Por quantos vivem nas periferias dos grandes aglomerados urbanos, para que encontrem acolhimento, oportunidades de participação e de resgate, promoção e respeito, para que as cidades readquiram um rosto humano. Oremos.
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Últimas notícias sobre Piquiá (Brasil)
Um novo vídeo foi publicado onde podemos acompanhar a realidade atual da comunidade de Piquiá de Baixo acompanhada pelos nossos LMC no Brasil.
Nele eles mostram como a exposição à poluição, aos gases e ao pó de cimento das empresas continua deixando doentes os habitantes da comunidade.
O vídeo está em português.
Oração da Família Comboniana Março 2023
Para que, por intercessão de São José, protector da família de Nazaré, os nossos Institutos possam sempre ter o neces-sário para viver e levar por diante com dignidade a missão de que são partícipes e para que sejamos ajudados a administrar bem quanto nos é confiado. Oremos.
Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2023
Ascese quaresmal, itinerário sinodal
Queridos irmãos e irmãs!
Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas coincidem em narrar o episódio da Transfiguração de Jesus. Neste acontecimento, vemos a resposta do Senhor a uma falta de compreensão manifestada pelos seus discípulos. De facto, pouco antes, registara-se uma verdadeira divergência entre o Mestre e Simão Pedro; este começara professando a sua fé em Jesus como Cristo, o Filho de Deus, mas em seguida rejeitara o seu anúncio da paixão e da cruz. E Jesus censurara-o asperamente: «Afasta-te, satanás! Tu és para Mim um estorvo, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens» (Mt 16, 23). Por isso, «seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e seu irmão João, e levou-os, só a eles, a um alto monte» (Mt 17, 1).
O evangelho da Transfiguração é proclamado, cada ano, no II Domingo da Quaresma. Realmente, neste tempo litúrgico, o Senhor toma-nos consigo e conduz-nos à parte. Embora os nossos compromissos ordinários nos peçam para permanecer nos lugares habituais, transcorrendo uma vida quotidiana frequentemente repetitiva e por vezes enfadonha, na Quaresma somos convidados a subir «a um alto monte» juntamente com Jesus, para viver com o Povo santo de Deus uma particular experiência de ascese.
A ascese quaresmal é um empenho, sempre animado pela graça, no sentido de superar as nossas faltas de fé e as resistências em seguir Jesus pelo caminho da cruz. Aquilo precisamente de que Pedro e os outros discípulos tinham necessidade. Para aprofundar o nosso conhecimento do Mestre, para compreender e acolher profundamente o mistério da salvação divina, realizada no dom total de si mesmo por amor, é preciso deixar-se conduzir por Ele à parte e ao alto, rompendo com a mediocridade e as vaidades. É preciso pôr-se a caminho, um caminho em subida, que requer esforço, sacrifício e concentração, como uma excursão na montanha. Estes requisitos são importantes também para o caminho sinodal, que nos comprometemos, como Igreja, a realizar. Far-nos-á bem refletir sobre esta relação que existe entre a ascese quaresmal e a experiência sinodal.
Para o «retiro» no Monte Tabor, Jesus leva consigo três discípulos, escolhidos para serem testemunhas dum acontecimento singular; Ele deseja que aquela experiência de graça não seja vivida solitariamente, mas de forma compartilhada, como é aliás toda a nossa vida de fé. A Jesus, seguimo-Lo juntos; e juntos, como Igreja peregrina no tempo, vivemos o Ano Litúrgico e, nele, a Quaresma, caminhando com aqueles que o Senhor colocou ao nosso lado como companheiros de viagem. À semelhança da subida de Jesus e dos discípulos ao Monte Tabor, podemos dizer que o nosso caminho quaresmal é «sinodal», porque o percorremos juntos pelo mesmo caminho, discípulos do único Mestre. Mais ainda, sabemos que Ele próprio é o Caminho e, por conseguinte, tanto no itinerário litúrgico como no do Sínodo, a Igreja não faz outra coisa senão entrar cada vez mais profunda e plenamente no mistério de Cristo Salvador.
