Leigos Missionários Combonianos

[Moçambique] Animação Missionária na Paróquia da Santa Cruz

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Nos quartos finais de semana de todos os meses, os LMC de Moçambique têm o costume de se reunirem para suas formações regularmente e de forma permanente. Estes encontros são de natureza formativa, mas ???????????????????????????????também, certas vezes, escolhe-se paróquias para animação missionária. Neste mês de Março, a nossa animação decorreu na Paróquia da Santa Cruz, na cidade de Nampula, começando na tarde do sábado (28), onde nos apresentamos em um grupo desta paróquia, formado por casais e solteiros jovens.
Partilhamos a palavra de Deus e falamos sobre o movimento dos LMC a nível de Moçambique e do mundo. Aprofundamos as citações de São Daniel Comboni que diziam: “Salvar África com África”, “Eu morro mas a minha a obra não morrerá”, “Mil vidas para a missão”, “As obras de Deus nascem aos pés da cruz”; tudo isso foi motivo da nossa reflexão e aprofundamento.

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Terminado o sábado, no domingo (29) estivemos na comunidade São João de Brito, pertencente a esta mesma Paróquia, onde culminou a nossa animação com tanta alegria e coincidiu o Domingo de Ramos, que é dia da juventude. Por isso, no fim da celebração, reunimos continuamente falando do nosso movimento, de modo particular da atividade na paróquia de Carapira e na Escola Industrial.

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Por isso, depois da apresentação das frases proferidas por Daniel Comboni, que anteriormente referimos, os crentes, com a necessidade de aprofundar, pediram a tradução em língua local (macua). Entre outras traduções, focou-se muito na de “Salvar África com África”, em macua “Wopola w’Áfrika ni Áfrika”. Deu-se vários exemplos. Os crentes desta comunidade ficaram muito comovidos a partir desta animação, havendo a necessidade de informar mais. Assim, deixamos uma abertura de diálogo através de nosso contatos.

Outro aspecto que não deixamos de falar foi sobre a família comboniana, que é vasta, hoje tendo padres, irmãos, irmãs, leigos e seculares.

???????????????????????????????Por último, agradecemos a disponibilidade e a recepção da paróquia, e desta comunidade em particular, que no final ainda nos ofereceu alguns produtos “da machamba” (do campo).
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Por Rui Evaristo Assane, formando LMC

Não podemos enterrar nosso espírito missionário!

BrasilNo dia 15 de março nos reunimos na cidade de Curitiba para dar continuidade aos encontros de acompanhamento aos interessados no chamado á vocação leiga missionaria comboniana desta região. Neste segundo encontro, dando prosseguimento ao tema Vocação e Missão, tivemos a oportunidade e o compromisso de rezarmos juntos no dia do nascimento de São Daniel Comboni. Unidos a toda a Família Comboniana nos dedicamos a rezar e refletir sobre sua vida e o nosso compromisso com a Missão para a Humanidade.

É inspirador perceber que Comboni não mediu esforços para encontrar a Cristo no rosto dos irmãos africanos, percorreu grandes distancias, ajudou a animar a Igreja e a fazê-la enxergar onde a vida estava ameaçada. Seu testemunho conseguiu atrair muitos outros consigo, foi ao encontro, colocou-se a caminho, usou todos os recursos disponíveis em sua época, não teve medo das dificuldades.

Para refletimos sobre a atualidade do chamado missionário, assistimos também ao documentário “Missão e Comunhão Eclesial” da Campanha Missionária 2010.

A Missão também nos nossos dias pede uma resposta urgente e corajosa. Missão Além Fronteiras e Animação Missionária, dois pontos essenciais do chamado de todo batizado. E estes momentos são importantes para reacender nossa chama missionária e ajudar a despertar a consciência missionária da Igreja, desejosos que mais pessoas despertem para este chamado.

BrasilBrasilAproveitamos também para partilhar como nasceu a organização dos LMC no Brasil, num breve relato destes quase 20 anos de caminhada. Vale recordar sempre o que recomenda o papa Francisco na Mensagem do Mês Missionário “continua a revestir-se de grande urgência a missão Ad gentes, na qual são chamados a participar todos os membros da Igreja, pois esta é, por sua natureza missionária: a Igreja nasceu em “saída”.

Continuemos a caminhada, sendo um pequeno sinal, na partilha da vida e na defesa e promoção da Vida para todos.

