Começa um novo ano letivo e com ele a oportunidade de iniciar um caminho missionário.
O grupo LMC da Espanha organiza um encontro para todas as pessoas interessadas. Assim como na Espanha, muitos outros países estão abertos a acompanhar todas as pessoas com inquietações missionárias. Portanto, se você é uma dessas pessoas, não hesite em escrever e perguntar se estamos presentes no seu país e passaremos o seu contacto para a coordenação para que você possa iniciar um caminho missionário.
Deixamos aqui o anúncio deste primeiro encontro na Espanha para o final de outubro.
Há momentos que mudam tudo… e este outubro pode ser um deles.
Se sentes inquietação,
Se algo dentro de ti te empurra para ir mais além,
Se acreditas que a tua vida não é só para ti…
Então este Encontro Vocacional Missionário é para ti.
De 24 a 26 de outubro, convidamos-te para um Encontro Vocacional Missionário com os Leigos Missionários Combonianos. Um momento especial para ouvir, discernir, olhar para a tua vida com olhos missionários e perguntar-te: O que Deus quer de mim?
QUANDO: 24 a 26 de outubro de 2025
ONDE: Missionários Combonianos. C/Arturo Soria 101. Madrid
PARA QUEM: Jovens e adultos com inquietação pela vocação missionária leiga.
A cisterna concluída com sucesso em trabalho de equipe
O Ciranda, um acrônimo para Centro de Inovação Rural e de Desenvolvimento Agroecológico, dá formação teórica e técnica em agroecologia para 70 famílias da cidade de Açailândia, como alternativa econômica à cadeia de mineração e ao agronegócio da região, que se encontra bem no meio do percurso da Estrada de Ferro Carajás (EFC). Segundo o coordenador Xoán Couto, o projeto brasileiro se inspira na Laudato si’, já que percorre o mesmo caminho que une a fé e a ciência, em “resposta às necessidades das comunidades, valorizando também os conhecimentos tradicionais.”
Andressa Collet – Vatican News
A “ciranda” faz parte do patrimônio cultural da maioria das crianças brasileiras. Uma música, com dança de roda, que lembra as mulheres de pescadores do nordeste do país que cantavam esperando os maridos chegarem do mar. Uma dança comunitária, sempre à espera de mais um, assim como acontece com um projeto desenvolvido na cidade de Açailândia, no Estado do Maranhão, em plena Amazônia.
Uma brincadeira levada a sério desde 2018. O Ciranda, um acrônimo para Centro de Inovação Rural e de Desenvolvimento Agroecológico, resolveu apostar na agroecologia como alternativa econômica à cadeia de mineração e ao agronegócio da região, que se encontra bem no meio do percurso da Estrada de Ferro Carajás (EFC), que liga a maior mina de minério de ferro a céu aberto no mundo, em Carajás, no sudeste do Pará, ao Porto de Ponta da Madeira, em São Luís, no Maranhão.
A ecologia integral, assim, surge como uma possibilidade real para que as famílias não dependam somente da mineração, mas que consigam resgatar a economia local, gerando renda pra dentro de casa, com menos impacto ao meio ambiente. O coordenador do Ciranda, Xoán Carlos Sanches Couto, leigo missionário comboniano, é quem explica essa nova relação com a Casa Comum que consegue ser adaptada à realidade de cada um:
“O Ciranda promove tecnologias apropriadas para agricultores familiares e os camponeses. Aqui testamos e aplicamos tecnologias e formas de produção que são bem adaptadas à escala de tamanho das propriedades dos agricultores familiares aos seus conhecimentos, à força de trabalho que eles têm nas suas famílias, e ao meio ambiente que temos aqui nesta região.”
Os jovens do projeto Ciranda em estudo de campo
A agroecologia inspirada na Laudato si’
O engenheiro agrônomo é espanhol, há 20 anos no Brasil, trabalhando junto às famílias da Amazônia do Maranhão. No início, Xoán criou a Casa Família Rural, um tipo de escola agrícola comunitária para melhorar a vida e a educação dos jovens do campo. Hoje, junto com o Ciranda, os dois projetos ajudam na formação teórica e técnica de 70 famílias da região.
