Nos dias 16 e 17 de Novembro estivemos em Madrid para visitar a Palmira e a Carmen.
Dentro da nossa família comboniana é normal que cada missionário se prepare cuidadosamente antes de partir para a missão. Sempre tentamos dar o melhor de nós mesmos e para isso a formação é algo imprescindível.
Neste caso estamos perante uma experiência de formação muito particular. A Palmira Pinheiro é uma Missionária Secular Comboniana portuguesa que veio para Espanha para se preparar antes da partida rumo à República Centro Africana. Esta preparação está a ser realizada com a Carmen Aranda, Leiga Missionária Comboniana, que também está a preparar a sua partida para a mesma missão. Sem dúvida que é uma experiência muito particular, até porque se trata de uma comunidade de formação internacional e além disso entre membros de diferentes ramos da família comboniana. Isto proporciona uma riqueza única de experiência e é também um desafio para a equipa formadora que acompanha a experiência, que é composta por LMC espanhóis (Mercedes, Luis e Isidro) e o missionário comboniano Antonio Guirao.
Uma outra particularidade é o facto de elas fazerem comunidade com outros três leigos (um casal e um outro solteiro), de uma associação de leigos missionários espanhóis (OCASHA).
Esta colaboração é fruto da inter-relação que como família comboniana temos nos diferentes países e a nível internacional, assim como do trabalho de coordenação e colaboração que existe dentro da CALM (Coordenação de Associações de Leigos Missionários de Espanha). Tudo isto me faz lembrar o sonho de Comboni que já em meados do séc. XIX reclamava junto do Concílio Vaticano I (seguindo o seu plano para a Regeneração de África), que “a Obra deve ser católica, não apenas espanhola, francesa, alemã ou italiana. Todos os católicos devem ajudar os pobres negros… com o nosso plano, aspiramos abrir o caminho à entrada da fé católica em todas as tribos, em todo o território habitado pelos negros. E para conseguir isso, creio, deveriam unir-se todas as iniciativas”.
Numa linguagem do seu tempo, Comboni animava-nos a sair das nossas limitações e individualismo. Encorajava-nos a colocar as necessidades do continente mais abandonado e os seus povos, como prioridade absoluta. E que todos unidos, estivéssemos ao serviço dos “mais pobres e abandonados” (como ele dizia).
Este sonho de Comboni, de colaboração entre todos sem interesses, faz-se realidade nesta comunidade de formação tão variada e tão internacional. A Igreja ao serviço dos mais necessitados.
No resto do fim-de-semana, Carlos e eu, ficamos a tratar de alguns assuntos do Comité Central LMC. Felizes e entusiasmados por ver estas companheiras, que com disponibilidade e ânimo, se preparam para o seu serviço missionário na RCA.
Uma vez terminado o curso de missiologia, que tem a duração de três meses (este curso junta outros missionários espanhóis que vão partir este ano), irão completar a sua formação e aperfeiçoar a língua francesa, a Paris. Ali irão viver com as Irmãs Missionárias Combonianas (mais uma colaboração dentro da família). Mas esta parte da história fica para adiante, com a certeza de que serão elas a contá-la.
Saudação para todos
Alberto