Deixamos aqui a entrevista que fizeram ao Pedro Nascimento (LMC de Portugal) no programa da Agência ECCLESIA em Portugal.
Leigos Missionários Combonianos
Deixamos aqui a entrevista que fizeram ao Pedro Nascimento (LMC de Portugal) no programa da Agência ECCLESIA em Portugal.
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. (Jo 14, 6) Uma frase bíblica que ecoou no fim do dia de sábado que compôs o fim de semana da família LMC (em Viseu), na oração do fim de tarde.
Iniciar este dia de sábado (7 de Julho) trouxe-me aquela sensação saudosista de ver as caras de sempre naquela casa de Viseu dos MCCJ que tantas vezes me acolheu para a formação proposta. O Caminho. Um caminho que é proposto para os que assim sentem no seu íntimo a paixão ardente de pertencer a esta família de LMC.
Iniciar este dia fez-me recordar a Marisa, a Cristina, a Paula, a Neuza que agora se encontram em missão e que me acompanharam de perto no discernir um compromisso LMC. Recordei o Tiago Santos que entretanto não pode continuar connosco; o Flávio Soares cuja vida se mantém próxima, mas cujo caminho (porquanto) lhe pede outras dedicações; a Rufina que (hoje percebo) tem uma grande missão junto dos refugiados; a Patrícia Bernardino cujo paradeiro desconheço, mas que seguiu um belo caminho de discernimento vocacional. E tantos outros. Tantos que preencheram esta casa e que fazem deste lugar um recordar de crescer que Deus nos vai permitindo desbravar.
Iniciar este fim de semana (7 e 8 de Julho) pediu-me que saísse de mim e reconhecesse esta família que cresceu, que está a crescer, com pessoas maravilhosas que trazem no seu coração um alma missionária que lhes pede para ir ao coração dos mais pobres e necessitados. E quão bom é reconhecer esta família que cresce e que a ela pertenço orgulhosamente!
Uma família que se reuniu para um momento de avaliação do ano que passou, para entender o caminho que foi desbravado e conversá-lo. Uma família que se reuniu para também conversar sobre documentos importantes e que serão o pano de fundo da nossa Assembleia Internacional em Roma este ano de 2018. E que discussões se desenrolaram em prol do nosso movimento; conversas que originaram ideias de futuro para nós. E que orgulho ver este empenho de todos os leigos e formandos, também, traduzindo a vontade de nos tornarmos melhores, à imagem daquilo que Deus quer para destino dos LMC. Sábado cansativo que terminou em ritmo de oração. “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Juntos rezamos esta vontade de fazer caminho individual, mas também como movimento.
Domingo, dia de receber os nossos amigos e família. Um grande dia de animação no qual, juntos, pudémos falar com a Marisa e a sua comunidade de Moçambique. E que emoção é sabê-la feliz e em missão (de tal forma inculturada que até já se perde entre pronúncias portuguesas e moçambicanas). Vimos vídeos da Paula e da Neuza que nos transmitiram de forma genuína a sua missão em Arequipa (Peru) e a importância que há na sua ação junto das pessoas, uma missão muito de olhar A pessoa, A sociedade com as suas particularidades. Uma missão social, de comunidade. Vimos também um vídeo do Flávio e da Liliana que estão em Piquiá (Brasil), testemunhando o trabalho junto de um povo que reclama por condições de habitação, um povo que se reúne para celebrar as colheitas.
E, terminando este momento de testemunhos da missão de lá, falou-nos o Padre Joaquim Nogueira (acabado de chegar da missão da Etiópia). E que maravilha de testemunho! Quantas dificuldades, mas quanto de riquezas brilhavam nos seus olhos enquanto nos transmitia o que os Combonianos têm conseguido juntos destes “mais pobres e abandonados, onde ninguém vai”.
Seguimos com a Eucaristia, o almoço partilhado e terminamos a nossa tarde com um momento para “rir com Deus“: uma sessão de risoterapia facilitada pelo Fernando Batista, criador do projeto mais rir e que tem também uma grande missão – a de Evangelizar Cristo de uma forma divertida, descontraída e com Fé.
