Leigos Missionários Combonianos

Este é o nosso campo de missão aqui na periferia de Contagem na Paróquia de São Domingos

Visita pastoralA Paróquia São Domingos e suas treze comunidades, receberam a visita pastoral de dom Luiz Gonzaga Fechio (Bispo de Belo Horizonte), dias 7 e 8 de dezembro, no bairro Nova Contagem. Um momento especial de comunhão e partilha.

No sábado, os padres missionários Combonianos apresentaram as atividades da Paróquia e visitaram as comunidades religiosas. Durante a Missa da noite, dom Luiz Fechio conferiu o sacramento da Crisma aos jovens das comunidades.

Dom Luiz visitou no domingo, a Casa Comboniana que, por meio da Pastoral Carcerária, oferece apoio a famílias de presidiários e a pessoas com dependência química. Também se reuniu com lideranças do Conselho Pastoral Paroquial e coordenadores das comunidades.

Dom Luis Fechio em sua visita pastoral aproveitou para conhecer também a casa dos Leigos Missionários Combonianos aqui no Ipê Amarelo e saber  como é a vida dos LMC. Para ele e para nós foi bom partilhar as experiências, alegrias e tristezas, mais alegrias é claro. Dom Luis ficou contente de saber que numa periferia distante de tudo, os LMC se faz comunhão com o povo.

Uma Missa com a presença de representantes das treze comunidades marcou o encerramento da visita.

Visita pastoralPor Maria de Lourdes Vieira

LMC em Mongoumba (República Centro-Africana)

Tere y Elia LMC en MongoumbaQueridos LMC, amigos e familiares

Paz e Bem!

Escrevemos para contar um pouco como estamos a viver o momento presente, após a tentativa de golpe de estado de 5 de dezembro, os nossos medos, as nossas angústias…

Quando anoitece o silêncio cai em Mongoumba, não se ouvem os cantos e risos das crianças que brincam, não se ouvem as conversas dos vizinhos, não se ouvem os tambores que animam a noite… apenas os sons da natureza, os grilos e alguns pássaros noctívagos. É um silêncio que angustia porque sabemos que as pessoas deixam as suas casas para se refugiarem na floresta. Partem porque têm medo. Medo dos militares da Seleka e medo dos Anti-Balaka, o novo grupo de oposição ao governo de transição. Medo da noite, do que pode acontecer.

É um momento difícil, um momento difícil para o país, mas nós em Mongoumba estamos numa situação diferente, podemos  dizer que vivemos num pequeno paraíso. Um pequeno paraíso onde as dificuldades não faltam, mas tentamos dar continuidade às nossas atividades quotidianas nos diferentes projetos: saúde, educação e pastoral, ao mesmo tempo tentamos viver em proximidade com as gentes partilhando com elas as dificuldades de cada dia. Falamos de pequeno paraíso porque o local, com as suas fronteiras naturais (o rio), nos permitem continuar de uma forma quase normal, quase normal, pois não podemos esquecer a situação de guerra, destruição e morte que se vive no resto do país.

Chegam-nos notícias dos acontecimentos, sobretudo em Bangui, há outras localidades em dificuldades, mas é em Bangui onde os confrontos são mais intensos e tem havido maior número de mortos. Ouvimos as notícias e ouvimos também as pessoas que têm familiares na capital, do que se passa nos bairros, de cadáveres em casa e nas ruas onde ninguém chega para os recolher. Os acessos são difíceis e as pessoas têm medo de sair para pedir ajuda.