E chegamos ao momento culminante. O Evangelho narra que Jesus «Se transfigurou diante deles: o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz» (Mt 17, 2). Aqui aparece o «cimo», a meta do caminho. No final da subida e enquanto estão no alto do monte com Jesus, os três discípulos recebem a graça de O verem na sua glória, resplandecente de luz sobrenatural, que não vinha de fora, mas irradiava d’Ele mesmo. A beleza divina desta visão mostrou-se incomparavelmente superior a qualquer cansaço que os discípulos pudessem ter sentido quando subiam ao Tabor. Como toda a esforçada excursão de montanha, ao subir, é preciso manter os olhos bem fixos na vereda; mas o panorama que se deslumbra no final surpreende e compensa pela sua maravilha. Com frequência também o processo sinodal se apresenta árduo e por vezes podemos até desanimar; mas aquilo que nos espera no final é algo, sem dúvida, maravilhoso e surpreendente, que nos ajudará a compreender melhor a vontade de Deus e a nossa missão ao serviço do seu Reino.
A experiência dos discípulos no monte Tabor torna-se ainda mais enriquecedora quando, ao lado de Jesus transfigurado, aparecem Moisés e Elias, que personificam respetivamente a Lei e os Profetas (cf. Mt 17, 3). A novidade de Cristo é cumprimento da antiga Aliança e das promessas; é inseparável da história de Deus com o seu povo, e revela o seu sentido profundo. De forma análoga, o caminho sinodal está radicado na tradição da Igreja e, ao mesmo tempo, aberto para a novidade. A tradição é fonte de inspiração para procurar estradas novas, evitando as contrapostas tentações do imobilismo e da experimentação improvisada.
O caminho ascético quaresmal e, de modo semelhante, o sinodal, têm como meta uma transfiguração, pessoal e eclesial. Uma transformação que, em ambos os casos, encontra o seu modelo na de Jesus e realiza-se pela graça do seu mistério pascal. Para que, neste ano, se possa realizar em nós tal transfiguração, quero propor duas «veredas» que é necessário percorrer para subir juntamente com Jesus e chegar com Ele à meta.
A primeira diz respeito à ordem que Deus Pai dirige aos discípulos no Tabor, enquanto estão a contemplar Jesus transfigurado. A voz da nuvem diz: «Escutai-O» (Mt 17, 5). Assim a primeira indicação é muito clara: escutar Jesus. A Quaresma é tempo de graça na medida em que nos pusermos à escuta d’Ele, que nos fala. E como nos fala Ele? Antes de mais nada na Palavra de Deus, que a Igreja nos oferece na Liturgia: não a deixemos cair em saco roto; se não podermos participar sempre na Missa, ao menos leiamos as Leituras bíblicas de cada dia valendo-nos até da ajuda da internet. Além da Sagrada Escritura, o Senhor fala-nos nos irmãos, sobretudo nos rostos e vicissitudes daqueles que precisam de ajuda. Mas quero acrescentar ainda outro aspeto, muito importante no processo sinodal: a escuta de Cristo passa também através da escuta dos irmãos e irmãs na Igreja; nalgumas fases, esta escuta recíproca é o objetivo principal, mas permanece sempre indispensável no método e estilo duma Igreja sinodal.
Ao ouvir a voz do Pai, «os discípulos caíram com a face por terra, muito assustados. Aproximando-Se deles, Jesus tocou-lhes dizendo: “Levantai-vos e não tenhais medo”. Erguendo os olhos, os discípulos apenas viram Jesus e mais ninguém» (Mt 17, 6-8). E aqui temos a segunda indicação para esta Quaresma: não refugiar-se numa religiosidade feita de acontecimentos extraordinários, de sugestivas experiências, levados pelo medo de encarar a realidade com as suas fadigas diárias, as suas durezas e contradições. A luz que Jesus mostra aos seus discípulos é uma antecipação da glória pascal, e é rumo a esta que se torna necessário caminhar seguindo «apenas Jesus e mais ninguém». A Quaresma orienta-se para a Páscoa: o «retiro» não é um fim em si mesmo, mas prepara-nos para viver – com fé, esperança e amor – a paixão e a cruz, a fim de chegarmos à ressurreição. Também o percurso sinodal não nos deve iludir quanto ao termo de chegada, que não é quando Deus nos dá a graça de algumas experiências fortes de comunhão, pois aí o Senho também nos repete: «Levantai-vos e não tenhais medo». Desçamos à planície e que a graça experimentada nos sustente para sermos artesãos de sinodalidade na vida ordinária das nossas comunidades.