Nos cursos, os filhos de agricultores aprendem a se familiarizar com as formas de produzir as culturas agroecológicas, podendo reproduzir nas suas propriedades. São tecnologias apropriadas para a agricultura familiar que, uma vez aprendidas na escola, são repassadas para as famílias e comunidades num fluxo permanente de incentivo para permanecer no meio rural. Esse é um dos bons exemplos que vêm do Brasil, uma ação que não resolve os problemas globais, mas confirma “que o ser humano ainda é capaz de intervir de forma positiva” para melhorar o meio ambiente (Papa Francisco, Laudato si’, p. 40).
“Esta ideia do trabalho com agroecologia se inspira muito na Encíclica Laudato si’, assim como a encíclica que é uma junção da ciência e da fé – o Papa para dar essas exortações que ele dá na encíclica e a sua equipe buscaram o melhor que a ciência tem produzido para explicar a crise ambiental, para dar uma resposta desde a fé, mas também com base científica. Então, o Centro Ciranda também faz esse mesmo caminho. A gente usa o conhecimento científico, nós temos parceria com instituições de pesquisa, com universidades, mas, ao mesmo tempo, a nossa resposta é desde as necessidades das comunidades, valorizando também os conhecimentos tradicionais.”
Xoán dá exemplos das técnicas ensinadas, que vão desde a bioconstrução, uma forma de construção tradicional muito praticada na região com barro e telhas de material reciclado, até a fabricação de biogás e captação da água da chuva com cisternas. Mas também é praticada a avicultura caipira, a minhocultura, a piscicultura e a apicultura; os suínos são criados ao ar livre e os sistemas agroflorestais são incentivados através do plantio de árvores madeireiras e frutíferas, e também de culturas anuais que são a base alimentar dos moradores: “como milho, feijão, mandioca e etc. Tudo isso é plantado junto na forma chamada policultivo, onde não existe monocultura e uma espécie ajuda a outra de forma que temos um ambiente equilibrado e muito difícil de acontecer uma praga, algum inseto vir atacar e dar algum prejuízo econômico. Então, na forma de se inspirar na natureza – que tem a sua base científica também”.
A técnica da bioconstrução, com barro e telhas de material reciclado
Os desafios do Ciranda: das queimadas ao agronegócio
Apesar dos bons resultados, os desafios existem: é o caso das queimadas que chegam de outras propriedades. Xoán conta que geralmente conseguem salvar as culturas permanentes, mas as outras áreas, com experiências de pastagem ecológica e reserva de mata, são muito castigadas pelo fogo, como aconteceu nos dois últimos anos consecutivos.
“Isso é um desafio que nos leva a pensar como, para os próximos anos, a gente pode fazer barreiras florestais que sejam menos suscetíveis ao fogo e que a gente consiga vencer esse problema. Mesmo assim, os resultados são promissores: a gente vê nas famílias essa empolgação e vontade de permanecer trabalhando na terra, sabendo que tem essa missão de fornecer alimento para humanidade e que isso pode ser feito preservando a nossa Casa Comum, sem degradar o meio ambiente.”
A aliança com a natureza já está muito presente na vida da maioria dos camponeses. Porém, não são todos que têm essa consciência, pois o agronegócio está muito presente localmente, “transformando economias, paisagens e mentes”. Como confirma o Papa, na Laudato si’ (p. 38), “com muita facilidade, o interesse econômico chega a prevalecer sobre o bem comum” e “qualquer tentativa das organizações sociais para alterar as coisas será vista como um distúrbio provocado por sonhadores românticos”.
Xoan, ao centro, com um grupo de agricultores familiares
Xoán tem plena consciência de que o Ciranda é uma experiência que “contraria profundamente as bases do mercado capitalista, onde mais vale quem mais tem e quem mais ganha dinheiro”.
