Partilho convosco aquela que é a minha imagem matinal. Aquela imagem da minha cidade, Linda Leiria, que funciona agora como pano de fundo sobre a minha manhã de desporto na qual encontro também Deus e com Ele converso. Dialogamos sobre aquilo que decorreu no dia 4 de Março na “minha” paróquia de Santa Eufémia – um Teatro Solidário levado ao palco pelo TASE (Teatro de Animação de Santa Eufémia): Comédia a partir das Lendas de Leiria. E quão grata estou ao nosso Pai. N’Ele confiei este Teatro. E quantas não foram as vezes que me achei incapaz. Á memória muitas vezes me vinha o meu compromisso de Quaresma que assumi numa oração shemá (orações que decorrem em Leiria, onde se privilegia o canto e a oração meditada, com inspiração nos métodos de Taizé). Confiar. Confia pois “tudo podes n’Aquele que te dá força (Filipenses 4:13)”. Confia pois “Deus nunca pede nada que antes Ele já não te tenha dado”.
Enquanto corro, reavivo os momentos em que desanimei porque as coisas não estavam a correr tão bem quanto queria. Mas queira eu o que Deus quer, e acima de tudo, que este evento traga os frutos necessários à obra do Senhor, à missão em Arequipa (Projeto Ayllu) e não mais que isso.
E é difícil agradar a todos. Quero crer que tudo o que fiz foi pela Obra do Senhor. Afinal de contas, Jesus nem sempre agradou a todos. E quão difícil é, por vezes, encarcerar em nós as críticas (construtivas ou não) e acatá-las em silêncio. “Podias fazer a, ou b. Mas também poderias fazer c. Ou talvez d”. E peço perdão pelas reacções menos positivas que tive para com aqueles que, embora eu não visse de forma nítida, me queriam somente ajudar. E devo-lhes tanta graça!
Agarrar este evento em nome dos Leigos Missionários Combonianos foi vida. Foi vida que se gerou, não só em mim, mas também vida que se gerou em torno de relações humanas, de pessoas que querem dar(-se). E vejo com este meu olhar crente no mundo que todos (TODOS) somos capazes de amar, todos temos uma ALMA MISSIONÁRIA e (ainda que muitas vezes nos nossos recônditos) esta necessidade de amar e ser amados. E é este Amor que deve ser o motor da vida!
Nas semanas precedentes ao teatro fomos convidando pessoas. Muitos “Não posso”, alguns “Não vou, mas compro o bilhete”, uns quantos “Não sei se vou”, “Eu vou”, “Afinal não posso ir”. Um misto de altos e baixos que foram tecendo uma plateia. Na verdade, estava com receio que a plateia também não fosse apelativa ao próprio TASE (afinal de contas, actuar num palco faz-se com mais gosto e empenho se o público for numeroso e recetivo). Contas feitas, rezava para que, pelo menos 50 pessoas preenchessem os bancos daquele auditório.
Confia Carolina. Ecoava em mim esta frase.
Soubessem a emoção contida no meu coração quando, nesta tarde de Domingo que já ansiava há tanto tempo, surgem para ver o teatro cerca de 130 pessoas. E não posso deixar de agradecer aos presentes, mas também aos que estavam de outra forma, em oração, espiritualmente, em pensamento. Agradeço também ao TASE que de forma tão gratuita e generosa se dispôs a pôr o seu talento teatral a render, colocando a plateia a rir às gargalhadas (eu própria chorei a rir!). Agradeço aos vários patrocinadores (uns mencionados nos flyers, outros que preferiram o seu anonimato). E acima de tudo, agradeço a Deus pelos frutos deste Teatro Solidário que, muito além de financeiros*, são frutos vivos nas relações que se estabeleceram, no diálogo envolvido para a sua concretização, nos pensamentos que surgiram na cabeça de cada um dos colaborantes quando decidiram contribuir. Muito obrigada a todos!
Do fundo do meu coração, o meu mais profundo obrigada. E aqui nasceram mais “mil vidas para a missão”! Estou certa que em tudo o que fizemos teve a mão de Deus e de um amigo nosso, São Daniel Comboni.
LMC Carolina Fiúza