Alberto de la Portilla
Conselho Geral: “Queremos viver este Natal juntamente com toda a Humanidade”
Desejamos-vos um Santo Natal
e um Ano Novo 2021 repleto de grande paixão missionária
«Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor.»
(Lc 2, 10-11)
Caros confrades
O Natal aproxima-se e nós vamo-nos preparando para acolher Deus que vem. O anúncio dos anjos ressoa nos céus e sobre a terra. É um anúncio claro, inconfundível e portador de alegria e esperança: Hoje nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo e é Senhor. Este anúncio é para o nosso hoje e é para todo o povo de Israel e para todos os povos da Terra.
Todavia, toda a humanidade está a viver uma situação crítica e difícil que atinge todos sem distinção. Todos sentimos o peso e o sofrimento desta pandemia que expôs a nossa fragilidade e os nossos limites, revelou os nossos medos, alterou os nossos comportamentos. Entre as vítimas, há também um bom grupo de confrades nossos que experimentaram o sofrimento e até a morte. Estamos todos, verdadeiramente, no mesmo barco e ainda no mar alto! Não obstante a dor e a perturbação, não faltaram gestos concretos de caridade e solidariedade para ir ao encontro das gentes. Nesta realidade sombria e ao mesmo tempo cheia de luz, fomos desafiados a ler os sinais dos tempos e dos lugares com os olhos da fé e a descobrir em tudo a presença de Deus.
É neste contexto de sofrimento e perturbação que somos chamados a viver com fé o Natal deste ano 2020. Em vez de dizer como muitos que não haverá Natal, nós sentimos a profunda necessidade de o celebrar e de estar despertos para receber Deus no nosso mundo e viver este acontecimento em espírito de humildade e de oração contemplativa. Ele vem em cada dia e em cada circunstância, vem sem se cansar, como Luz que refulge nas nossas trevas para habilitar-nos a ver a realidade com um olhar positivo e novo. Faz-se presente na fragilidade da nossa carne para assegurar-nos que é nela que se revela o seu poder salvador. Ele aproxima-se da humanidade ferida para a curar e para estimular em todos o desejo da fraternidade. Surge como a alba de um novo dia que vence o medo e abre à Esperança. Fixando o nosso olhar no Menino-Deus de Belém apercebemo-nos que tudo o que é humano é tocado pela sua Presença, muitas vezes escondida nas dobras da História. Ele é verdadeiramente o Emanuel. Deixando-nos envolver pelo mistério da incarnação seremos repletos de assombro e gratidão.
Na sua visita a Belém, Comboni comove-se ao contemplar o lugar onde Jesus nasceu: Entrei, e embora o nascimento seja mais alegre que a morte, fiquei mais comovido que no Calvário ao pensar na complacência de um Deus que se humilhou até ao ponto de nascer num estábulo (E 111). Também nós, deixemo-nos comover pela sua presença no nosso quotidiano e no seio dos povos entre os quais vivemos. O nascimento do Menino-Deus, impele-nos a descobri-lo nas pessoas, sobretudo os mais pobres descartados, e a percorrer os caminhos da Vida juntamente com eles. Somos convidados a romper a carapaça da indiferença e do individualismo, a construir uma fraternidade aberta onde cada um é reconhecido, amado e valorizado independentemente do lugar do mundo onde nasceu ou habita (cf. Fratelli tutti, 1). A contemplação da Palavra feita carne leva-nos à conversão, a escolher estilos de vida simples e a centrar-nos no Essencial.
A situação difícil em que nos encontramos é um apelo a estar atentos aos sinais de Deus na História para encontrar os caminhos novos da missão. A contemplação da Incarnação de Deus faz-nos estremecer de gratidão e de assombro e abre-nos à solidariedade e ao empenho apaixonado a favor dos irmãos e irmãs mais pobres e abandonados na esteira de São Daniel Comboni.
Queremos viver este Natal juntamente com toda a Humanidade, deixando-nos transportar pelo amor que emana da gruta de Belém e nos faz ser sinais de alegria e de esperança. A Virgem Maria, que viveu de modo particular a espera do Salvador e o acompanhou do nascimento até à cruz, nos guie no nosso caminho tantas vezes penoso e nos transforme em testemunhas credíveis da Salvação trazida por Jesus.
Desejamos-vos um Santo Natal e um Ano Novo 2021 repleto de grande paixão missionária a caminho do Capítulo Geral.
O Conselho Geral MCCJ
Celebração do Dia LMC
Ontem celebrámos o nosso dia como Leigos Missionários Combonianos.
Este ano, devido à pandemia, as celebrações têm sido bastante difíceis e reduzidas.
No entanto, a Europa tomou a iniciativa de celebrar juntos o nosso dia através da Internet. E assim o fizemos.
Reunimos mais de 100 Leigos Missionários Combonianos de todo o mundo para partilhar a nossa festa e celebrar juntos a nossa vocação. É verdade que os nossos companheiros em África tiveram mais dificuldade em se unirem devido aos problemas da Internet.
Começámos com uma saudação em várias línguas feita pela Carmen Aranda (coordenadora do comité europeu) e pudemos recordar num pequeno vídeo composto no Brasil o momento em que o Papa Francisco nos saudou durante a nossa assembleia internacional realizada em Roma. Foi um momento emotivo.