“Por isso, muitas vezes, as famílias tendem ser ridicularizadas, a ser minimizadas, a dizer que isso não dá certo, que isso não consegue alimentar a humanidade, quando nós temos já várias pesquisas que dizem que, por exemplo: 1 hectare de agrofloresta – que é o método que nós trabalhamos, de sistema agroflorestal – se for considerar todos os serviços ambientais prestados, ele é mais produtivo que 1 hectare de monocultura de soja. Isso em termos monetários, mas também em termos ecológicos. Então, desmontar essa racionalidade monetarista é um dos desafios que nós temos e nisso iremos trabalhar nos próximos anos.”
Os jovens do projeto Ciranda em estudo de campo
Ouça a reportagem especial:
*Fotos e vídeo produzidos antes das últimas medidas tomadas para enfrentar a emergência da Covid-19
No passado dia 31 de Janeiro transmitimos em direto através da página de facebook dos Leigos Missionários Combonianos de Portugal as “Conversas Missionárias com Etiópia”. Nesta conversa entre os três LMC, David Aguilera – LMC de Espanha – e Pedro Nascimento – LMC de Portugal – partilharam sobre a vida que brota na missão que vivem como comunidade desde 2019 na Etiópia. Responderam sobre assuntos relativos à resposta ao chamamento para a vocação missionária, a preparação para a partida para a missão e as vivências e dificuldades em missão.
“Para mim foi uma partilha muito bonita e intensa, também com um significado especial para mim, já que também vivi durante algum tempo aquela missão e a sigo trazendo no meu coração a ela e a todas as pessoas que conheci na Etiópia e em todo o percurso que me levou até esta missão enquanto LMC. É muito bom sentir que os meus companheiros de missão fazem um caminho bonito, difícil mas com a vontade de servir e de se deixarem conduzir pelas mãos de Deus!”, refere Carolina Fiúza, a LMC Portuguesa que entrevista os dois LMC, e que esteve também com eles em missão em 2019.
Assim, em pleno tempo de confinamento que vivemos atualmente, no intuito de estimular o ritual de ficar em casa mas com amor, partilhamos um testemunho missionário que, certamente, tocou muitos.
Por Zé Luís Costa. Da Página do MST. (Editado por Fernanda Alcântara)
A Casa Familiar Rural (CFR) de Açailândia, no estado do Maranhão, foi constituída como associação, em 2001, depois que um pequeno grupo de pessoas militantes sociais se reuniu e começou a discutir formas de melhorar a questão da educação do campo para a realidade local.
De prontidão, entidades iniciaram a proposta da casa familiar e entraram nesse debate desse projeto político e social, como o MST, que estava recém instalado na cidade, a ordem religiosa dos combonianos, Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos e o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da cidade.
A experiência desse tipo de escola já é antiga no mundo, e no estado do Maranhão elas estão presentes em várias cidades diferentes. Em outras partes do mundo essa modalidade de escola é conhecida como “Escola Família Agrícola”.
A partir das primeiras discussões, as organizações interessadas realizaram vários encontros, inclusive em outras cidades dos arredores, como lembra Xoan Carlos (LMC). “Realizamos uma série de reuniões nas comunidades. Foram mais 60 reuniões nos municípios de Açailândia, São Francisco do Brejão, Itinga, Bom Jesus das Selvas. E então se constitui a associação”.
Ele continua: “A partir daí, conseguimos um terreno, cedido pela igreja católica. Porém, não tínhamos condições de construir o prédio, de pagar funcionários. Então foram mais alguns anos de luta e articulação na busca de projetos, e conseguimos alguns apoios internacionais”.
Posteriormente, em 2003, as organizações envolvidas na ideia conseguiram começar o que sonhavam para a cidade e entorno, tendo em vista a grande quantidade de assentamentos e comunidades rurais que tinham nas proximidades da cidade, hoje com 110 mil habitantes. Era um sonho para o distante futuro.