LMC Brasil

Voz à Missão

Recebemos, com alegria, um testemunho da missão da Missionária Secular Palmira Pinheiro que se encontra atualmente na República Centro-Africana com a LMC Élia Gomes. Aqui deixamos o testemunho das alegrias e canseiras desta missão do coração da África

VOZ À MISSÃO

Embora hoje não seja Samedi (sábado), o Samedi chegou! Como sempre fora de horas, quando eu já fechei a porta do Dispensário e com vontade de descansar um pouco, pois o cansaço já se faz sentir. Porém, mesmo que eu comece a rabujar com a mãe, porque não são horas de vir, o seu sorriso, os seus olhitos brilhantes como duas estrelas, os seus bracitos estendidos para mim, fazem-me desmoronar completamente do meu mau humor. Todos são meus queridos, mas o Samedi tem um lugar especial no meu coração. Não fosse ele um dos meus primeiros casos de sucesso! Era uma criança destinada a morrer, mas a Vida venceu!

PalmiraLogo na segunda semana que aqui cheguei, em certo dia, quando estava já para fechar a porta do Dispensário, aparece uma mulher, por sinal pigmea,que me deu  a ideia de uma débil mental e que trazia nos braços uma criancinha que segundo explicação de alguém que a acompanhava seria um prematuro, recém-nascido e que a mãe não tinha leite para o alimentar, Pesei o bebé, que realmente não chegava a 2 quilos, porém era um bebé ”de tempo”, pois os pigmeus são todos pequeninos. O que ele tinha, realmente, era fome, pois esta mãe, que parecia em depressão, embora com uns peitos enormes, não estava motivada para dar de mamar, pelo que as glândulas mamárias precisavam de ser estimuladas pela sucção do bebé para segregarem o “suco da vida”.

Deixamo-la ficar no Centro de Reabilitação durante cerca de um mês e meio em que se tentou alimentar a mãe e incentivá-la a dar de mamar ao filho, o que se tornava tarefa difícil, pois que nós não podíamos estar sempre presentes e, quando íamos, encontrávamo-la deitada na varanda do Centro a dormir com o enorme peito estendido, acriança deitada também ao lado, porém, como é lógico, sem a capacidade de pegar no peito e mamar. Valemo-nos, então de uma outra mãe, também ela pigmeia, e que estava a acompanhar o seu pequenito desnutrido, o jean Pierre, outro dos meus favoritos, a quem encarregamos de a espicaçar para que desse de mamar ao filho. E, assim se foi ultrapassando a fase mais crítica, em que, para piorar a situação iam aparecendo algumas doenças (paludismo, broncopneumonia, diarreia, etc.) às quais se ia dando resposta com a devida medicação. Até que um belo dia a mãe resolve ir embora sem dizer nada e, então perdemos a esperança e dissemos: – ele vai morrer, não vai ter chance! Porém com surpresa nossa, ela aparece, passadas duas semanas com a criança bem doente de pneumonia, tremendamente debilitada e, duvidamos de a poder salvar, mas ficando aqui mais uns dias, iniciamos tratamento, alimentando a mãe para que ela por sua vez alimentasse o filho, mas no melhor da festa ela abandona o tratamento e volta para o “Acampamento”. E, assim foi continuando a aparecer quando o filho estava na última e nós sempre íamos repetindo: -Agora é desta que vai mesmo! Porém a “VIDA” é mais forte do que a morte e o Samedi venceu!! Agora ele tem 9 meses, continua a ser pequenino (não fosse ele pigmeu), mas já pesa 8 quilos. Bem bom! Quando me aproximo dele, ele salta de alegria, sorrindo e abrindo os bracitos para vir ao meu colo. PalmiraAperto-o contra o peito como a um filho muito querido a quem me sinto de ter ajudado a viver. Ele brinca, ri e todo se diverte. É uma criança feliz! Embora continuando a fazer as suas crises de paludismo, diarreia, bronquite, etc., mas pelo menos, a mãe tem ainda o expediente de a trazer quando está mal, até porque, além da medicação, sempre leva o saco cheio de alimentos para os dois.

Penso para mim e para com Deus: “Ainda que, não tivesse feito mais nada, já valeu a pena  vir a Mogoumba para ver esta criança sorrir, depois de a ver destinada a morrer”

Um abraço a tod@s.

Palmira Pinheiro (MSC)

[Moçambique] Encontros Vocacionais

Com o ano escolar 2015, começaram também nossos encontros vocacionais no segundo domingo de cada mês, no centro catequético de Carapira. Já foram realizados dois encontros neste ano. Cabe mencionar que formamos uma equipa vocacional para organizar estes encontros: o irmão Luís (italiano), Irmã Maria Pia (italiana), que nos deu a notícia de que será enviado para a comunidade provincial, por isso vai continuar a apoiar com as suas orações, LMC Beatriz (mexicana), Amanda, voluntária dos Estados Unidos, e o jovem Sabonete (moçambicano), que está a fazer o ano de discernimento para entrar na fase de formação de base no grupo LMC de Moçambique.