Enviados fomos. E partimos. Cada um para sua casa mas na certeza de que caminhamos juntos, seguindo “o Caminho, a Verdade e a Vida”.
No passado fim-de-semana, de 8 a 10 de junho, os Leigos Missionários Combonianos marcaram a presença no Fim-de-Semana de Espiritualidade Missionária Comboniana, realizado na Maia e que teve como tema São Daniel Comboni – desafio para os jovens de hoje.
O encontro iniciou na sexta-feira à noite com a apresentação de todos os participantes, de entre os quais estavam membros dos diferentes ramos da família comboniana e mais alguns amigos e colaboradores.
A manhã de sábado iniciou com o momento de oração orientado pelos formandos dos LMC presentes.
A Secular Comboniana, Helena Laranjeiro, abriu a temática convocando todos os presentes a enumerarem uma chuva de palavras em volta da palavra Jovem. Entre as várias palavras e expressões citadas, concluiu-se que os jovens são bons e, muitas vezes, são as “pessoas” que os definem como “maus”. Ainda dentro da procura da definição de Jovens, foram feitos pequenos grupos que discutiram entre si a visão da realidade juvenil nos dias de hoje e os seus aspetos positivos e negativos.
A segunda parte da manhã foi assinalada pelo testemunho do P. Nuno que pertenceu à pastoral universitária de Coimbra, falando sobre o seu trabalho com os jovens no dia de hoje, salientando que não nos poderemos focar no número de jovens presentes nas atividades, paróquias e movimentos, mas sim pela qualidade, sendo essa uma vantagem, uma vez que é mais fácil de trabalhar e acompanhar. Da sua experiência, evidenciou alguns dos erros comuns da Igreja, quanto animadora da comunidade, referindo que devemos falar com entusiasmo e alegria, mostrando aquilo que dizemos sobre a alegria de seguir Jesus Ressuscitado.
De tarde, a sessão foi orientada pelo p. Ricardo Gomes que partilhou a sua experiencia como padre jovem e também do que são Daniel Comboni já dizia a respeito dos jovens. Dividiram-se novamente os grupos para refletir e discutir alguns escritos de Comboni destinados a vocações jovens.
Ao final da tarde prosseguiu-se com a Adoração ao Santíssimo, sendo esse um momento forte do dia, uma vez que permitiu refletir e interiorizar sobre o tema, tudo o que se ouviu e partilhou.
Após a Eucaristia com a comunidade da Maia, seguimos para o churrasco em formato convívio, onde não faltaram as sardinhas assadas, o caldo verde, a música animada e uma boa dose de animação!
No domingo de manhã, após a oração, seguimos para um painel orientado pela irmã Arlete e com a participação do padre José Vieira (provincial dos Missionários Combonianos), Sofia Coelho, Mónica Silva e Filipe Oliveira, que uma vez ligados a diferentes grupos de jovens e modos de vida, testemunharam sobre a temática “Jovens na igreja”.
Assim, vivemos um fim de semana muito rico em partilhas, testemunhos e, sobretudo, em reflexão e oração, num ambiente muito familiar e caloroso.
Ser comunidade é partilhar aquilo que somos com os outros, é ir até às periferias.
Neste vídeo partilhamos aquilo que vivemos em Villa Ecológica (Arequipa, Peru) e o trabalho que desenvolvemos com as pessoas idosas, crianças, famílias e doentes a nível social e pastoral.
Vejam e conheçam o nosso caminho, o que somos, onde estamos e com quem estamos.
LMC Ayllu em Peru
Durante o sábado 16 e domingo 17 de junho nos encontramos no lugar da Osservanza em Bolonha para um
momento de convivência, rezar juntos e reflectir sobre a “Missão dos Leigos Missionários Combonianos: desafios, sonhos, esperanças”, liderado pelo Padre João Munari.
Sábado à tarde estiveram presentes pelo grupo de Bolonha: Micaela, Emma, Chiara, Eileen, Agostino, Giuliana, Annalisa e Michele e pelo grupo de Padova: Fabrizio, Francesca, Dorella e Roberto.
Começamos a partir do significado do termo “Missão” e da Palavra.
