoal, na vida sacramental, na direcção espiritual e no encontro com os nossos irmãos e irmãs experimentamos a misericórdia de Deus. Sentimo-nos gratos/as ao Espírito Santo que actua no nosso coração, dando-nos o espírito de arrependimento e de purificação. Damos graças a Deus pelo dom da alegria de ser perdoados/as que nos renova e nos habilita a recomeçar todos os dias.
Misericordes sicut Pater: no seio das nossas comunidades e famílias
Deus ama-nos e perdoa-nos fazendo-nos sentir este mistério através do encontro pessoal com Ele e exprime a sua misericórdia através dos nossos irmãos e das nossas irmãs. Nas nossas comunidades e famílias somos então chamados/as a acolher-nos reciprocamente, graças ao Espírito Santo que nos une à volta de Jesus e nos torna cada vez mais cenáculo de apóstolos/as.
Na vida quotidiana, nos momentos de correcção fraterna e nos nossos encontros e assembleias, descobrimos que vivemos da misericórdia recíproca. Ajudamo-nos a crescer, a purificar-nos e a reconciliar-nos quando todos nos empenhamos a viver a boa nova do amor misericordioso de Deus.
Os irmãos, as irmãs, os familiares fazem-nos compreender que nos perdoam quando são pacientes e caminham conosco; fazem-nos tocar o amor quando nos dão confiança, apesar dos nossos limites. Quando a comunidade e a família vivem de misericórdia, tornam-se um espaço de graça, um lugar de cura e reconciliação no qual se constrói comunhão e vida, não negando as fadigas, fraquezas e limites próprios e dos outros.
Tudo isto qualifica a experiência de misericórdia que vivemos entre nós. «A misericórdia não é contrária à justiça, mas exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar» (MV 21).
Misericordes sicut Pater: na comunidade apostólica
Deus nosso Pai chamou-nos a servir e a trabalhar juntos, como comunidade apostólica; neste lugar de colaboração, somos desafiados/as a crescer no nosso caminho de saída de nós mesmos/as e de configuração com Cristo, servo obediente. Chamados/as a viver o novo mandamento do amor, «Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei, assim deveis amar-vos uns aos outros» (Jo 13, 34-35), o Senhor dá-nos todas as graças necessárias para partilhar a sua misericórdia e torna-nos capazes de perdão recíproco.
O dom da misericórdia torna-nos capazes de sair de nós mesmos/as, de viver gestos de ternura e de ser caridosos entre nós: ou seja, de realizar obras de caridade espiritual e corporal entre nós.
Muitas vezes, é difícil para nós “viver de misericórdia”, assumir os sentimentos do coração de Jesus. Por vezes, somos mais levados/as a ser caridosos com os que são de fora das nossas comunidades, das nossas famílias, esquecendo aqueles com quem vivemos e trabalhamos diariamente, como comunidades evangelizadoras. Deus, que nos quer misericordiosos/as, deseja que pratiquemos a misericórdia, acima de tudo, entre nós e com os mais próximos.
Misericordes sicut Pater: com o povo de Deus
O nosso serviço convida-nos a entregar-nos ao povo de Deus que nos acolhe no Seu nome. A experiência ensina-nos que se somos humildes e abertos/as, os nossos irmãos e as nossas irmãs usarão de misericórdia para conosco. Atitudes de arrogância ou de superioridade da nossa parte evocarão um outro tipo de resposta. A chamada a viver de misericórdia, como a viveu Comboni, obriga-nos a um caminho de conversão e de cura, para poder viver as nossas relações com simplicidade, humildade e humanidade.
Misericordes sicut Pater: para com as nossas instituições
Ao longo do caminho da nossa pertença aos nossos Institutos / grupos / família comboniana, os nossos sentimentos de amor, de orgulho sadio e de gratidão deveriam crescer com o passar dos anos. Mas, por vezes, nota-se também sentimentos de amargura, crítica destrutiva, o “terrorismo da bisbilhotice”, como lhe chama o Papa Francisco. Poderia dizer-se que isso faz parte da nossa condição humana, marcada pelo pecado, ainda em vias de transformação. As nossas fraquezas não deveriam surpreender-nos ou ser motivo de escândalo. Não deveriam enfraquecer o nosso sentido de pertença e a alegria de ser Comboniano/a, ou diminuir o desejo e o empenho a viver, de modo digno, a chamada a ser Santos e Capazes, nas pegadas de São Daniel Comboni.
Neste ano da misericórdia, deixemo-nos reconciliar com os nossos embaraços e feridas e revistamo-nos verdadeiramente «… de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência…» e, assim, reavivar o nosso amor para com a nossa grande Família Comboniana.
Misericordes sicut Pater: instrumentos de misericórdia
A experiência da misericórdia enche-nos de alegria e do desejo de proclamar que a sua misericórdia e o seu amor são eternos (Salmo 25.6).
A exemplo de São Daniel Comboni, a experiência da misericórdia divina faz-nos dilatar o coração e estender os braços para a humanidade sofredora para que «… também nós possamos consolar aqueles que se encontram em algum tipo de aflição, mediante a consolação que nós mesmos recebemos de Deus» (2Cor 1, 4). Através do nosso testemunho, serviço e presença entre o povo de Deus, através do nosso ser missão, somos chamados/as a participar na obra salvífica do Deus misericordioso revelado em Jesus.
E então… Celebremos a misericórdia
Neste Ano Jubilar, por intercessão de Maria, Mãe da Misericórdia, peçamos a Deus Pai o dom de reconhecer-nos necessitados/as da Sua misericórdia e desejosos/as de ser reconciliados/as: connosco mesmos/as, com os nossos irmãos e irmãs em comunidade, com os nossos familiares, com os nossos colaboradores/as, com os Povos que servimos, com os nossos Institutos e grupos combonianos.
Convidamos, portanto, todos os membros da Família Comboniana, SMC, ISMC, MCCJ, LMC e outros Grupos/movimentos que se inspiram no carisma comboniano, a celebrar, a 17 de Março próximo, o XX aniversário da beatificação de São Daniele Comboni, com uma jornada de oração-contemplação da Misericórdia de Deus em Comboni. É um convite a, como seus filhos/as, deixarmo-nos transformar pela Misericórdia do Coração de Jesus e a reavivar a nossa compaixão e o empenho de anunciar, com palavras e obras, o Deus-Misericórdia aos irmãos e irmãs mais abandonados e sofredores.
Saudamos-vos com grande afecto,
Os Conselheiros Gerais e Coordenador Comité Central LMC:
SMC – Irmãs Missionárias Combonianas
ISMC – Instituto Secular Missionárias Combonianas
MCCJ – Missionários Combonianos do Coração de Jesus
LMC – Leigos Missionários Combonianos
Roma, 28 de Fevereiro de 2016