Basicamente, são três anos em que a orientação vocacional é dada aos jovens que têm essa preocupação para descobrir o seu caminho a seguir. São apresentadas a eles as vocações específicas (Sacerdócio, Irmã, Irmão, Leigo comprometido), para escolher aquela a qual se sentem chamados por Deus. A Bíblia é a nossa principal ferramenta, saber como as pessoas eram chamados de diferentes formas e como responderam ao chamado recebido, para descobrir que Deus nos chama a todos de diferentes maneiras. Temos a oportunidade de apresentar testemunhos, falar sobre nossas experiências pessoais de quando tínhamos sua idade e, portanto, com jogos, dinâmicas, trabalhos em grupo, plenária, compartilhamos a alegria de anunciar o Evangelho na escolha da sua vocação, e assim ajudar na construção do Reino de Deus.

Chamados a viver e a ser comunidade

IMG_2997No fim-de-semana de 21 a 22 de Fevereiro os Leigos Missionários Combonianos reuniram-se em Viseu para o 6º encontro de Formação subordinado ao tema: “Comunidade: desafios e oportunidades” orientado pela comunidade de vida do Porto. Este encontro decorreu na Mosteiro de Santa Beatriz da Silva que muito amavelmente nos acolheram em sua casa e muito lhes estamos agradecidos por isso.

Ao longo de todo este encontro tivemos a oportunidade de refletir e perceber aprofundadamente sobre a comunidade. A comunidade surge logo no início da bíblia quando Deus afirma “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2, 20). Assim, de fato, somos chamados ao longo de toda a nossa vida a viver e a ser comunidade. Tal como afirmou a Susana: “O mundo é a nossa estrutura. As pessoas são a nossa casa. Sem este mundo não podemos ter outro. Sem as pessoas o ser humano não vive.” Desta forma, deve ser com as pessoas e para as pessoas que a comunidade deve existir.

 “devemos ser partes de um mesmo corpo”

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A comunidade está em todo lado, nos mais diversos campos da nossa vida: na escola, no trabalho, na família, nos amigos, na igreja, na catequese e na missão. Mas só falamos plenamente de comunidade se aceitarmos Jesus Cristo como membro da nossa comunidade, como o irmão que nos ama tanto que morreu na cruz com o peso dos nossos pecados. Jesus ama-nos e não só faz parte da nossa comunidade como com o Pai e o Espírito Santo são o centro, o cerne, de qualquer comunidade. A exemplo deles devemos ser uma só voz, ser uma só alma devemos ser partes de um mesmo corpo. Este é o verdadeiro desafio de ser comunidade. Isto porque, todos nós somos diferentes nos nossos defeitos e qualidades. E Deus chama-nos individualmente pelo nosso nome. Deus chama os diferentes, os pecadores. Deus chama-nos a nós. E somos nós que com tudo aquilo que nos caracteriza que formamos comunidade.

 “devemos ser partes de um mesmo corpo”

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 E a pergunta que tantas vezes nos colocamos é: Será que a comunidade vai funcionar apesar das diferenças entre as pessoas? Sim, não é fácil mas é definitivamente possível. Funciona se soubermos o nosso centro, se formos verdadeiros uns para com os outros, se utilizarmos os dons de cada um nas coisas que somos melhores. Funciona se tivermos a humildade de dividir tarefas. Mas não é para nos dividirmos mas para nos juntarmos. Desta forma a comunidade passa pela fé no outro. A comunidade é então uma questão de amor em que há um só coração, uma só alma e uma só voz. Em que deixa de existir um eu para existir um nós. Em que tudo é posto em comum.

 “Comunidade é Amor”

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 Comunidade é sem dúvida o Amor. O Amor que vem de Deus e que nasce d’Ele que nos ama primeiro de uma forma avassaladora. É esse amor que move o mundo que somos chamados a ter pelos nossos irmãos. E tal como São João Paulo II afirmou: “O amor é um ato de vontade”

Por isso parte de cada um de nós perdoar, desculpar, querer amar o outro, escolher amá-lo apesar de todos os seus defeitos e erros que eu também tenho e amarmo-nos nas nossas diferenças e amarmo-nos nas nossas fragilidades.

 Por: Paula Sousa