Posteriormente pudemos rezar durante algum tempo juntos usando a língua de cada um e assim tornar presentes as nossas diferentes realidades pessoais, familiares e de serviço missionário que estão e têm estado presentes durante este ano. Rezámos ao Senhor pelas dificuldades que todo o planeta está a atravessar e pelas situações mais difíceis de alguns países, bem como para agradecer tudo o que aprendemos durante este tempo e pelos momentos de solidariedade que vivemos durante o ano.
Estávamos também muito conscientes do resto da Família Comboniana, que se juntou a nós para nos felicitar neste dia.
Continuámos logo a partilhar os vídeos de apresentação que os vários países tinham enviado para este dia especial. Neles pudemos saudar os confrades dos vários países e ver alguns dos seus serviços missionários assim como escutar alguma música e coisas específicas de cada país.
Uma vez terminado este momento emotivo de partilha da nossa vida quotidiana, passamos a falar individualmente e em pequenos grupos com uma nova aplicação que poucos de nós conhecíamos.
Este foi um momento muito bonito onde pudemos dizer olá e partilhar um momento de conversa juntos, ver companheiros que só nos encontramos em reuniões internacionais ou encontrar antigos companheiros de missão. Foi também um momento ideal para conhecer novos LMCs de uma forma pessoal.
Com as diferentes línguas que nos dávamos bem e com a ajuda um do outro compreendíamo-nos mutuamente. Havia sempre alguém para actuar como ponte e ajudar na tradução.
Terminámos oficialmente com uma mensagem de despedida do Alberto como coordenador do Comité Central e depois muitos de nós ficámos durante quase uma hora a conversar uns com os outros de uma forma mais descontraída.
Foi um momento muito bonito e emocional que nos ajuda a crescer na nossa vocação comum e a tornar presentes as realidades de todas as comunidades com as quais partilhamos a vida, as suas esperanças, dificuldades e sonhos.
Estamos gratos a todas as pessoas que tornaram este momento possível e a todos aqueles que durante esse dia nos mantiveram presentes e rezaram por nós.
Saudações a todos
Alberto de la Portilla. Coordenador do Comité Central do LMC
Dia dos LeigosMissionários Combonianos 2020
Com o aproximar-se do Dia dos Leigos Missionários Combonianos (LMC) – terceiro Domingo de Advento, 13 de dezembro –, gostaríamos de partilhar algo mais sobre o que significa ser LMC. Certamente que, vindo de vários países de três continentes com culturas e línguas diferentes, somos portadores de uma grande variedade de experiências. No entanto, temos também muito em comum. “A obra deve ser católica, não espanhola, francesa, alemã ou italiana. Todos os católicos devem ajudar os pobres negros, porque uma nação só não pode socorrer toda a raça negra.” (São Daniel Comboni, E. 944).
O elemento principal que temos em comum é o nosso amor pela missão. Todos nós sentimos o desejo de levar o Evangelho a todo o mundo e de servir o nosso próximo, de modo particular os mais pobres. E realizamos esta vocação de diferentes maneiras: trabalhando no âmbito da saúde, da educação, do social e ainda através do empenho na pastoral. Procuramos “reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente da sua proximidade física, do ponto da terra onde cada uma nasceu ou habita” (Papa Francisco, Fratelli Tutti, n. 1). Uma vez que a nossa vocação é “para toda a vida”, quer dizer que não se realiza apenas durante uma simples experiência no estrangeiro, longe de casa, mas que também devemos continuar a ser missionários após o regresso ao nosso país.
Somos um movimento internacional, na missão formamos comunidades internacionais, o que é não só uma grande riqueza para nós, mas também um sinal importante para aqueles que nos vêem como um testemunho de quem, como cristãos, conseguimos viver pacificamente juntos, apesar de provirmos de culturas diversase falarmos línguas diferentes. Além disso, tentamos encontrar-nos “à distância” e partilhar experiências, utilizando os meios digitais. Neste tempo de pandemia, as reuniões via Internet tornaram-se mais frequentes. Também nós decidimos utilizar esta mesma via para nos encontrarmos com os LMCs de outros países e para realizar reuniões de formação online. E celebraremos também a nossa festa online. Se, por um lado, lamentamos o facto de não nos podermos encontrar, pessoalmente, com os LMCs do nosso país, por outro lado, sentimos a alegria de nos poder reunir online, eliminando o problema da distância e abrindo a possibilidade de nos encontrar também com os LMCs de outros países.
Gostaríamos de vos convidar a todos a unir-vos à nossa missão. E se alguém desejasse partir para uma experiência de missão ad gentes, sinta-se livre de nos escrever um e-mail e, certamente, dar-lhe-emos indicações sobre como contactar o grupo LMC mais próximo. Mas se não podes ou não queres partir, pois não é esta a vocação de todos, poderás sempre viver missionariamente através da oração. Por exemplo, rezando pelos missionários e pelas pessoas a quem eles são enviados. A oração dá-nos inspiração, força para servir, capacidade de superar as dificuldades e os problemas, esperança, fé, amor pelo próximo. Ajuda-nos ainda a permanecer abertos ao Espírito Santo e à palavra de Deus que escutamos. A oração é também importante para pedir novas vocações, porque “a messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe.” (Mt 9, 37-38).
Demos também graças a Deus por todas as pessoas que de alguma forma nos apoiam e rezemos para que a bênção de Deus desça sobre elas.
Magda Negewo,
Comité Central dos LMC