Os pioneiros da ideia conseguiram, com muita luta, parcerias com a prefeitura, como afirma Xoan Carlos. “Em 2005 iniciamos as primeiras atividades da CFR. Começamos com curso de ensino fundamental, a gente tinha conseguido estruturar várias unidades produtivas na agricultura, na apicultura, de criação de gado, porco… O governador Jackson Lago teve a intenção de fazer curso de ensino médio integrado à educação profissional, e aí iniciou-se um novo momento para a CFR”, conclui.
Com essas articulações, em 2006, iniciou-se o curso Nível médio, que foi se adequando melhor às necessidades dos jovens do campo. Principalmente porque, quando em 2001, muitas comunidades só tinham jovens com no máximo até quarta série. Essa era então a necessidade: uma escola com características diferentes das convencionais, para o campo.
Jarbe Firmino foi aluno da primeira turma da Casa Familiar Rural de Açailândia, e posteriormente entrou na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Ele cursou Licenciatura em Educação do Campo e retorna à CFR, agora como monitor/professor, passando depois a ocupar cargo na instituição como coordenador geral.
Ele conta da experiência fazendo críticas à posição do poder público: “Essa experiência a qual me refiro, de coordenador, bem como em outros momentos, foi de grande dificuldade em termos de apoio do poder público. Foram períodos em que os contratos não eram cumpridos por parte do Estado, fragilizando o movimento do qual CFR faz parte”, encerra.
Após toda essa luta, veio o reconhecimento e conquistas. A principal delas foram a formação dos jovens em técnico em agropecuária para atuar nos assentamentos junto às suas famílias e em alguns órgãos do estado. Houve reconhecimento por parte do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, o CREA, para que pudessem trabalhar de formas oficiais prestando assistência técnica em projetos.
Entretanto, o desejo da coordenação e do grupo que organiza a associação e a CFR é que os alunos, formados, trabalhem com as suas famílias desenvolvendo o que eles aprenderam, nas propriedades familiares, como a maioria são de assentamentos da reforma agrária.
A CFR é administrada por uma associação, e atualmente o presidente é Xoan Carlos. A coordenação é escolhida pela associação e tem dez professores que são contratados pela Secretaria de Estado de Educação do Maranhão.
História das Casas Familiares Rurais
As Casas Familiares Rurais tiveram origem na França, em 1935, numa situação de forte êxodo rural, quando um grupo de famílias, com o apoio da igreja católica, reuniu-se para repensar essa situação. Chamaram-no de “Casa” para diferenciar da escola convencional e porque começou na casa de uma família; “Familiar” porque era uma organização das famílias e não do governo; e “Rural” porque o objeto da experiência era no meio rural na sua globalidade: técnica, humana, cultura, etc.
Hoje, na França, existem 450 CFRs. A partir dos anos 60, a experiência alastrou-se pela Espanha e a Itália com o nome de “Escola Família Agrícola”. Existem cerca de 1.000 CFRs nos cinco continentes, em trinta países.
No Brasil, as CFRs começaram a surgir no final dos anos 60, existindo na atualidade uns 150 centros educativos rurais que funcionam usando a “Pedagogia da Alternância”. No Maranhão são aproximadamente 27 escolas com esses princípios formativos. A pedagogia da alternância desenvolvido dentro dos métodos de Paulo Freire, em uma construção da formação técnica, é unida com a formação para a vida, no caso de Açailândia, amplia a parceria nas lutas por um modelo de agricultura diferenciado.
Descobrir a missão e cuidá-la é também olhar para pequenos retratos e imagens que captam a alegria imensa que é ser missão, neste caso, entre os GUMUZ. Os Gumuz (habitantes na região de Benishangul-Gumuz) são o povo que Deus destinou aos nossos amigos LMC na Etiópia como lugar de missão e de partilha. Foi para ali que foram ao encontro do amor e hoje, neste vídeo, vemos um pouco (só um pouquinho…) daquilo que é o trabalho missionário. O resto do que possa ser partilhado (e que é tanto) fica para uma boa dose de conversa e escuta sobre o testemunho destes missionários.
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