Queridos irmãos e irmãs, que o Espírito Santo nos anime nesta Quaresma na subida com Jesus, para fazermos experiência do seu esplendor divino e assim, fortalecidos na fé, prosseguirmos o caminho com Ele, glória do seu povo e luz das nações.
Roma – São João de Latrão, na Festa da Conversão de São Paulo, 25 de janeiro de 2023.
FRANCISCO
Janett, missionária comboni, ativa
Janett Rocio Escobar Angulo, nasceu em Tumaco Colômbia em 1974, e como muitas outras pessoas, viaja para a cidade de Bogotá como vítima da violência, carregada apenas com a esperança de encontrar melhores oportunidades para ela e sua família, família, segurança e estabilidade que lhes foi tirada em sua terra natal.
Chegar à cidade não foi o mais difícil, o que realmente exigiu temperança e resiliência foi aprender novos ofícios que lhe permitissem ganhar o suficiente para poder mandá-lo para sua família em Tumaco; isso sem contar com o que sempre ouviu na televisão, mas que nunca teve que vivenciar… “DISCRIMINAÇÃO”; sendo tratada da forma mais ofensiva, grotesca, denegridora e humilhante em todas as situações cotidianas, desde o transporte público até as ordens ofensivas em cada um de seus trabalhos. Mas “a derrota só é a derrota, se não se aprende alguma coisa com ela”, hoje ela agradece a Deus por cada um desses momentos, pois aquelas tristes situações lhe abriram as portas para viver oportunidades de alegria e prosperidade, bem como encontrar pessoas que ajudaram a moldá-lo para liderar seus amados processos Afros hoje.
A falta de oportunidades para a população negra e a questão da discriminação e violação de direitos; Eles fazem Janet, Carlina, María Angelica e Angela Preciado, em 2016, como parte da associação Afro-colombian renascer, dar vida ao programa de formação em direitos, auto-reconhecimento e empoderamento para crianças, jovens e adultos afro. No primeiro sábado de inauguração, Janet e seus três mosqueteiros decidiram ocupar o parque Villa Gladys com seus primeiros 10 filhos e iniciar a tarefa que ninguém queria realizar; o de ensinar voz, mecanismos e força à comunidade afro, para gritar, reivindicar e fazer valer seus direitos. Com o passar do tempo e fazendo parte do ministério afro, encontraram um aliado no processo e na causa, o Centro Internacional de Formação de Irmãos combonianos (CIFH) Começaram apoiando formações em inglês e francês já que tinham irmãos estrangeiros que estiveram no país, ensinando sua língua nativa às crianças e jovens que fizeram parte do programa.
Desta forma, Janet e os Missionários Combonianos começaram a conhecer-se e não demorou muito para que decidissem estreitar esse vínculo e tornarem-se Leigos Missionários Combonianos. Seu conhecimento, sua personalidade e sua dedicação à missão fazem dela um membro altamente valorizado da equipe leiga.
Atualmente o programa é formado por mais de 100 crianças, jovens e adultos do município de Engativá; os missionários leigos combonianos apoiam as atividades que se desenvolvem com uma contribuição mensal para sustentar o programa; todos os sábados se reúnem na escola Antonio Villavicencio das 10 da manhã às 3 da tarde, onde recebem treinamento de diferentes profissionais; como parte das estratégias adotadas para atingir seus objetivos, as formações têm sido abertas a crianças mestiças; Isso para que as tradições afro, sua cultura e suas histórias sejam socializadas, gerando empatia para diminuir o preconceito e a discriminação desde essas fases iniciais da vida. Este programa também inclui um lanche e almoço.
É assim que, depois de trabalhar em restaurantes e casas de família, hoje Janet é mulher integrante da pastoral afro, líder de programas distritais e nacionais de empoderamento e promoção dos direitos das comunidades afrodescendentes.
Janett e os Leigos Missionários Combonianos da Colômbia têm um processo missionário ativo, graças à sua presença e à necessidade de apoiar um projeto que a cada dia se torna mais visível e beneficia uma população mais significativa em um setor de Bogotá.
Elaborado por Alexandra García (tradução Felipe Mora)