Para começar, o padre João recordou-nos que o Evangelho é por todos, tanto para os leigos como para os sacerdotes, freiras, etc. As bem-aventuranças são um ideal de vida para todos, não apenas para os consagrados.
O batismo recebido dá pleno direito (e dever) a cada leigo de se sentir parte integrante da Igreja, anunciar o Evangelho, trabalhar pela Igreja, é um “direito de cidadania” dentro da Igreja para todos os batizados. E se queremos construir algo, devemos fazê-lo desde a Palavra, não desde documentos.
Nos fizemos algumas perguntas: O que significa fazer do Evangelho o ideal da nossa vida? A igreja se perdeu hoje? O que é que o Espírito pede de nós? Por que o Papa Francisco fala tanto sobre a necessidade de renovar a liturgia? Nós também sentimos essa necessidade? Sentimos fé e vida nas liturgias de nossas igrejas?
Então, partindo de quem somos e lembrando que o fundamento de nossa fé é a Palavra, que celebramos na liturgia, nos concentramos em nosso relacionamento com o mundo como Igreja.
A grande revolução é entender que a Igreja não é o centro do mundo, mas é a Igreja que gira em torno do mundo, assim como foi para a revolução copernicana.
E a renovação da Igreja também passa pela liturgia.
Neste momento, demos espaço para a comparação: como grupos de Bolonha e Pádua falamos sobre os compromissos assumidos no território, durante este ano. Temos enfatizado a riqueza que cada um dos nossos grupos traz após anos de caminhada e que corremos o risco de perdê-lo, dissipando-o e não reconhecendo-o por falta de uma memória comum.
Depois da reflexão, então, em torno da Palavra, cada um de nós apresentou um sinal da caminhada deste ano: o panfleto dos “aperitivo dos Povos” organizados em Pádua, o folheto de reuniões nas paróquias sobre novos estilos de vida organizados em Bolonha, alguns livros significativos (incluindo Ave Mary da escritora Murgia), Wipala, um lápis 80% reciclado que não quebra e até escreve sem dica, o cartão de coleta com o nosso nome, o óleo de Nardo.
Depois do jantar nos reunimos para ouvir os testemunhos da vida missionária das Ir. Elisabetta Raule e Ir. Federica, Missionárias Combonianas, respectivamente, no Chade e na África Central. Foi bom sentir quanto a alegria e a paixão guiam seus passos, mesmo nas dificuldades que encontram diariamente em seus trabalho entre essas populações. Ir. Elisabetta, uma médica que trabalha diariamente com ferimentos muito graves das pessoas devido a armas de fogo por causa da guerra interna em Chad; ir. Federica, uma enfermeira que trabalha entre os pigmeus na floresta.
Domingo de manhã Nós partimos do Evangelho de João (6.1-14): Jesus pede aos discípulos após a multiplicação dos pães para recolher as peças avançadas “Recolham os pedaços que sobraram a fim de que não se perca nada“.
O que eles fizeram? ” Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. “. Qual será o motivo de tanta riqueza?
Devemos ter cuidado para que nada se perca, e pensando em nossos grupos este Evangelho convida-nos a redescobrir a riqueza de nossos grupos em toda a Itália.
Em seguida, liamos algumas partes de um documento de 1994: Carta do Superior Geral e seu Conselho a todos os confrades sobre o Laicado Missionario Comboniano.
Aconselhamos a todos para retomar nas mãos, fomos surpreendidos ao ler algumas definições preto no branco, afirmando a impotancia, que define a identidade do leigo missionário comboniano (“tocado, inspirado e contagiado pelo carisma de Comboni”) “Os LMC constituem um facto novo que nos obriga a confiar, ter disponibilidade e criatividade …”, escreve o padre Geral e muitas outras coisas bonitas que fortalecem a forte relação entre padres e leigos dentro da família Comboniana. Primeiro de tudo, no entanto, este documento lembra-nos que ser LMC é uma vocação. E aqui todos nos devemos reflectir sobre a nossa vocação.
Em setembro, começaremos novamente a dar forma e conteúdo à nossa caminhada para o próximo ano, preparando-nos para enfrentar com fé e coragem os desafios que nos serão apresentados, certos de que não estamos sozinhos nesta caminhada!
Grupo LMC de Bolonha, Itália