Espiritualidade
Temos uma espiritualidade laical
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O centro, o eixo, a chave da espiritualidade de um Leigo Missionário Comboniano é o desejo de seguir Jesus.
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O LMC é chamado a seguir o projeto de Jesus e isto leva-o a um compromisso incondicional pelo bem do Homem e, consequentemente, temos como marca essencial do LMC a disponibilidade total para partir em missão.
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A liberdade e disponibilidade mencionada anteriormente têm o seu fundamento e razão de ser na experiência essencial de Deus, que é a chave e a explicação deste caminho.
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Este caminho orienta-se segundo um objetivo determinado: a libertação, antes de tudo e sobretudo, de todos os oprimidos, ou seja, a libertação integral a três níveis:
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Nível socioeconómico e político: causas que geram a opressão.
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Nível antropológico: agentes que produzem alienação.
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Nível mais profundo: libertação do pecado.
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Não são ‘libertações’ separadas, estas, devem acontecer ao mesmo tempo. Esta é a Boa Nova, a nossa missão e a razão de ser da Evangelização.
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Uma caraterística da nossa espiritualidade é a radicalidade, já que são muitas e profundas as exigências deste caminho: renuncia aos bens, à própria casa, à presença física da família. Sem dúvida, a nossa opção de vida não é um caminho de frustração, mas uma busca constante de alcançar a plena realização da própria pessoa e a sua colaboração na realização dos outros.
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Este caminho tem uma dimensão comunitária. É importante que no Movimento procuremos estrutruras que ajudem a reforçar os laços afetivos, o acolhimento dos que regressam da missão, a vida de grupo, a partilha de vida e de fé, etc. Esta vida comunitária não significa, necessariamente, viver “debaixo do mesmo teto”, pois a vida comunitária laical tem as suas próprias caraterísticas e riquezas. Mas, acreditamos que, nessa diversidade de formas, o esencial é viver em comunhão desde a partilha de bens e da própria fé.
Temos uma espiritualidade missionária
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Queremos superar o conceito exclusivamente geográfico de missão ad gentes e estamos conscientes de que a missão ‘fora’ começa no aqui-próximo, mas, ao mesmo tempo, este ‘aqui-próximo’ não pode ser mais do que em vista a um horizonte mais ‘fora’ / universal.
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Fazer e ser Igreja a partir da nossa realidade espanhola: Acreditamos que um aspeto da nossa vocação é o de animar missionariamente a Igreja espanhola, tantas vezes muito fechada em si mesma.
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A opção pelos pobres, aqui e além-fronteiras, é um sinal de autenticidade da nossa vocação missionária.
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A nossa vocação missionária leva-nos a lugares de fronteira, lá onde a Igreja ‘oficial’ não chega ou nunca foi.
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Uma caraterística missionária é o viver em transição, o não “assentar raízes”, com toda a precariedade e fragilidade que isso possa implicar; o sentir-se caminhante em direção a Deus e peregrino em direção ao irmão.
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Como missionários que somos e temos uma positiva e real disponibilidade para sair em direção a outros povos, vivendo a missão ad gentes no meio de outras culturas, credos e raças, o que é constitutivo da nossa vocação específica.
Temos uma espiritualidade comboniana
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Inspirados em Daniel Comboni, vive a nossa vocação a partir deste carisma concreto. O carisma comboniano não se esgota no sentido único da vida religiosa, antes, ele convida-nos a recreá-lo desde a nossa vocação especificamente laical.
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Assim como o projeto de Comboni foi nuclear (cf. África ou morte), assim também queremos viver o projeto LMC onde, viver em dedicação total à missão, seja a prioridade das nossas vidas quando estamos aqui em Espanha ou quando estamos longe, em outros países.
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Queremos ressaltar a especificidade da missão ad gentes: viver numa cultura diferente da nossa, contactar com outras nações, rezar com discípulos de outras religiões, aprender línguas e costumes, optar pelos últimos d terra, ir lá onde o Evangelho ainda não foi anunciado, ser um pouco “cidadãos do mundo”.
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O serviço aos mais pobres e abandonados como opção preferencial.
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Salvar África com África, ou seja, crer sinceramente nas pessoas a quem servimos na missão, promovendo, entre eles, agentes evangelizadores e protagonistas da sua própria libertação. Sendo nós leigos, somos chamados a promover o laicado autóctone e todo o ministério ao serviço do povo.
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Comboni dizia que “as obras de Deus nascem e crescem ao pé da cruz”. Também nós, estamos conscientes que a missão comporta a aceitação de inevitáveis dificuldades e sofrimentos com a marca da cruz. Contudo, sabemos que no possível sentimento de fracasso ou frustração, Jesus sempre gerou e gera Vida para o Seu povo.
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Fazer causa comum com aqueles a quem servimos, tal como dizia Comboni.
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Uma fé inquebrantável na Providência, conscientes que a missão não nos pertence; somos meros servidores da missão do Pai: “como o Pai me enviou, Eu vos envio a vós”.
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Tudo isto vivido em Igreja a partir de uma comunidade apostólica, respeitando e colaborando com todas as vocações e carismas eclesiais.