As notícias que nos chegam do exterior falam de guerra de religiões, mas nós, por enquanto, não o sentimos desse modo, para nós é uma forma política de colocar uns contra os outros e que alguns aproveitam para ajustes de contas e vinganças pessoais. Tanto a Seleka como os Anti-Balaka estão a destruir um povo para chegar a um poder que não são capazes de dominar. Os Anti- Balaka dizem-se cristãos como os da Seleka se dizem muçulmanos, mas nem todos os muçulmanos se identificam com a Seleka e nem todos os cristãos com os Anti-Balaka. Que religião se identifica com grupos que semeiam a morte e a desordem? É um problema político que falsos crentes tentam tornar religioso. Desde o início dos conflitos que os líderes das principais conferências religiosas do país trabalham em conjunto no apelo à paz. Um pouco por todo o país têm vindo a ser criadas comissões inter-religiosas com o mesmo objetivo, inclusive em Mongoumba onde, também há o risco que as pessoas se comecem a olhar com desconfiança o que pode levar a confrontos pessoais com consequências nefastas para toda a localidade.

Um dos nossos medos é o número de armas em circulação. Os militares franceses começaram a fazer o desarmamento, mas  quantas armas não saíram ou vão sair levadas por desconhecidos com destino desconhecido?

Até ao momento presente, temos vivido como espectadoras duma guerra que também é nossa, mas de que não sentimos os efeitos diretos.

Beijos para todos e manter-se connosco

Elia e Tere

Chegada de Emma (LMC da Itália em Brasil)

Emma chegou ao Brasil no dia 1 de Dezembro de 2013. Veio para um tempo de 3 anos.

A comunidade Nossa Senhora Aparecida do Ipê Amarelo a recebeu com muita alegria.

Neste dia 8 /12, dia da Imaculada Conceição, Emma foi apresentada e recebida pelo povo. Aproveitando a visita pastoral de Dom Luis, bispo da nossa região, Emma fala da alegria de poder participar na vida da comunidade e de caminhar com Jesus em terras brasileira.

Já estudando o português, aproveita do momento com as crianças aqui na casa de missão S.Terezinha Ipê Amarelo para o conhecimento da língua.

Seja bem vinda Emma!

Por María de Lourdes,

LMC Brasil

Contrastes

Liliana FerreiraEu estou onde está o meu coração e meu coração está nesta terra maravilhosa cheia de árvores imponentes e grandiosas, que infelizmente têm sido levadas (roubadas) para outros países. Nesta terra onde o sol nasce no mar e se poe sobre as montanhas, onde a lua não é mentirosa e nos sorri quando a contemplamos. Nesta terra onde se respira ar puro, que infelizmente também já é fonte de rendimento para muitos. Nesta terra de praias maravilhosas de areia branca e água transparente que com muita tristeza deixam de ser desertas para dar lugar a mega empreendimentos turísticos. Nesta terra de cor vermelha, terra vermelha cor do sangue, do sangue derramado por muitos na luta pela independência, do sangue de muitos derramado na luta pela paz e do sangue daqueles que hoje lutam por uma vida mais digna e pelos seus direitos. Aqui a terra é também meio de sobrevivência, é dela que o povo tira os alimentos necessários para se manter durante o ano, mas que está a ser usurpada por multinacionais que surgem do nada e exigem seus direitos sobre a terra sem pensar nas consequências na vida de quem lá viveu toda a vida.

Moçambique é belo e atractivo, cheio de belezas e recursos naturais, com pessoas simpáticas e acolhedoras, para o exterior sai a ideia de que é também um centro de emprego, mas isto só mesmo para quem vem de fora. O desemprego aqui é elevado, os jovens que se esforçam por terminar a 12ª classe deparam com as portas fechadas para o mundo do trabalho e outras vezes é lhes oferecida a oportunidade de trabalho em troca de um valor…

MozambiqueEsta realidade delineou as discussões das aulas de Educação Cívica e Moral do primeiro semestre onde discutimos a situação actual de Moçambique tocando em pontos como: desigualdade na distribuição sociais, pobreza, educação e saúde, corrupção, globalização, acção das multinacionais, contrastes… temas importantes para desinstalar os jovens dando a conhecer a realidade e procurando fortalecer as suas mentes críticas de modo a poderem exigir justiça e um futuro mais promissor.

Liliana Ferreira, LMC